As hortas que conheci ficavam fora da aldeia e o percurso para lá chegar nem sempre era fácil. Nessa infância distante, esses terrenos eram pasto de assombração...
Relembro a frescura das águas que ia desviando para os diversos canteiros e o som da nora lentamente arrastada pela burra de serviço...
Hoje, atravessei uma horta urbana bem trabalhada e ensoleirada... e já não havia nora, nem jumento, nem água encanada...
Apenas um horticultor cuidava da sua plantação com desvelo...
Nas imediações, quatro meliantes dedicavam-se a outras artes, o que me fez pensar na assombração demoníaca de outrora...