Agustina Bessa-Luís: notas de leitura de A Sibila

 

 A organização da narrativa: cap. I / cap. XIX

Abertura: diálogo entre Germana e Bernardo - continuação do diálogo iniciado no cap. XIX. Sob o olhar de Germa: o velório (o seu significado sociológico) de Quina, reacções de Augusto, ingénuo, puro e bronco; o contraste entre a atitude dos familiares e a atitude de Augusto - o papel do discurso directo; a impressão de vazio - de fim de um tempo - entrecortada pela alegre gaita de beiços de Custódio, a transformação física de Custódio - o retrato de Custódio / o “fascínio do olhar morto”, o desgosto de Custódio - a analepse referente ao “amortalhar” de Quina - as reação de Inácio Lucas. O testamento, Germa, a herdeira absoluta, excepto do que Quina adquirira após a morte de Maria... Reflexão sobre a herança, como empréstimo e não como dávida.
Custódio, porém, não ficava deserdado... esbanjador... recusa abandonar a Vessada - a vida de Custódio após a morte de Quina. A morte de Estina no verão seguinte (?) o caminho de Inácio Lucas .... Tinham passado dois anos.

    Este diálogo introduz a situação / caracterização destas personagens e a questão essencial colocada pela obra: Quem sou eu / Germana? A resposta ser-nos há dada pela história da família Teixeira.

       Cap. XVIII: A morte de Quina

Comentário detalhado, sobretudo, em termos ideológicos: a conceção animista da vida e da morte face às conceções trágica e dramática; a singularidade da personagem-herói. O “diálogo” de Quina (consciência e, sobretudo, sentidos auditivo e visual) com os “passos” - a presença fantasmática da morte que atravessa a casa na direção de Quina; a chama da vela e o vento. O papel da questão de retórica (as estratégias do narrador: o ponto de vista). A noite alta e a madrugada. A morte: passagem / regresso ao cosmos. O advérbio de modo; a escolha do léxico; as comparações e as metáforas; o simbolismo; o contraste / paradoxo... a descrição dinâmica...

       Preparação do comentário de um excerto do 1º cap. - Como Isidra conhece Francisco Teixeira

Da sacada / varanda (regionalismo nortenho), Isidra observa desapaixonadamente a romaria / procissão (Ponto de vista)
Retrato de Isidra, físico e psicológico, que contrasta com o ambiente de festa
Subitamente ... a desordem ... a luta embraveceu - a comparação marinha / “como vagas”
E, então, (...) “destacou-se o pequeno vulto de Francisco Teixeira” - nova comparação marinha / “ondulando como um corpo que voga na maré”
Havia sangue: a procissão parara - ver comportamento dos integrantes: os anjos, o abade, as filas de crentes ajoelhados
Discurso directo: - Então essa guarda? (os mesários)
Partiam estafetas ... as vendedeiras ... Os foguetes explodiam

    Cap. II: comentário do trecho “Ele não tinha mudado”,  até “com um pequeno suspiro enfastiado, e dizia.” 

Em termos temáticos:

Francisco Teixeira / Maria - mundo vs casa
O tempo que apaga as mágoas de Maria (prolepse)
Narcisa, adjuvante: conselheira de Maria
O enraizamento da família
Justina - Estina / Joaquina - Quina: a diferença de educação
Quina revela gosto pela cultura popular: canta quadras irreverentes a respeito da Patuleia
Retrato breve do marido de Narcisa Soqueira (analepse que o situa em 1846 - revolta da Mª da Fonte e da Patuleia)
Descrição sumária da casa restaurada: nova cozinha - cortes do gado; quinteiro
A diferença de educação é explicada pela preferência que Maria teria por Estina
A educação de Quina: activa e responsável desde muito nova
O diálogo entre F. Teixeira e Maria sobre a educação de Quina: o exemplo da prima do Soito
A aliança latente e secreta de Quina com o pai:
Apenas ... somente (a exclusão): um sorriso, uma palavra, os olhos pregados no chão...
Maria carrasco e vítima
O lugar de Francisco Teixeira no lar. cfr. com os trechos:

