"Malfeitoria" é a única palavra capaz de exprimir o meu sentimento em relação aos efeitos do desgoverno em que vivemos. Em termos simplistas, se há malfeitoria é porque há "malfeitores", e, em regra, ficamos satisfeitos sempre que um deles é identificado, mesmo que não seja responsabilizado. Por vezes, chegamos a ter inveja desses "novos heróis"...
Esta abordagem oculta, no entanto, uma realidade mais sinistra: a "malfeitoria" pressupõe um atentado contra a "feitoria", em que o "feitor" lesa a propriedade pública...
Em Portugal, os feitores apropriam-se dos bens públicos, organizando-se para, o efeito, em redes de banqueiros, de procuradores, de juízes, de funcionários, de autarcas, de construtores civis, médicos, farmacêuticos...
Quando olhamos para o governo, para os partidos, para os sindicatos, para as associações, para as corporações, vemos que a sua constituição reflete as tribos transversais que se vão constituindo na sociedade portuguesa...
Por exemplo, esperar-se que o governo fosse um órgão solidário com o objetivo de servir o país, mas a sua constituição reflete a existência de vários tribos ao serviço de interesses divergentes...
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