Quinto Império do Mundo
1º
Império - o dos Assírios ou Babilónios: durou perto de 1300 anos
2º
Império - o dos Persas: durou 230 anos (começou em Ciro e acabou em Dario )
3º
Império - o dos Gregos: se o considerarmos como monarquia, Alexandre o começou
e acabou em Alexandre...
4º
Império - o dos Romanos: começou em Júlio César, trinta anos antes do
nascimento de Cristo. Durou 400 anos até Constantino o dividir...
"
Em respeito à suposição destes quatro impérios, chamamos Império Quinto ao novo e futuro que mostrará o discurso desta nossa
História." Quinto Império do
Mundo (que será também o último).
A
1ª pedra deste edifício é a profecia de Daniel:
"Começaste
a cuidar, ó Rei (Nabucodonosor), deitado no teu leito, diz Daniel, o que havia
de suceder depois do tempo presente, e o Deus que só pode revelar os mistérios
e os segredos ocultos, te mostrou naquela visão tudo o que está para vir nos
tempos futuros, e o que eu agora te direi, não por arte ou ciência minha, se
não por revelação sua. Parecia-te que
vias defronte de ti uma estátua grande, de estatura alta e sublime e de aspecto
terrível e temeroso. A cabeça desta estátua era de ouro, o peito e os braços de
prata, o ventre até os joelhos de bronze, dos joelhos de ferro, os pés de ferro
e de barro. Estando assim suspenso no que vias, viste mais que se arrancava uma
pedra de um monte, cortada dele sem mãos, e que, dando nos pés da estátua, a
derrubava. Então se desfizeram juntamente o barro, o ferro, o bronze, a prata,
o ouro, e se converteram em pó e cinza, que foi levada dos ventos, e nem
aqueles metais apareceram mais, nem o lugar onde tivessem estado; porém a pedra
que tinha derrubado a estátua cresceu, e fazendo-se um grande monte, ocupou e
encheu toda a terra."
Interpretação
do sonho:
A
grande estátua significava a sucessão do Império do Mundo, e os diferentes
metais de que era composta as mudanças que o mesmo Império havia de ter em
diferentes tempos e para diferentes nações.
A
cabeça de ouro significava o Império dos Assírios... (o 1º, representado
pelo ouro, o 1º entre os metais...
A
prata significava o Império dos Persas
O
bronze significava o Império dos Gregos...
O
ferro significava o Império dos Romanos...
(...)
Aquela
pedra, ó Rei, que viste arrancar e descer do monte, que derrubou a
estátua e desfez em pó e cinza todo o preço e dureza dos seus metais, significa
um novo e quinto Império que o Deus do Céu há-de levantar ao Mundo nos últimos
dias dos outros quatro. Este Império os há-de desfazer e aniquilar a todos, e ele só há-de permanecer para sempre, sem
haver de vir jamais por acontecimento algum a domínio ou poder estranho, nem
haver de ser conquistado, dissipado ou destruído...
***********************
Da leitura
dos sermões propostos como suporte à análise da personalidade humana do Padre António Vieira – Sermão do Espírito Santo, Maranhão, 1657; Sermão Histórico e Panegírico nos anos da Rainha D. Maria Francisca de
Saboia, Lisboa, 1668, merece, sobretudo, atenção o seu envolvimento na
evangelização do Brasil e na vida política portuguesa num momento extremamente
conturbado, pois, para além da continuação da guerra com Espanha, voltava a
colocar-se o problema da sucessão, por falta de herdeiro, e o governo se
dissolvia à sombra da vida dissoluta de D. Afonso VI.
Para além
de grande orador e comunicador, o Padre António Vieira apresenta-se como um
pedagogo e conselheiro político que quer influenciar claramente a decisão
política do soberano.
