A organização da narrativa: cap. I / cap. XIX
Este diálogo introduz a situação / caracterização destas personagens e a questão essencial colocada pela obra: Quem sou eu / Germana? A resposta ser-nos há dada pela história da família Teixeira.
Cap. XVIII: A morte de Quina
Comentário detalhado, sobretudo, em termos ideológicos: a conceção animista da vida e da morte face às conceções trágica e dramática; a singularidade da personagem-herói. O “diálogo” de Quina (consciência e, sobretudo, sentidos auditivo e visual) com os “passos” - a presença fantasmática da morte que atravessa a casa na direção de Quina; a chama da vela e o vento. O papel da questão de retórica (as estratégias do narrador: o ponto de vista). A noite alta e a madrugada. A morte: passagem / regresso ao cosmos. O advérbio de modo; a escolha do léxico; as comparações e as metáforas; o simbolismo; o contraste / paradoxo... a descrição dinâmica...
“Toda a casa, para Quina, era a doce evocação do pai...” - cap. XVII
A relação pai /filha, vista como uma “folia trocista, contra o próprio Deus.”
O pai-herói e a rejeição da psicologia da corte feminina, em nome da sua autodeterminação
Retrato de Balbina - madrinha de Quina
• Em termos estilísticos
O simbolismo da casa
“La maison, dans la vie de l’homme, évince des contingences, elle multiplie ses conseils de continuité. Sans elle, l’homme serait un être dispersé. Elle maintient l’homme à travers les orages du ciel et les orages de la vie. Elle est corps et âme. Elle est le premier monde de l’être humain. Avant d’être “jeté au monde” comme le professent les métaphysiques rapides, l’homme est déposé dans le berceau de la maison.” Gaston Bachelard, La poétique de l’espace, p.26“C’est par l’espace, c’est dans l’espace que nous trouvons les beaux fossiles de durée concrétisés par de longs séjours. L’inconscient séjourne. Les souvenirs sont immobiles, d’autant plus solides qu’ils sont mieux spatialisés.” idem, p. 28
Procurar o simbolismo da casa em A SIBILA
Descrição da casa: p. 41A casa da Vessada: p. 206, 207,208, 209, 210, 211 - cap. XVII
Sobre o simbolismo da casa: p. 189, cap. XV
A casa: p. 169, 170, cap. XIV
Retratos de Estina e de Quina: cap. III
Analisar o carácter das personagens através da sua acção, nomeadamente, Maria:
A decadência do velho garanhão Francisco Teixeira..., que durante 2 anos mantém em casa, para vergonha de Maria e dos filhos, a jovem e arrogante amante, que mais tarde caiu na prostituição. Repudiada por F. T., foi, no entanto, socorrida na miséria por Maria e filhas. (35)
Narrativa encaixada: O filho mais velho de Narcisa Soqueira / a caricatura da ignorância... / final do séc. XIX (37 / 38) - foi a riqueza deste “brasileiro” que levou Abílio a emigrar, aos 13 anos...
A morte de Abílio e a morte de Francisco Teixeira (38, 39)
Definição do casamento: (39)
Estina / Luís Romão (39/40)
Quina / Adão - sétimo filho (...) / a superstição - informação sociológica... agiota ... o avô de Adão
A presença de Balzac: o velho Grandet ... Quina impede o seu casamento com Adão
Descrição da casa (41)
Cap. IV - 44-52
A Queda
Quina, aos 15 anos, adoece gravemente: a doença acamou-a durante um ano.
Reacção do pai e dos outros - a invalidez ... o fim (sentença das vizinhas)
A atitude de Narcisa Soqueira : “compungida”... “vagamente descoroçoada”
Retrato sumário de Augusto (narrativa encaixada) - ver função
Os delírios de Quina contribuem para que o povo lhe dê uma dimensão espiritual, para que a mãe mude o seu comportamento. E essa mudança teve um efeito perene
Veja-se o carácter iterativo do discurso através da repetição do pronome “Ela”:
[Mas, em Quina / Ela, tão acostumada / um tanto escorraçada / e relegada / considerada / ela que continha / reagiu / a sua típica reacção / usando... / Ela, que até ali / que apenas fora / compreendeu / Ela compreendeu ... não pela razão, mas pelo sentimento. / Sentiu ...o privilégio]
Quina descobre uma “forma de se expressar sibilina e delicada...” (45)
A Sibila: 45, 63 (VI), 76 (VII), 112 ( X), 128 (XI), 135 (XII), 162 (XIII - Custódio), 165 (XIV - o génio medianeiro), 169 (XIV - a última intervenção...), 214 (XVII), 249 (XIX - A nova Sibila).