“Logo depois, morreu Francisco Teixeira” até ao final do parágrafo - cap. III
“Toda a casa, para Quina, era a doce evocação do pai...” - cap. XVII
A relação pai /filha, vista como uma “folia trocista, contra o próprio Deus.”
O pai-herói e a rejeição da psicologia da corte feminina, em nome da sua autodeterminação

Retrato de Balbina - madrinha de Quina

Álvaro Manuel Machado , ao referir-se ao “romance de Agustina como arte da acumulação e do pormenor”, diz-nos o seguinte:

De facto, há em Agustina, desde o primeiro romance publicado, uma aparente repetição, quer temática quer de elaboração da linguagem. O que nos leva a pensar que para Agustina a obra de arte é um mundo fechado, digamos, um absoluto. (...) No sentido de uma diversidade que se concentra na acumulação de pormenores quase imperceptíveis. Um pormenor que passaria desapercebido se não fosse procurado pelo absoluto da arte.
Como o explica Proust, quando o narrador, ao ouvir a massa sonora feita de mil detalhes recorrentes que é a música de Wagner, encontra na arte:
“ La variété que j’avais en vain cherchée dans la vie, dans le voyage.”
        in La Prisonnière...

• Em termos estilísticos

Maria viveu um inferno de desesperos mudos.
Quando Francisco chegava, via-lhe os olhos requeimados, os modos secos, aquele cirandar cheio de dignidade que o vexava e lhe produzia remorsos; então calava-se também, e no seu coração aquela atitude ia roendo até a imaginação a transformar em ofensa e ele acabar por sobrepor-se às suas culpas como a vítima mais lamentável.
A família enraizava-se de novo e estendia os seus ramos naquela casa da Vessada que se reedificava lentamente
Quina (...) cantava com a vozinha trôpega quadras irreverentes
Dos caibros... até ao final do parágrafo: e onde a geada fazia efeitos de corais brancos nos gravetos de urze
Mas ela vergava-se àquela seca disciplina...
Se esta (Maria) tivesse ócios disponíveis para tais subtilezas
uma mulher gemebunnda
Ele a socorria com o disfarçado conforto dum sorriso
Ele cortejava-a profundamente, de resto, como usava fazer com todas as mulheres sem excluir as filhas, incapaz de rispidez perante elas, domado por aquele sortilégio de saias, de vozes cantantes, de risos e meneios, de nervosismos lacrimosos e doces tiranias do instinto.

    O simbolismo da casa

“La maison, dans la vie de l’homme, évince des contingences, elle multiplie ses conseils de continuité. Sans elle, l’homme serait un être dispersé. Elle maintient l’homme à travers les orages du ciel et les orages de la vie. Elle est corps et âme. Elle est le premier monde de l’être humain. Avant d’être “jeté au monde” comme le professent les métaphysiques rapides, l’homme est déposé dans le berceau de la maison.” Gaston Bachelard, La poétique de l’espace, p.26
“C’est par l’espace, c’est dans l’espace que nous trouvons les beaux fossiles de durée concrétisés par de longs séjours. L’inconscient séjourne. Les souvenirs sont immobiles, d’autant plus solides qu’ils sont mieux spatialisés.” idem, p. 28

Procurar  o simbolismo da casa em A SIBILA

Descrição da casa: p. 41
A casa da Vessada: p. 206, 207,208, 209, 210, 211 - cap. XVII
A casa de João: p. 193 -194, cap. XVI
A casa de Abel: p. 190, 194 - 195, cap. XVI
Sobre o simbolismo da casa: p. 189, cap. XV
A casa: p. 169, 170, cap. XIV

Retratos de Estina e de Quina: cap. III

Retrato de Estina: indicar as semelhanças com a mãe...
Retrato de Quina: o que é que a diferencia da mãe e da irmã? A síntese do comportamento e da acção de Quina, ao longo da obra (33)Traços herdados do pai, da madrinha (36)... foge à tradição da casa da Vessada ... a diferença de comportamento: Maria e Quina no caso da “querela de águas”...
Os rapazes: semelhanças com o pai: volúveis e fracos...
O destino: a Vessada perpetuar-se-ia através do nome de Maria / Abel / Germa e não dos Teixeiras...