No primeiro
sermão (1657), o Pregador, consciente de que a terra do Maranhão, em
particular, e do Brasil em geral, era pouco recetiva à doutrina cristã,
procura, sob a inspiração bíblica, as causas para esse insucesso. E de forma,
detalhada, passa a expô-las, considerando que, por um lado, a dificuldade de
aprendizagem está no ouvinte, cujo caráter era passivo e de fraco comprometimento
com o aprendido; e por outro lado, porque o pregador, considerando «o clima, o
trato e a miséria daquelas gentes» deveria apostar na «assistência» permanente
àquelas gentes.
Ao longo do
sermão, o Pregador vai desenhando o caminho da evangelização que, em certos
aspetos, é inovadora e, noutros, parece revelar grande humanidade da sua parte,
pois defende que o pregador evangélico, para melhor conhecer o Outro, deverá
começar por lhes estudar as línguas, estabelecendo mesmo uma metodologia: «o
primeiro trabalho é ouvi-la; o segundo, percebê-la; o terceiro, reduzi-la a
preceitos e a gramática; o quarto, estudá-la; o quinto, pronunciá-la.»
E neste
caminho, não hesita em envolver os leigos (seculares) que devem ser ministros
de Cristo, «vivendo bem e dando bom exemplo», assim como os soldados e os
capitães, apesar do contexto bélico: «E quando a fé se prega debaixo das armas
e à sombra delas, tão apóstolos são os que pregam como os que defendem, porque
uns e outros cooperam à salvação das almas.» Vale a pena lembrar que, nestes
casos, o Pregador advogava que mais do que a sabedoria, o importante era o
amor.
Esta
preocupação da salvação das almas era tão profunda que o Padre António Vieira
chega a atribuir à MULHER um papel que ainda hoje a Igreja tem dificuldade em
reconhecer. Não se tratava apenas de doutrinar os escravos e as escravas no
interior das casas: «porque não só os homens e também as mulheres podem e
devem, e hão de pregar, e dilatar a Fé, cada um conforme o seu estado.»
Em síntese,
neste sermão, António Vieira define o método e os agentes que devem participar
no objetivo: «levar as almas para Deus é obra diviníssima.» E por isso
pregadores evangélicos e restantes habitantes do estado do Maranhão devem
empenhar-se em: a) preparar-se para a pregação; b) estudar as línguas locais;
c) acudir às cegueiras locais; d) trocar as saudades de Cristo pela saúde de
Cristo...
Resulta,
assim, que o Padre António Vieira para além da evangelização das «estátuas de
murta» visa construir um estado de ordem espiritual orientado pela Companhia de
Jesus.
Entretanto,
como as suas ideias no Brasil eram incómodas, o Padre acaba por,
temporariamente, voltar à metrópole, onde se envolve profundamente nos assuntos
da governação do Reino. Braço direito da Rainha Regente, Dona Luísa de Gusmão,
acaba por cair em desgraça, após a tomada de posse de D. Afonso VI, tendo
estado preso (incomunicável) durante vinte e sete meses. Esse facto não o
impede de conspirar contra D. Afonso VI e o seu primeiro-ministro, Conde
Castelo de Melhor, colocando-se do lado do Infante D. Pedro, e da Rainha Dona
Maria Francisca de Saboia que exigira a anulação do seu casamento com D. Afonso
VI. Anulação concedida a 24 de março de 1668. Tendo abdicado do trono, a rainha
casa com o cunhado em 2 de abril de 1668, passando a princesa até 1683, tempo
em que D. Pedro foi regente.
É neste
contexto que o Padre António Vieira prega, na Capela Real, o Sermão Histórico e
Panegírico nos anos da Rainha Dona Maria Francisca de Saboia (1668).
O Título
revela, de imediato, a vontade de destacar a qualidade das decisões da Rainha
e, consequentemente, o envolvimento político de António Vieira.