O Tio José - a visão romântica do campo
Campo vs Cidade
A Sibila - cap. VI
1. João casa com uma proprietária madurona que desagrada profundamente a Maria, porque:
Ela é uma lorpa, nem do campo nem fidalga, que não sabe ser nem uma coisa nem outra.
Teu irmão fez um casamento que nos humilha.
“Esta desacredita-me a família.”
- Expressão da rigidez cultural de Maria: p. 60-61
2. Abel era o benjamim para a mãe... que lembrava o pai: doidivanas, aventureiro, exagerado, megalómano, perdulário... A sua partida “foi uma libertação.”
3. Quina beneficiou socialmente das relações do irmão - começou a frequentar a sociedade - “uma certa fauna que ela jamais frequentara” (62)
Descrição dos bastidores femininos dessa aristocracia provinciana... (63)
A génese social da Sibila.../ o apreço pela lisonja / elogio
4. A Condessa de Monteros: o retrato depois de ter enviuvado (64)
Ver Elisa Aida Fattoni (afilhada da tia Balbina tal como Quina), condessa de Monteros: origem, casamento - cap. II, p. 25-27 / 64... Abel ter-se-á enamorado dela...
5. As orações de Quina (66)... o medo (67)... o vexame
6. A visita do novo abade... e a pobreza das gentes (68)... vinha dum lugarejo do Minho, à beira-mar, onde tinha por rebanho um punhado de sargaceiras (...) e que aos vinte anos já eram velhas...
A previsão de Quina “ louca, vidente, criatura sem nexo” nas palavras de Abel sobre o futuro da condessa de Monteros (69) Dois dias depois, foi-se embora da casa da Vessada (Abel)
7. No dia de fiéis, o encontro de Quina com a condessa em frente do mausoléu
Descrição do dia de fiéis (69):
Cap. VII
A amizade entre Quina e a Condessa nasceu no dia de finados. (70)
A volubilidade da condessa (Quina)
A Condessa procura o conselho de Quina / Sibila - “ a sua qualidade estranha de virtuosa da oração não se divulgara muito” / “ como uma alma auxiliadora das penas alheias” ( a oração, 71)
A reacção de Quina ao convite da Condessa: perplexa (71)
Novo retrato de Elisa Aida (71-72): as razões porque não se habituava à capital; as razões que a impediam de casar (73)
Sobre o Romance
“ O mundo da epopeia responde à pergunta: como é que a vida se pode tornar essencial? Mas a resposta não amadureceu suficientemente para se tornar pergunta senão no momento em que a substância é já um apelo surgido de um horizonte distante. Para que se pudesse tornar consciência de que a vida tal como é ( e todo o deve-ser suprime a vida) perdera a imanência da essência, foi primeiro necessário que a tragédia respondesse à pergunta: como é que a essência se pode tornar viva?”
Georg Lukács, Teoria do Romance, p. 35
“ O romance é a epopeia de um tempo em que a totalidade extensiva da vida não é já dada de maneira imediata, de um tempo para o qual a imanência do sentido à vida se tornou problema mas que, apesar de tudo, não cessou de aspirar à totalidade.” p. 61, Lukács, Teoria do Romance
“ A epopeia afeiçoa uma totalidade de vida acabada por ela mesma, o romance procura descobrir e edificar a totalidade secreta da vida. (...) Dessa maneira o espírito fundamental do romance, aquele que lhe determina a forma, objectiva-se como psicologia dos heróis romanescos: esses heróis estão sempre em busca.” p. 66, ibidem.
