10.7.13

Num estado democrático sitiado

Em 5 de Julho de 2013 escrevi: «Insisto que de nada serve viver no «mundo dos acontecimentos ocorridos». O tom era de crítica a quem permanentemente se alimenta do passado. O que eu não esperava era que o presidente da república se dispusesse a aceitar essa ideia.
Hoje, na sua comunicação à nação, o professor Cavaco nada disse sobre as causas e os efeitos da desagregação da coligação, das manobras de Gaspar, de Passos e de Portas. Limitou-se a referir  a legitimidade da coligação para nos governar, não interessa se bem se mal, até Junho de 2014.
Em tom magistral, Cavaco falou do futuro, e fê-lo em tais termos que, a partir de agora, ficamos reduzidos a um bloco central de três partidos. Os restantes podem ir de férias... E quanto ao PS, ou  Seguro revoga as suas exigências de dissolução imediata ou vem dizer-nos que, afinal, era em Junho de 2014 que pensava quando pedia eleições antecipadas...
Vivemos, assim, num estado democrático sitiado. E quando o presidente marcar as eleições, o melhor é a nação faltar à chamada...
Só não entendo por que motivo, o presidente levou tanto tempo a iluminar-nos o futuro, se ela já há muito o tinha desenhado - ele e os seus amigos da troika e da sociedade lusa de negócios.   
  
 

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