Num mesmo
ano, das trevas nasce a luz. É assinado o Tratado de Lisboa, em que a Espanha
aceita a independência de Portugal num complexo contexto internacional que
envolve também a Catalunha e a Holanda. Vieira mostra conhecer bem as redes de
interesses europeias em que, para além da Espanha, são protagonistas a França e
a Inglaterra. A política portuguesa andava ao sabor dos interesses estrangeiros
e a Rainha, chegada em 1666, servia a causa francesa. O problema da sucessão é
resolvido com a «troca» de D. Afonso VI pelo Infante D. Pedro. E o problema da
sucessão não deixava de ser uma questão traumática! E finalmente, a regência de
D. Pedro (e consequente a abdicação de Afonso VI), na perspetiva de Vieira,
iria permitir uma verdadeira governação, desde que o príncipe regente fosse
devidamente aconselhado.
Da leitura
do sermão, pode deduzir-se uma visão maquiavélica da política. Considerando que
«a vida dos reinos é a sucessão dos reis», o Padre legitima a acção de Dona
Maria Francisca ao exigir a anulação do casamento, ao abdicar da coroa, ao
casar com o cunhado, tudo sem a autorização papal. O argumento legitimador
acaba por ser a gravidez de Dona Maria Francisca.
Finalmente,
um aspeto em que este sermão de ação de graças converge com o sermão do
Espírito Santo é no destaque dado à MULHER.
Vieira, sem
ter escrito um tratado sobre a arte de governar e a «educação do príncipe»,
acaba por, ao colocar-se no papel de mentor, propor D. João IV como exemplo de
governante e, sobretudo, defender a ideia de que o governante deve presar o
conselho da esposa em detrimento de qualquer outro súbdito: «o fim e o
interesse do príncipe é o comum, o fim e o interesse do vassalo é o
particular.» Ao rei cabe mandar, mas à Rainha compete: «lembrar, advertir,
inspirar, aconselhar, conferir, persuadir, espertar, instar.»
Em
conclusão, os dois sermões revelam um Vieira profundamente humano. Um homem
profundamente interventivo na política terrena e espiritual, confundindo-as,
por vezes.
O objetivo deste trabalho é elaborar uma apresentação
crítica da personalidade humana de Padre António. Numa perspectiva, as
características pessoais e o percurso de vida são indissociáveis, logo devem
ser analisados em conjunto. Numa primeira fase, e em jeito de introdução vamos
apresentar a sua personagem de uma forma mais generalizada, destacando apenas
os momentos mais relevantes da sua vida, evidenciando os seus traços de
personalidade. Ao longo, de todo o trabalho, estarão explícitas as suas
características pessoais sistematizadas em harmonia com a sua biografia. Será
feita uma análise sucinta do Sermão do Espírito
Santo, pregado no Rio de Janeiro, que consideramos revelador das suas
capacidades humanísticas.
O Padre António Vieira (1608-1697), foi uma das mais
influentes figuras do Século XVII na política e na oratória. Foi o maior orador
sacro e um dos mais famosos prosadores da literatura portuguesa. Era um orador
eloquente. Nasceu em Lisboa em 1608 e viveu quase um século. Teve uma vida
intensa e criadora, dramática em muitos aspectos. Leccionou retórica no Brasil,
onde professou e fez votos solenes de se dedicar ao apostolado dos escravos da
África e do Brasil, contra as prepotências dos exploradores colonialistas. O
seu percurso como sacerdote e pregador dividiu-se entre Portugal, Itália e
Brasil. Defendeu até á morte os seus ideais; a defesa dos oprimidos, a
libertação dos escravos índios do Brasil, a liberdade de crença para os judeus,
o Sebastianismo e utopia do Quinto Império. Destacou-se pelo seu espírito
missionário e durante a sua missão no Brasil viajou por várias zonas perigosas
da Amazónia.
Nasceu em 1608, na rua dos Cónegos perto da Sé de Lisboa.
