O meu problema, de momento, é perceber o que é um cluster e, sobretudo, que posição é que eu ocupo no seu interior. Já percebi entretanto que tenho andado desenfiado. Em rigor, eu pertenço ao "cluster " dos camponeses e deveria estar classificado como excelente, muito bom, bom, suficiente ou insuficiente -"camponês".
Por ação de uma senhora professora, Mécia, de seu nome, fui desviado do "meu cluster" e posto a estudar para servir Deus e o Estado. E aí, perdi-me definitivamente. Entrei num outro "cluster", que não me estava destinado, e fui subindo, e já longe do Altar, vi-me certificado como mestre... E como estava muito longe do ponto de partida, comecei a cair. Hoje, já não sou mestre, nem professor, nem pai (só pago as contas!), nem aluno, nem trabalhador não docente. Sou, por enquanto, trabalhador, por decisão de um "cluster" secreto. Falho de humor e de inteligência, resigno-me, apesar de desconfiar das certezas que permitem premiar os esforçados e ignorar os menos prendados, porque consta que a clusterização está normalmente associada com a análise exploratória, pois envolve problemas em que há pouca informação a priori acerca dos dados (por exemplo, modelos estatísticos), e poucas hipóteses podem ser sustentadas. Análise de Dados em Bioinformática – Profs. Moscato & Von ZubenDCA/FEEC/Unicamp
Precisamente, por haver pouca informação e pouca verdade, aproveito para lembrar aqui que a focalização é omnisciente se ilimitada quanto ao âmbito e alcance que atinge e aos elementos informativos que faculta; a focalização é interna se condicionada pelo campo da consciência de uma personagem inserida na história. Carlos Reis, O conhecimento da Literatura,1995, pág. 366, Almedina.
Servem estas notas vários propósitos. Lembrar que: Quem rouba a ladrão tem cem anos de perdão e não de solidão; b) O segredo é a alma do negócio; c) a focalização interna corresponde a um avanço civilizacional, atingindo o grau de excelência quando a focalização se torna polifónica; d) o "cluster" é uma nova forma de simular a mobilidade social e cultural; e) o inquiridor só produz narrativas fechadas e seguramente omniscientes, tendo necessariamente um poder absoluto sobre o tempo que, todos sabemos, adora devorar os homens...
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