11.9.13

O ator político e as pensões de sobrevivência

Poiares Maduro explicou: - «Há muitas pessoas que julgam que as pensões de sobrevivência se referem a pensões para proteger as pessoas em maior fragilidade, que são pensões para garantir a sobrevivência. Não é isso a que se referem as pensões de sobrevivência. A pensão de sobrevivência é a pensão de alguém que sobreviveu ao cônjuge. Há pessoas que podem estar a ganhar 25 mil euros e que recebem uma pensão de sobrevivência e, no entanto, neste país, faz-se um debate assente num dado totalmente falso"...» (sic)

A Linguística costumava ensinar que a relação entre o significado e o significante resulta de uma convenção duradoura, e que o sentido da palavra só existe enquanto a comunidade respeitar essa convenção...
 
Não sei quem é que, hoje, ocupa o lugar da Linguística, mas parece-me que, para Poiares Maduro, esse papel cabe ao «ator político». O homem político perdeu o caráter e colocou a máscara. Não uma, mas a que for mais conveniente...
No discurso de Poiares Maduro, as convenções de sentido e os contratos dos cidadãos podem simplesmente ser rasgados. No centro da vida política, apenas ele, o iluminado, disserta sobre o significado da palavra «sobrevivência». Se o Governo, de que PM é porta-voz, tivesse razão,  melhor seria que propusesse uma revisão da terminologia ou, em alternativa, alterasse a Lei para que, apenas, beneficiassem da pensão de sobrevivência aqueles que, por razões de defesa da dignidade humana, dela necessitassem.
Não! O Governo prefere a chicana política e o corte indiscriminado!
Tudo não passa de uma questão de «aderência», como vem repetindo o nosso linguista e ilustre primeiro-ministro.

Sem comentários:

Enviar um comentário