7.4.22

Por onde é que andam os satélites?

«Além de ajudar a prevenir os impactos de eventos naturais, os satélites também fornecem dados da atuação humana irresponsável ou até mesmo ilegal, conforme leis nacionais e internacionais, na Terra.»

Li algures que os satélites servem para monitorizar tudo e mais alguma coisa, como, por exemplo, atividades ilegais. 
Ora a invasão da Ucrânia é uma ação irresponsável, desumana e certamente ilegal. E se assim é, qual é a verdadeira monitorização dos movimentos bélicos da Rússia no seu território, nos territórios vizinhos e noutros mais distantes?
Que informação é que a NATO está a transmitir à Ucrânia? E a China que uso é que está dar aos  seus satélites? 
Será assim tão dificil monitorizar tudo o que se passa no solo, no mar e no ar, acabando com a desinformação que vai fazendo o seu caminho, permitindo que se instale um sentimento de indiferença e, ao mesmo tempo, uma corrida desenfreada a todo o tipo de armas, sem falar no rearmamento de muitos países?

5.4.22

A Propaganda tolhe-nos a vista

 

«Uma vez disse a António Ferro: Você faz a propaganda da Propaganda. E eu acho que a propaganda é como a luz indirecta: deve iluminar sem ser vista.» Leitão de Barros

São tantos os olhos que se movem no palco da guerra que, paradoxalmente, as imagens vão cristalizando, deixando-nos na dúvida...
No caso da invasão da Ucrãnia, melhor seria que os encenadores se retirassem da boca de cena..., deixando atuar simplesmente os repórteres de imagem, sem previamente os domesticar, claro está.

Talvez, então, percebêssemos quem está a tirar proveito desta barbaridade. Sim, porque, desde que o conflito teve início há quem tenha ficado mais rico...

2.4.22

Elias Canetti, A Língua Resgatada - História de uma Juventude

«Tu ainda não és nada e convences-te de que és tudo o que conheces dos livros e dos quadros.»

O romance revela-nos a vida de um jovem de origem sefardita, entre 1905 e 1921, em várias cidades: Ruse (Bulgária); Manchester (Inglaterra); Viena (Austria); Zurique (Suiça)...

Vivendo num meio judaico, vai tomando partido..., rejeitando aqueles que asseguram o sucesso financeiro da família, e amando os que o deixam crescer no mundo das ideias, da inteligência. Mantém uma relação muito profunda, primeiro com o pai, entretanto falecido, e depois com a mãe com quem estabelece um diálogo confessional permanente, por vezes, asfixiante... que acaba por afastá-lo da vida real, como fica claro no última sequência - O Paraíso Perdido.

Como a leitura da obra não deve ser substituída por qualquer resumo, aproveito apenas para chamar a atenção para a sequência Como uma Pessoa se Torna Odiada (páginas 259 a 265 da edição portuguesa, editora cavalo de ferro, 2018). Faço-o, porque em termos pedagógicos este texto pode ser ser extremamente útil para quem todos os dias gere uma sala de aula.

29.3.22

O peixão

Posso estar enganado, mas tenho a sensação de que este peixão devora tudo. Claro que a culpa não é dele, mas de quem o colocou no lago...
Li algures que, na Rússia, os meninos e as meninas têm novos manuais da história pátria, diligentemente explicada por 'novos' professores - afinal, na perspetiva putiniana, a Ucrània nunca existiu...
E para o caso de surgirem dúvidas,  o peixão deu ordem para arrasar de vez o território que estava a refrear-lhe a gula.
Por cá, continuamos entretidos com o custo dos combustíveis humanos e mecânicos, sem esquecer que temos um 'novo' parlamento... e que tudo depende do resultado do futebol, para o bem e para o mal, porque a Macedónia do Norte para nós também não existe. Ou existe?

27.3.22

A Besta

As horas escorrem, mesmo se as adiantam... tudo parece retroceder.

As horas desceram às catacumbas, à espera que das trincheiras chegue o sinal de libertação impossível.
Os satélites ignoram a ciência das bombas, incapazes de localizar a nova Besta do Apocalipse.

Só agora a Liberdade começa a compreender que a Besta tanto se alimenta do pacifismo como do belicismo.

(Entretanto, vivemos de imagens manipuladas por  títeres domésticos.)

25.3.22

Mariupol destruída


O general general Mikhail Mizintsev, número dois no comando das forças armadas russas, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, um dos homens mais leais a Putin, tudo têm feito com o fito de derrotar três mil soldados ucranianos liderados pelo comandante do Batalhão Azov, Denis Projipenko,  de modo a tomar as ruínas da cidade de Mariupol

Mariupol foi fundada pelos cossacos no século XVIII, sendo um importante porto do Mar de Azov. Designou-se Jdanov entre 1948 e 1989, em homenagem a Andrei Jdanov. Na Segunda Guerra Mundial a cidade esteve ocupada pelos alemães entre 1941 e 1943 e ficou praticamente destruída, sendo depois reconstruída no típico estilo soviético.

No começo da Guerra Civil no Leste da Ucrânia, em março de 2014, tanto o governo central em Kiev quanto os separatistas da República Popular de Donetsk tentaram exercer controle sobre a região. Em meados de junho do mesmo ano, Mariupol já estava novamente sob controle das tropas da Ucrânia. Desde então, os rebeldes separatistas tentaram várias vezes retomar a cidade, submetendo-a a bombardeamentos esporádicos de artilharia.

Pesquisa de 2020 refere que apenas 0,9% dos habitantes falam ucraniano em casa regularmente. O russo será a língua preferida de 81,9%...

Mariupol: 4 motivos que explicam importância da cidade ucraniana para Putin - BBC News Brasil

21.3.22

As armas

O Poeta, à semelhança de outro Poeta, tudo fez para associar as 'armas' a uns barões que sem elas nada seriam. E nós vamos repetindo...
O Poeta, voluntariamente ou não, dá um valioso contributo para que continuemos a valorizar a expansão da língua, como se as outras línguas fossem descartáveis...
Agora, Putim quer impor pelas armas a língua russa a um povo que fala inglês como se de língua materna se tratasse - esta fuga à sua própria língua esconde certamente uma realidade que preferimos não abordar... No entanto, não é uma questão menor.
Convém não esquecer, apesar de toda a nossa experiência, que pelas armas se calam as línguas...

E se nas 'armas' procurassemos o que o significante proporciona, talvez encontrassemos: alguma folhagem, um rapper, um defesa central sérvio, uma canção, pontos sensíveis, ferramentas variadas, massagens... e longe ficaríamos da guerra.