Analisar o carácter das personagens através da sua acção, nomeadamente, Maria:

A decadência do velho garanhão Francisco Teixeira..., que durante 2 anos mantém em casa, para vergonha de Maria e dos filhos, a jovem e arrogante amante, que mais tarde caiu na prostituição. Repudiada por F. T., foi, no entanto, socorrida na miséria por Maria e filhas. (35)

Narrativa encaixada: O filho mais velho de Narcisa Soqueira / a caricatura da ignorância... / final do séc. XIX (37 / 38) - foi a riqueza deste “brasileiro” que levou Abílio a emigrar, aos 13 anos...

A morte de Abílio e a morte de Francisco Teixeira (38, 39)


Definição do casamento: (39)

Estina / Luís Romão (39/40)

Quina / Adão - sétimo filho (...) / a superstição - informação sociológica... agiota ... o avô de Adão 

A presença de Balzac: o velho Grandet ... Quina impede o seu casamento com Adão

Descrição da casa (41)


Cap. IV - 44-52


A Queda

Quina, aos 15 anos, adoece gravemente: a doença acamou-a durante um ano.

Reacção do pai e dos outros - a invalidez ... o fim (sentença das vizinhas)

A atitude de Narcisa Soqueira : “compungida”... “vagamente descoroçoada”

Retrato sumário de Augusto (narrativa encaixada) - ver função

Os delírios de Quina contribuem para que o povo lhe dê uma dimensão espiritual, para que a mãe mude o seu comportamento. E essa mudança teve um efeito perene

Veja-se o carácter iterativo do discurso através da repetição do pronome “Ela”:

[Mas, em Quina / Ela, tão acostumada / um tanto escorraçada / e relegada / considerada / ela que continha / reagiu / a sua típica reacção / usando... / Ela, que até ali / que apenas fora / compreendeu / Ela compreendeu ... não pela razão, mas pelo sentimento. / Sentiu ...o privilégio]

Quina descobre uma “forma de se expressar sibilina e delicada...” (45)

A Sibila: 45, 63 (VI), 76 (VII), 112 ( X), 128 (XI), 135 (XII), 162 (XIII - Custódio), 165 (XIV - o génio medianeiro), 169 (XIV - a última intervenção...), 214 (XVII), 249 (XIX - A nova Sibila).

O Tio José - a visão romântica do campo 

Campo vs Cidade

A Sibila - cap. VI

1. João casa com uma proprietária madurona que desagrada profundamente a Maria, porque:

Ela é uma lorpa, nem do campo nem fidalga, que não sabe ser nem uma coisa nem outra.

Teu irmão fez um casamento que nos humilha.

“Esta desacredita-me a família.” 

- Expressão da rigidez cultural de Maria: p. 60-61

2. Abel era o benjamim para a mãe... que lembrava o pai: doidivanas, aventureiro, exagerado, megalómano, perdulário... A sua partida “foi uma libertação.”

3. Quina beneficiou socialmente das relações do irmão - começou a frequentar a sociedade - “uma certa fauna que ela jamais frequentara” (62)

Descrição dos bastidores femininos dessa aristocracia provinciana... (63)

A génese social da Sibila.../ o apreço pela lisonja / elogio

4. A Condessa de Monteros: o retrato depois de ter enviuvado (64)

Ver Elisa Aida Fattoni (afilhada da tia Balbina tal como Quina), condessa de Monteros: origem, casamento - cap. II, p. 25-27 / 64... Abel ter-se-á enamorado dela...

