Quando os campos estão alagados e o sol começa a aquecer, do torrão saltam, à má fé, as minhocas.
Sem crânio nem coluna vertebral, as minhocas avançam sorrateiramente. Relembro-as, longilíneas, onduladas e rosadas. Nunca percebi bem o que é que elas demandam. Sei, no entanto que, na sua teimosia, não se importam de ser esmagadas.
Diria, assim, que para as minhocas o problema da duração não se coloca. Satisfazem-se com a sua extensão, indiferentes aos vertebrados que ousam pensar e não se deixam conduzir por caprichos alucinatórios.
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