Literatura colonial

    1. Luís Teixeira, (1904-1978):  Na Roda do Batuque, 1933

Dedica esta obra ao Dr. Armindo Monteiro e aos heróis da ocupação.
Descreve a vida nas roças de São Tomé, p.20-23.
Referência a Maeterlink, p.25
Visão do mundo: "É o regresso ao primitivismo feliz", p.26-30
Os contratados, p.31-33, a reação do Autor:
" O quadro doloroso deste embarque de mais de uma centena de negros,
cansados do trabalho contínuo nas culturas, entristecem-me, porém."
O Zaire rejeita a "África cinematográfica e meiga", p.39
Luanda: "À primeira vista Luanda parece uma cidade bombardeada 
recentemente.", p.40
p.42: - a paisagem humana - "sobre os fatos brancos da multidão, a 
ganga azul dos condenados do Depósito e o amarelo berrante da tropa negra."
p.46-47 - o português que parte - "de quem partirá para África no
cumprimento dum rendez-vous marcado com a sorte."
O enaltecimento da ação civilizadora do homem português:
" Perante a revelação eloquente do esforço dos portugueses 
ocupadores, verifiquei que o indígena compreendeu as nossas intenções
civilizadoras, aceitou com prazer a nossa proteção, e que a soberania forte
e definitiva de Portugal não se impõe nem exige em face de contrariedades da
população, ao contrário do que acontece em outras obras colonizadoras 
estrangeiras." p.57-58.

    2. Luís Figueira (1898-1973) 
Romance - Princesa Negra. O Preço da civilização em África. Coimbra,1932 
" Este romance histórico, escrito por um antigo comprador de 
borracha, é capital para o conhecimento do meio, mas muito menos importante
para a apreciação das causas da revolta e da forma como ela decorreu."
René Pélissier, p.133  

Literatura da expansão, colonial e literaturas africanas de expressão portuguesa

          1. Definições

* da expansão
* colonial
* ultramarina
* africana

Sobre a literatura de expansão, ler cap. O nascimento do mito imperial e a entrada do negro no texto literário em Portugal, de Manuel Ferreira, O Discurso no Percurso Africano I, Plátano ed., 1989 ( da pág. 283 à pág. à pág. 307 )

Salvato Trigo afirma sobre a literatura ultramarina:
e       sobre a literatura colonial:

... a literatura colonial caracteriza-se justamente pelo facto de os seus cultores não abdicarem da sua identidade, das referências culturais e civilizacionais dos seus países, embora tentem mostrar-se integrados no meio e na sociedade nova de que fazem parte. (p.144-145, ibidem )
 
    ou de acordo com Mathé:

    ... a literatura colonial pretende ser, fundamentalmente, um hino de louvor à civilização colonizadora, à metrópole e à nação do colono, cujos actos de heroicidade e de aventureirismo, de humanidade e de estoicismo são, quase sempre, enquadrados por uma visão maniqueísta da vida e do mundo envolvente, o que levou Claude Wauthier a afirmar que " é preciso, sem dúvida, limpar o quadro de toda uma literatura exótica e colonial onde se exprimia, muitas vezes a coberto do pitoresco, um racismo impenitente". ( ibidem, 145-146 )

e ainda: 

Estudar a literatura colonial será, pois, acompanhar a diáspora da língua e entender melhor o comportamento histórico e a postura africana deste povo de que fazemos parte e cuja História temos a obrigação de respeitar e, sobretudo, de ler sincronicamente.
Esta caracterização da literatura colonial deverá ser confrontada com a definição de Manuel Ferreira:
... a literatura colonial define-se essencialmente pelo facto de o centro do universo narrativo ou poético se vincular ao homem europeu e não ao homem africano. No contexto da literatura colonial, o homem negro aparece como que por acidente, por vezes visto paternalisticamente e, quando tal acontece já é um avanço, porque a norma é a sua animalização ou coisificação. O branco é elevado à categoria de herói mítico, o desbravador das terras inóspitas, o portador de uma cultura superior. ( p.14, in Laep, Bibl. Breve )

* Leitura de um extracto do cap. inicial do romance A Chaga (1970, ed. póst. ) de Castro Soromenho ( 1910 - 1968 ). Moçambicano de origem e angolano de vivência, consagrou o arranque da autêntica ficção angolana

Bibliografia: 

Cidade, Hernâni, A literatura portuguesa e a expansão ultramarina, vol. I, séc. XV e XVI, 2ª ed. refundida; Lisboa, Arménio Amado, 1963
Cristóvão, Cruzeiro do Sul, ao Norte, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1983 ~
        Mathé, Roger; L'Exotisme, Paris, Bordas, 1972
Oliveira, José Osório de;  Geografia Literária, Imprensa da Universidade, 1930
Wauthier, Claude; L'Afrique des Africains, Paris,  Seuil, 1977





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