5. As orações de Quina (66)... o medo (67)... o vexame

6. A visita do novo abade... e a pobreza das gentes (68)... vinha dum lugarejo do Minho, à beira-mar, onde tinha por rebanho um punhado de sargaceiras (...) e que aos vinte anos já eram velhas...

A previsão de Quina “ louca, vidente, criatura sem nexo” nas palavras de Abel sobre o futuro da condessa de Monteros (69) Dois dias depois, foi-se embora da casa da Vessada (Abel)

7. No dia de fiéis, o encontro de Quina com a condessa em frente do mausoléu

Descrição do dia de fiéis (69): 

Cap. VII

A amizade entre Quina e a Condessa nasceu no dia de finados. (70)

A volubilidade da condessa (Quina)

A Condessa procura o conselho de Quina / Sibila - “ a sua qualidade estranha de virtuosa da oração não se divulgara muito” / “ como uma alma auxiliadora das penas alheias” ( a oração, 71)

A reacção de Quina ao convite da Condessa: perplexa (71)

Novo retrato de Elisa Aida (71-72): as razões porque não se habituava à capital; as razões que a impediam de casar (73)

 Sobre o Romance

“ O mundo da epopeia responde à pergunta: como é que a vida se pode tornar essencial? Mas a resposta não amadureceu suficientemente para se tornar pergunta senão no momento em que a substância é já um apelo surgido de um horizonte distante. Para que se pudesse tornar consciência de que a vida tal como é ( e todo o deve-ser suprime a vida) perdera a imanência da essência, foi primeiro necessário que a tragédia respondesse à pergunta: como é que a essência se pode tornar viva?”

Georg Lukács, Teoria do Romance, p. 35

“ O romance é a epopeia de um tempo em que a totalidade extensiva da vida não é já dada de maneira imediata, de um tempo para o qual a imanência do sentido à vida se tornou problema mas que, apesar de tudo, não cessou de aspirar à totalidade.” p. 61, Lukács, Teoria do Romance

“ A epopeia afeiçoa uma totalidade de vida acabada por ela mesma, o romance procura descobrir e edificar a totalidade secreta da vida. (...)  Dessa maneira o espírito fundamental do romance, aquele que lhe determina a forma, objectiva-se como psicologia dos heróis romanescos: esses heróis estão sempre em busca.” p. 66, ibidem. 

“ Em todo o rigor, o herói da epopeia não é nunca um indivíduo. Desde sempre, considerou-se como uma característica essencial da epopeia o facto de o seu objecto não ser um destino pessoal, mas o de uma comunidade.” p. 73, ibidem

“ No romance (...) a intenção ética é sensível mesmo no centro da estruturação de cada pormenor, é, no seu conteúdo mais secreto, um elemento eficaz da estruturação da obra. Assim, enquanto que a característica essencial dos outros géneros literários é repousar numa forma acabada, o romance como alguma coisa de que devém, como um processo.” p. 80, ibidem

“ O romance obriga o próprio essencial da sua totalidade a ficar entre o seu início e o seu fim e, devido a isso, exalta o indivíduo até à altitude infinita daquele que deve criar um mundo completo com a sua experiência vivida e manter essa criação em equilíbrio; até uma altitude como nunca o indivíduo épico poderia alcançar, ainda que fosse herói de Dante, o qual deve a sua significação à graça que lhe foi concedida e não à sua individualidade. Mas, em virtude dessa ruptura, o indivíduo reduz-se a não ser senão um instrumento cuja situação central depende exclusivamente da sua aptidão para revelar uma certa problemática do mundo.” p. 93, ibidem


Cap. VI

1. João casa com uma proprietária madurona que desagrada profundamente a Maria, porque:

“Ela é uma lorpa, nem do campo nem fidalga, que não sabe ser nem uma coisa nem outra.”

“Teu irmão fez um casamento que nos humilha.”