Em 1615 foi com os pais para o Brasil e foi educado no
colégio de Jesuítas em Salvador da Bahia. Aos quinze anos fugiu de casa e foi
acolhido pela Companhia de Jesus. Dois anos mais tarde, professou e fez voto
solene de se dedicar ao apostolado dos escravos da África e do Brasil contra as
prepotências dos exploradores colonialistas. Em 1627, e com apenas 19 anos, foi
enviado para o colégio de Olinda para leccionar retórica. Foi ordenado
sacerdote em 1634.
Em 1641, veio a Portugal como membro da delegação que
trouxe ao rei D. João IV a adesão da colónia brasileira. Instalou-se em Lisboa.
Aqui permaneceu como pregador, conselheiro da coroa, diplomata e escritor. Um
ano depois, pregou pela primeira vez na Igreja de S. Roque com enorme êxito. Foi
lá, que começou a criar fama com os seus sermões. Em 1643, iniciou a sua
batalha na defesa dos cristãos-novos contra as violências e arbitrariedades da
Inquisição. Conseguindo em 1649, a libertação dos bens dos judeus do confisco
do Santo Ofício. Pregou o Sermão da Sexagésima, em 1655, na Capela Real em
Lisboa atacando a Inquisição.
Porém, em 1652 desiludido com Portugal volta ao Brasil,
para São Luís do Maranhão, e toma a defesa dos índios contra os colonos que o
escravizam. Empenhou-se na evangelização das comunidades indígenas, numa defesa
e extinção da diferença entre cristãos-novos - os judeus convertidos ao
Cristianismo - e os cristãos velhos – os católicos tradicionais-, contra as
violências e arbitrariedades da Inquisição.
Prega o célebre Sermão de Santo António aos Peixes, em
1654, na cidade de São Luís do Maranhão, Estado de Pernambuco e parte para
Portugal.
Um ano mais tarde, Prega o Sermão da Sexagésima, na Capela
Real em Lisboa atacando a Inquisição. Nesse mesmo ano, parte novamente para o
Brasil. Torna-se o animador das expedições missionárias ao sertão. Permitia aos
índios o uso de máscaras e tintas, pois queria muita festa nos baptismos. Também
para lhes mostrar que a lei dos cristãos não era infeliz. Prega o Sermão do Espírito Santo, que
pretendemos analisar:
Primeiro, apresenta-nos um dos grandes problemas com que
Vieira se viu confrontado, as inúmeras diferenças linguísticas que existem nas
várias regiões do Brasil e a dificuldade da palavra de Deus frutificar ( falta
ampliar texto)
De seguida, traça-nos o perfil dos povos indígenas duma
forma absolutamente brilhante, aliás, como já nos habituou nos seus eloquentes
sermões. Compara-os a pedras duras e a animais. As pedras duras e informes
podem ser polidas e transformarem-se numa estátua. A estátua permanece sempre
da mesma forma, mesmo que o escultor se afaste dela. Assim, temos a comparação
aos homens em quem a palavra de Deus fecunda e se mantem. No entanto, para
Vieira os índios do Brasil são como a estátua de murta, que se o jardineiro
tirar a mão, ela perde a sua forma, e volta à sua génese natural e bravia, ou
seja se o mestre se afastar deles, perdem a sua fé com a mesma facilidade que a
aprenderam. Logo, é de extrema importância a assistência constante do seu
mestre para retirar os troncos, porque para criar são precisos poucos dias, mas
para manter é necessário que se continue sempre a acompanhar. É preciso estar
lá. Por isso, neste sermão alega que para ensinar nações cultas é preciso ter
um conhecimento profundo, mas para ensinar nações bárbaras e rudes é necessário
sabedoria e muito amor, visto que é preciso estar sempre a limar as arestas.
