Outrora, atirava-se milho ou arroz aos pardais. Agora, dá-se restos de pão aos pombos... e vem um gato e chamas-lhes um figo! Abocanha um e corre com ele para debaixo de um automóvel estacionado sob o que antigamente era um plátano. (Banquete de luxo, em frente do nº 15 da Rua Filipe Folque.)
Na esquina com a Tomás Ribeiro, um mendigo idoso e uma jovem mendiga, acomodados, esperam os sobejos do Pingo Doce. Falta- lhes a afouteza do felino para quem a rua é território de caça, ao invés dos gatos de Pessoa...
Ainda na esplanada da Cafetaria Duriense, diante de uma virtuosa superbock, arenga um velho trabalhador: a educação já não é o que foi - os filhos desrespeitam os pais, basta passar pelas telenovelas, portuguesas ou brasileira, ou descer ao Parque...
(...) O novíssimo Plaza é já uma sombra de si próprio, tal como o IMAVIS ou City Cine - parece que acompanharam o vizinho Urbano! Até o Tomás Ribeiro mais não é do que uma placa toponímica que desemboca na Praça José Fontana, vindo da Suíça com o desejo de nos fazer sair do obscurantismo, e que se finou ainda antes que a sua Geração (de 70) se desse por vencida...
O único vencedor parece ser o gato que não brinca na rua, mas o mendigo, aqui mesmo ao meu lado... e que não paga nada à EMEL, conta as moedas, quando o proprietário do café se aproxima , e, antecipadamente, paga-lhe um café e um bagacinho - 1 euro e trinta e cinco cêntimos. Imóvel, no passeio, o mendigo espera até que surge o empregado com dois copinhos de plástico com o café e o bagaço... Sem pestanejar, o homem volta para o seu canto, ali mesmo, junto ao semáforo...
(...) À espera, ficou o artigo de Eduardo Prado Coelho, Comunicação e Democracia. Que ele me perdoe!
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