“Esta desacredita-me a família.” 

- Expressão da rigidez cultural de Maria: p. 60-61

2. Abel era o benjamim para a mãe... que lembrava o pai: doidivanas, aventureiro, exagerado, megalómano, perdulário... A sua partida “foi uma libertação.”

3. Quina beneficiou socialmente das relações do irmão - começou a frequentar a sociedade - “uma certa fauna que ela jamais frequentara” (62)

Descrição dos bastidores femininos dessa aristocracia provinciana... (63)

A génese social da Sibila.../ o apreço pela lisonja / elogio

4. A Condessa de Monteros: o retrato depois de ter enviuvado (64)

Ver Elisa Aida Fattoni (afilhada da tia Balbina tal como Quina), condessa de Monteros: origem, casamento - cap. II, p. 25-27 / 64... Abel ter-se-á enamorado dela...

5. As orações de Quina (66)... o medo (67)... o vexame

6. A visita do novo abade... e a pobreza das gentes (68)... vinha dum lugarejo do Minho, à beira-mar, onde tinha por rebanho um punhado de sargaceiras (...) e que aos vinte anos já eram velhas...

A previsão de Quina “ louca, vidente, criatura sem nexo” nas palavras de Abel sobre o futuro da condessa de Monteros (69) Dois dias depois, foi-se embora da casa da Vessada (Abel)

7. No dia de fiéis, o encontro de Quina com a condessa em frente do mausoléu

Descrição do dia de fiéis (69):



Cap. VII


Porque é que Abel  partiu repentinamente? (75-76)

Explique o que é que motivou Elisa Aida a convidar Quina?  (76)


A amizade entre Quina e a Condessa nasceu no dia de finados. (70)


A volubilidade da condessa (Quina)

A Condessa procura o conselho de Quina / Sibila - “ a sua qualidade estranha de virtuosa da oração não se divulgara muito” / “ como uma alma auxiliadora das penas alheias” ( a oração, 71)

A reacção de Quina ao convite da Condessa: perplexa (71)

Novo retrato de Elisa Aida (71-72): as razões porque não se habituava à capital; as razões que a impediam de casar (73). 

Uma experiência muito azeda - o romance de Elisa Aida: resumir o episódio - o volume misterioso de versos; a infancia (73); devolve o volume; resposta do misterioso emissário; resposta de Elisa - o início da correspondência, feita de citações “intelectuais” de  D’Annunzio e de Omar kayhaam. Elisa apaixona-se (atmosfera recriada pelo romântico Shubert)... Elisa supunha que ele fosse jovem ... a paixão ... comentário sobre o gosto de Elisa Aida (74) Elisa decidida a casar (75) Os preparativos para receber o seu herói - sempre o vestuário de origem estrangeira, como forma de suprema sedução. Ver exemplos do mau gosto de Elisa Aida... como se fosse uma actriz de moral duvidosa... A resposta vingativa  do falso pretendente NÃO PEGOU. E assim se explica o motivo da partida de Abel.


Quina entrou na alcova-boudoir ...  - Ora viva a sibila! Novo retrato de Elisa Aida. 

O diálogo entre Quina e Elisa Aida: - ver o tom sentencioso de Quina (77):

Sobre o perdão:

“- Perdoava a uma criança, retribuía a uma mulher; tratando-se de homem, esquecia.” 

Sentença: Um locus communis, formulado numa frase e que aparece com a pretensão de valer como norma reconhecida do conhecimento do mundo e relevante para a conduta na vida, ou como norma para a própria conduta na vida. pág. 237, Elementos de retórica literária

Sentenças como verificação, exclamação, conselho...

Uma sentença  que se coloca no fim de um raciocínio argumentante ou narrativo chama-se epifonema.

A conversa entre a Condessa e Quina durou uma manhã. (77)

- Qual foi o assunto da conversa?

