Vej’eu as gentes andar revolvendo,
e mudando aginha os corações
do que põen antre si as nações;
e já m’eu aquesto vou aprendendo
e ora cedo mais aprenderei:
a quen poser preito, mentir-lho-ei,
e assi irei melhor guarecendo.
Pero Mafaldo (excerto de serventês moral)
A tradição avaliza a mentira, dando ao indivíduo um meio de combater a impostura coletiva…
Recentemente, a mentira, que, tempos atrás, era designada de “não verdade” ou de “inverdade” ganhou nova roupagem: o embuste. Termo de origem obscura, bem mais disfemístico do que os anteriores.
Curiosamente, o vocábulo embuste é, sobretudo, utilizado por quem se habituou a viver de ardis e não tem medo de mentir porque sabe que lida com trambiqueiros.
Para evitar a multiplicação dos trapaceiros, melhor seria que apostássemos permanentemente na procura da verdade. E, consequentemente, na denúncia sistemática da mentira, do embuste, da trapaça, do logro, da intrujice, da peta, da patranha, da aldrabice…
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