Já cheguei a uma idade em que me arrependo sempre que decido argumentar com alguém (contrariar) que defende uma ideia nociva ao bem comum ou que revela uma interpretação delirante da realidade ou que age com prejuízo manifesto para o Outro...
Sabendo que rarissimamente da argumentação surge a luz e que o ato me afeta os neurónios ao ponto de me sentir à deriva, prometo ficar em silêncio - deixar o corpo no lugar - e partir... Infelizmente, nunca vou longe! As vísceras contorcem-se, repetindo: - Quem cala consente!
Há quem viva assim, à beira do precipício, de consciência pesada, pois não atalhou a tempo. E porquê?
(Não dou exemplos para não dar azo a que alguém queira responder, tirando-me, desse modo, do silêncio em que vou caindo. A queda traz-me, no entanto, inquietação, pois sei que por perto há um abismo pronto a libertar-me, em definitivo.)
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