9.5.14

Sinto-me cada vez mais longe

O plano é inclinado, sinto-me cada vez mais longe. Podia dar liberdade ao corpo, deixá-lo ir, mas vejo-o tropeçar, despenhar-se na escadaria… O cérebro já não controla os olhos – difusos, vagueiam desorientados – as mãos deixam de ser tenazes e as pernas parecem de borracha…

Paro no meio da ruela, ofegante, e penso “quem é que me trouxe até aqui”. Já não estou em mim, não por capricho, mas porque apenas oiço um vozear interminável…
Há quem pense que lhe faço falta, mas tal mais não é do que um sobressalto amigo.

O problema é que cheguei a um ponto em que nem à quietude posso aspirar… talvez ainda pudesse inquietar. Mas quem?  E para quê?

Na rua nem folhas há! Varreram-nas não fosse eu escorregar…

Lá ao fundo mais não fazem do que atrasar-me a corrida!

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