2.7.13

Sequestro político

«O reino do inter-humano excede em muito o da simpatia... A única coisa que importa é que, para cada um dos dois homens, o outro aconteça como outro particular, que cada um deles se torne consciente do outro e assim entre em relação com ele de tal modo que o não olhe nem use como seu objeto, mas seu parceiro num acontecimento vivo...» Martin Buber, The Knowledge of Man: Selected Essays (1965)
Ontem e hoje, a factologia política trouxe uma imagem do reino inter-humano totalmente contrária à defendida por Martin Buber - cada um dos protagonistas vê o outro como «seu objeto». E só essa visão objetificadora do outro nos pode justificar o estado de desnorte a que estamos a ser conduzidos.
Infelizmente, em Portugal, apesar de se discutir diariamente a formação académica, de se defender a avaliação de todo o tipo de instrução, descura-se a educação.
Sem educação, não há parceiros! E também é por isso que a política de austeridade não consegue resolver qualquer problema...
A resistência à objetificação é de tal modo frágil que um primeiro-ministro decide publicamente "sequestrar" o chefe do parceiro de coligação sem que se assista a uma revolta imediata do partido ofendido.
MCG

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