“ Em todo o rigor, o herói da epopeia não é nunca um indivíduo. Desde sempre, considerou-se como uma característica essencial da epopeia o facto de o seu objecto não ser um destino pessoal, mas o de uma comunidade.” p. 73, ibidem
“ No romance (...) a intenção ética é sensível mesmo no centro da estruturação de cada pormenor, é, no seu conteúdo mais secreto, um elemento eficaz da estruturação da obra. Assim, enquanto que a característica essencial dos outros géneros literários é repousar numa forma acabada, o romance como alguma coisa de que devém, como um processo.” p. 80, ibidem
“ O romance obriga o próprio essencial da sua totalidade a ficar entre o seu início e o seu fim e, devido a isso, exalta o indivíduo até à altitude infinita daquele que deve criar um mundo completo com a sua experiência vivida e manter essa criação em equilíbrio; até uma altitude como nunca o indivíduo épico poderia alcançar, ainda que fosse herói de Dante, o qual deve a sua significação à graça que lhe foi concedida e não à sua individualidade. Mas, em virtude dessa ruptura, o indivíduo reduz-se a não ser senão um instrumento cuja situação central depende exclusivamente da sua aptidão para revelar uma certa problemática do mundo.” p. 93, ibidem
Cap. VI
1. João casa com uma proprietária madurona que desagrada profundamente a Maria, porque:
“Ela é uma lorpa, nem do campo nem fidalga, que não sabe ser nem uma coisa nem outra.”
“Teu irmão fez um casamento que nos humilha.”
“Esta desacredita-me a família.”
- Expressão da rigidez cultural de Maria: p. 60-61
2. Abel era o benjamim para a mãe... que lembrava o pai: doidivanas, aventureiro, exagerado, megalómano, perdulário... A sua partida “foi uma libertação.”
3. Quina beneficiou socialmente das relações do irmão - começou a frequentar a sociedade - “uma certa fauna que ela jamais frequentara” (62)
Descrição dos bastidores femininos dessa aristocracia provinciana... (63)
A génese social da Sibila.../ o apreço pela lisonja / elogio
4. A Condessa de Monteros: o retrato depois de ter enviuvado (64)
Ver Elisa Aida Fattoni (afilhada da tia Balbina tal como Quina), condessa de Monteros: origem, casamento - cap. II, p. 25-27 / 64... Abel ter-se-á enamorado dela...
5. As orações de Quina (66)... o medo (67)... o vexame
6. A visita do novo abade... e a pobreza das gentes (68)... vinha dum lugarejo do Minho, à beira-mar, onde tinha por rebanho um punhado de sargaceiras (...) e que aos vinte anos já eram velhas...
A previsão de Quina “ louca, vidente, criatura sem nexo” nas palavras de Abel sobre o futuro da condessa de Monteros (69) Dois dias depois, foi-se embora da casa da Vessada (Abel)
7. No dia de fiéis, o encontro de Quina com a condessa em frente do mausoléu
Descrição do dia de fiéis (69):
Cap. VII
Porque é que Abel partiu repentinamente? (75-76)
Explique o que é que motivou Elisa Aida a convidar Quina? (76)
A amizade entre Quina e a Condessa nasceu no dia de finados. (70)
A volubilidade da condessa (Quina)
A Condessa procura o conselho de Quina / Sibila - “ a sua qualidade estranha de virtuosa da oração não se divulgara muito” / “ como uma alma auxiliadora das penas alheias” ( a oração, 71)
A reacção de Quina ao convite da Condessa: perplexa (71)
Novo retrato de Elisa Aida (71-72): as razões porque não se habituava à capital; as razões que a impediam de casar (73).
Uma experiência muito azeda - o romance de Elisa Aida: resumir o episódio - o volume misterioso de versos; a infancia (73); devolve o volume; resposta do misterioso emissário; resposta de Elisa - o início da correspondência, feita de citações “intelectuais” de D’Annunzio e de Omar kayhaam. Elisa apaixona-se (atmosfera recriada pelo romântico Shubert)... Elisa supunha que ele fosse jovem ... a paixão ... comentário sobre o gosto de Elisa Aida (74) Elisa decidida a casar (75) Os preparativos para receber o seu herói - sempre o vestuário de origem estrangeira, como forma de suprema sedução. Ver exemplos do mau gosto de Elisa Aida... como se fosse uma actriz de moral duvidosa... A resposta vingativa do falso pretendente NÃO PEGOU. E assim se explica o motivo da partida de Abel.
Quina entrou na alcova-boudoir ... - Ora viva a sibila! Novo retrato de Elisa Aida.
O diálogo entre Quina e Elisa Aida: - ver o tom sentencioso de Quina (77):
Sobre o perdão:
“- Perdoava a uma criança, retribuía a uma mulher; tratando-se de homem, esquecia.”
