Mais de 50.000 alunos assistiram à representação de Felizmente Há Luar! pelo grupo dramático A Barraca. A declaração é de Maria do Céu Guerra que, hoje, se revelou feliz com o comportamento dos alunos. Sala atulhada, telemóveis desligados, quase todos! Silêncio, quase sempre!
Resta saber se os mesmos 50.000 alunos leram o texto dramático de Luís Sttau Monteiro, se conhecem minimamente a ação do dramaturgo, e se seguem com alguma atenção o desempenho da "alma" da companhia. À entrada, alguém me perguntou qual era o "assunto". Lá fui dizendo que após as invasões francesas, por cá ficaram os ingleses com a missão de criar um exército português... Sempre os estrangeiros a libertarem-nos de outros estrangeiros e a tirar vantagem do negócio. O Marechal B. repetiu-o bastas vezes... e claro desviei para o general Gomes Freire, mas era tempo de subir a escada apertada até à sala 2...
Não sei quantas vezes já estive naquela sala, mas sempre que lá vou sinto-a acanhada e perigosa. O texto de Sttau Monteiro tem sido depurado, diria mitificado, de tal modo que, por vezes, fico com a sensação de que algumas personagens ganharam um ar burlesco, apesar da seriedade, mas também do tom patético, infantil e quase alienado de Matilde, como se o mundo que a cerca só existisse para lhe salvar o marido.
Quanto à regência, desta vez, evitou as alusões ao Estado Novo e à Troika.
Enfim, só não percebi (ou evito saber) por que motivo o luar (projetado) passou de amarelo a vermelho. Parece que a lua se transforma em sol, em promessa de derradeira libertação!
Em termos didáticos, urge que os alunos não se fiquem por aqui, pelo espetáculo. Por vezes, a vida está no texto!
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