- Estudo dos constituintes do parágrafo “Toda a manhã papaguearam as duas...” /77: 

Comentário sobre o que fizeram

Descrição da alcova-boudoir (77): observar a organização da descrição; ponto de vista

Comentário sobre as relações entre a Condessa e Quina

A conversa (78): ... a celebração do aniversário / Elisa Aida (78)

caracterização de o de Lago

a espera dos de Lago


Quina visita Estina: só-lhe restava uma filha que sofria de halucinações; dois rapazes tinham morrido... (79) mercê da brutalidade do pai  (81)

Encontro entre tia e sobrinha (80)

Novo retrato de Estina... que se recusa a abandonar Inácio...

Inácio Lucas torturara-a sempre - figura demoníaca...

Estina: era a réplica, mais estóica, de Maria... (81) - invulnerabilidade + pudor + honra

O sistema familiar matriarcal e os homens

Cap. VIII


1917 / Quina aos 40 anos: os pretendentes. Narcisa Soqueira sonhava casar Augusto com Quina (83). A família Soqueira - analepse em que se reconta um episódio da Patuleia vivido pelo pai de Augusto (ver 2º capítulo, p. 21 - herói de muitas histórias galhofeiras)

Ver qual a função da evocação deste episódio / hereditariedade... 

Augusto / Quina - novo retrato de Augusto (83,84)... que trocava o g (ruta) pelo b (ruta).

O Judaísmo de Adão e do sobrinho-emigrante que explorava os outros emigrantes: ver origem hebraica do termo “trêfego”... /85... anti-judaísmo do povo ?

Recuo a 1913 (85): Adriana no Folgozinho, a esconder a mágoa provocada pela traição do marido...que tentava segurar através de indumentárias exuberantes.... (86)

1914 / início da guerra (87): significou a reconciliação com o marido, sobretudo, devido à partida do filho mais velho para o front

A casa da Vessada prospera... João - pressionado pela mulher - parte para a cidade, abdicando da sua parte da herança, que Quina comprou, pedindo um empréstimo... / Quina “fazia casa” ... apenas a sombra de Inácio Lucas.

Adão lastima não ter casado com Quina - uma corte de filhos inaptos... padres

Abel, rico, não reivindicava a sua quota... nem mesmo quando decidiu casar com uma “rapariga de origem castelhana” (88)

Ponto de vista do narrador sobre as estratégias de enriquecimento de Abel e de Quina - favorável a esta última que mais não fazia que “juntar migalhas” (88). Novo retrato de Quina: Porém Quina amava o mundo... a exterioridade - moda, classe, saber. Isto condenou-a. Esse apego apaixonado ao momentâneo manteve-a sempre ao nível do efémero. (...) Como veículo do sobrenatura / venerabilidade - vaidade: ex. A morte do marido da velha Lisa (89-93):


“ De resto, a morte dum velho não inspira dor a outro velho - inspira pânico.” (89)

A vaidade de Quina:” Invadia-a uma exultação. “Ele precisa de mim - pensava -, ele está calmo e não sabe que vai morrer só porque eu quis assim...” (91) / a jubilosa agonia de Quina / o tom postiço da voz de Quina / penetrada de exultante felicidade(93)

“Na morte não há irmãos, ele já não é mais nosso...” (93)

O velho morreu de madrugada

Domingas, viúva, amortalhadeira, atreita a amores... Quina detestava-a, “pois a sabia enredadeira e mentirosa.” Dominga era a única mulher que “bendizia os homens” (92)

O abade e a casa da Vessada (94-95): “O padre era-lhes venerável, ainda que a criatura humana fosse para elas cheia de misérias.”


Cap. IX

Num dia de chuva intensa - Outono, o carteiro anuncia o nascimento de Germa. (95) Quina detestava que lhe escrevessem postais - a indelicadeza: comunicação sujeita à curiosidade. Quina embriaga o carteiro. Maria manda-o embora.

Este nascimento não as entusiasmou (98)

 




















































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