18.4.14

Citado pela AT para pagar uma dívida de um avô…

Citado para pagar uma dívida da herança de um avô, falecido há 20 anos, hoje fui à Serra d’Aire à procura das oliveiras que justificam a execução. Refira-se que não faço a menor ideia de quais são as oliveiras, se ainda estão de pé ou se já arderam até porque o terreno não é pertença nem do avô executado nem do cabeça de casal da herança, também já falecido, nem meu, também cabeça de casal, para azar meu, ainda vivo…
Se não pagar a dívida agora apresentada no prazo de 30 dias, tendo início em 2008, lá serei penhorado e não estarei sozinho porque todos os meus 4 tios “receberam” a mesma notificação, um deles  também já falecido. A Autoridade Tributária e Aduaneira espera uma colheita farta, pois não esclarece se o valor da dívida é global ou individual…
Enquanto procurava as oliveiras certamente envolvidas em silvas ou em rebentação, lá fui pensando se qualquer dia não seremos todos citados por uma qualquer dívida de D. Afonso Henriques, cabeça de casal de D. Henrique e D. Tareja …
A demanda acabou por ser interessante porque descobri uma realidade que desconhecia: os terrenos são férteis; o orvalho noturno é suficiente para regar as hortas que por ali vão crescendo à sombra das oliveiras e das azinheiras; os desvairados pássaros cantam ao desafio; e até um velho moinho de água em ruínas espera que a ribeira que o alimentava volte ao seu leito natural…
Só espero que a AT não se lembre de me fazer pagar com juros de mora a água da ribeira do furadouro que por ali corre, isto sem falar do moinho!
Para quem quiser aventurar-se por estes caminhos da Serra d’Aire, basta visitar os moinhos da Pena e depois embrenhar-se pelas encostas da serra…

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