Sentença: Um locus communis, formulado numa frase e que aparece com a pretensão de valer como norma reconhecida do conhecimento do mundo e relevante para a conduta na vida, ou como norma para a própria conduta na vida. pág. 237, Elementos de retórica literária
Sentenças como verificação, exclamação, conselho...
Uma sentença que se coloca no fim de um raciocínio argumentante ou narrativo chama-se epifonema.
A conversa entre a Condessa e Quina durou uma manhã. (77)
- Qual foi o assunto da conversa?
- Estudo dos constituintes do parágrafo “Toda a manhã papaguearam as duas...” /77:
• Comentário sobre o que fizeram
• Descrição da alcova-boudoir (77): observar a organização da descrição; ponto de vista
• Comentário sobre as relações entre a Condessa e Quina
A conversa (78): ... a celebração do aniversário / Elisa Aida (78)
• caracterização de o de Lago
• a espera dos de Lago
Quina visita Estina: só-lhe restava uma filha que sofria de halucinações; dois rapazes tinham morrido... (79) mercê da brutalidade do pai (81)
Encontro entre tia e sobrinha (80)
Novo retrato de Estina... que se recusa a abandonar Inácio...
Inácio Lucas torturara-a sempre - figura demoníaca...
Estina: era a réplica, mais estóica, de Maria... (81) - invulnerabilidade + pudor + honra
O sistema familiar matriarcal e os homens
Cap. VIII
1917 / Quina aos 40 anos: os pretendentes. Narcisa Soqueira sonhava casar Augusto com Quina (83). A família Soqueira - analepse em que se reconta um episódio da Patuleia vivido pelo pai de Augusto (ver 2º capítulo, p. 21 - herói de muitas histórias galhofeiras)
Ver qual a função da evocação deste episódio / hereditariedade...
Augusto / Quina - novo retrato de Augusto (83,84)... que trocava o g (ruta) pelo b (ruta).
O Judaísmo de Adão e do sobrinho-emigrante que explorava os outros emigrantes: ver origem hebraica do termo “trêfego”... /85... anti-judaísmo do povo ?
Recuo a 1913 (85): Adriana no Folgozinho, a esconder a mágoa provocada pela traição do marido...que tentava segurar através de indumentárias exuberantes.... (86)
1914 / início da guerra (87): significou a reconciliação com o marido, sobretudo, devido à partida do filho mais velho para o front
A casa da Vessada prospera... João - pressionado pela mulher - parte para a cidade, abdicando da sua parte da herança, que Quina comprou, pedindo um empréstimo... / Quina “fazia casa” ... apenas a sombra de Inácio Lucas.
Adão lastima não ter casado com Quina - uma corte de filhos inaptos... padres
Abel, rico, não reivindicava a sua quota... nem mesmo quando decidiu casar com uma “rapariga de origem castelhana” (88)
Ponto de vista do narrador sobre as estratégias de enriquecimento de Abel e de Quina - favorável a esta última que mais não fazia que “juntar migalhas” (88). Novo retrato de Quina: Porém Quina amava o mundo... a exterioridade - moda, classe, saber. Isto condenou-a. Esse apego apaixonado ao momentâneo manteve-a sempre ao nível do efémero. (...) Como veículo do sobrenatura / venerabilidade - vaidade: ex. A morte do marido da velha Lisa (89-93):
“ De resto, a morte dum velho não inspira dor a outro velho - inspira pânico.” (89)
A vaidade de Quina:” Invadia-a uma exultação. “Ele precisa de mim - pensava -, ele está calmo e não sabe que vai morrer só porque eu quis assim...” (91) / a jubilosa agonia de Quina / o tom postiço da voz de Quina / penetrada de exultante felicidade(93)
“Na morte não há irmãos, ele já não é mais nosso...” (93)
O velho morreu de madrugada
Domingas, viúva, amortalhadeira, atreita a amores... Quina detestava-a, “pois a sabia enredadeira e mentirosa.” Dominga era a única mulher que “bendizia os homens” (92)
O abade e a casa da Vessada (94-95): “O padre era-lhes venerável, ainda que a criatura humana fosse para elas cheia de misérias.”
Cap. IX
Num dia de chuva intensa - Outono, o carteiro anuncia o nascimento de Germa. (95) Quina detestava que lhe escrevessem postais - a indelicadeza: comunicação sujeita à curiosidade. Quina embriaga o carteiro. Maria manda-o embora.
Este nascimento não as entusiasmou (98)
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