29.5.14

Traquinices

Se me engasgo com as palavras, posso morrer em poucos instantes. Claro que esta afirmação tem todo o ar de excessiva. Quem é que vai morrer por causa de uma mísera palavra!
Se engulo a língua, é sabido que morro em poucos segundos. Claro que esta afirmação já não parece excessiva!
Ora se a língua é constituída por palavras, por que motivo consideramos aceitável que se possa morrer ao engoli-la e achamos risível que se possa falecer engasgado com as palavras?

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Encontrei hoje um poeta que me disse que queria escrever um poema "confuso"... Perplexo, expliquei-lhe que, quando lidamos com as palavras, o objetivo é ser claro mesmo que a noite seja eterna...

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Ao fim da tarde, irei estar presente no lançamento do livro "Contos Municipais" de António Manuel Venda. E eu que estava convencido que os municípios, se tratados literariamente, só poderiam inspirar romances do tipo "Guerra e Paz", "Crime e Castigo", "Os Meus Eleitores"...

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