25.5.14

O muro

O muro é sempre o mesmo. Eu caminho ao seu lado, perscruto-o e ele nem sequer me devolve o eco das minhas palavras. É verdade que a culpa não é dele, o meu silêncio é antigo; braços caídos, vou avançando o passo sem fazer qualquer tentativa para o escalar…
Já nem sei se o muro sempre ali esteve, se fui eu que o criei. Paradoxalmente, as suas metamorfoses incendeiam-me o olhar. Fogo-fátuo! A alma ainda se demora um pouco… Por quanto tempo?
«Triste de quem é feliz! /Vive porque a vida dura.» FP / O Quinto Império

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