Os animais podem-se matar e comer. (falta ampliar texto)
Possuidor de uma elevada capacidade e dimensão humanista,
soube conquistar a admiração dos gentios através duma estratégia que visava a
utilização de símbolos da sua cultura nativista, mas acima de tudo com uma
grande carga de amor e de caridade. Algumas tribos conseguiram compreender o
seu esforço, e reconheceram que o Padre Vieira lutava por eles e apelidaram-no
de Paiaçu (Grande Pai).Mas em 1661, viu-se obrigado pelos colonos a sair do
Maranhão e a embarcar com destino a Portugal.
Em 1662, é desterrado para o Porto e Coimbra e proibido de
regressar às suas missões, por apoiar a Rainha e o Infante D. Pedro, quando D.
Afonso e o Conde de Castelo Melhor triunfaram na sua conspiração.
Em 1663 a Inquisição iniciou os interrogatórios sobre os
vários processos que tinha vindo a acumular contra o padre. O pretexto
principal eram os escritos proféticos do Quinto Império, onde Vieira procurava
provar a ressureição de João IV e a conversão dos infiéis sob a protecção do
rei português. Era também incriminado por defender os judeus, o que podia
levá-lo à fogueira de um auto de fé. Submetido a interrogatórios cruéis pela
Inquisição, em 1655. Acabou por confessar só em 1667 e foi condenado a silêncio
perpétuo e à reclusão.
Em 1669 partiu para Roma, onde pregou sermões que o
tornaram célebre.
Em 1675 veio a Lisboa, onde aumentava o poder de
Inquisição contra os cristãos novos.
Em 1681 regressou ao Brasil e acabou por falecer em 1697,
esgotado pelo trabalho e pela velhice.
Apesar do panorama que se vivia naquela altura, travou uma dura batalha
na conversão dos gentios e escravos.No Sermão do Espírito Santo, é visível a
problemática que teve de efrentar na evangelização dos índios. A sua missão não
era uma tarefa fácil.Porém, o seu espírito missionário e dedicação foram sempre
incansavéis. Apesar das dificuldades com que se deparou durante a sua missão no
Maranhão, manteve sempre a sua perseverança e reuniu esforços para não a
abandonar.No entanto, as diversas viagens de Vieira, do Brasil para Portugal,
de Portugal para o Brasil, reflectem alguma melancolia no seu estado de
espírito.Embora, segundo Ronaldo
Vainfasé* no livro “a Heresia dos índios” refira que nas cartas oficiais que Vieira
enviou ao rei ou às autoridades da congregação jesuíta mostrasse sempre o seu entusiasmo
missionário e a sua atitude combativa. Para quem tinha viajado pela Europa, em
importantes metrópoles da Europa com imponentes catedrais, para discutir
grandes questões de Estado.Percorrer aquela imensidão de mato na extensa área
da Amazónia era quase uma provação. Mas, Vieira habitou-se fácilmente àquela
vida e houve alturas em que por vezes até se vangloriou, afirmando que era
quase como um martírio.Portanto, parece evidente que Padre António Vieira foi
sobretudo um humanista, lutador pelo respeito e dignidade humana, muito
inovador para a sua época e um mestre com o dom da palavra, como houve poucos.
«Imperador da Língua Portuguesa»,
segundo a expressão do exigente Fernando Pessoa, Vieira não se resume, nem
se limita ao culto de palavras e de ideias, por detrás desse jogo aparente está
uma corajosa defesa de ideias e de causas, que, pela sua determinação e
persistência, lhe foram causando os maiores dissabores e os piores
contratempos. A sua obra «é inquestionavelmente uma das manifestações mais
altas da capacidade criadora do espírito lusíada, na qual estranhamente se
fundem o sonho e a realidade…», no dizer de Aníbal Pinto de Castro (António
Vieira, Uma Síntese do Barroco Luso-Brasileiro, 1997)
Ronaldo Vainfasé professor da Universidade Federal Fluminense e autor de
A heresia dos índios: catolicismo e rebeldia no Brasil colonial (Companhia das
Letras, 2010)
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