«O Inglês vê-se como comandante dum navio, com um pequeno grupo de pessoas a bordo, tendo o mar à sua volta e por debaixo de si.»
«O Holandês teve, primeiro, de ganhar ao mar a terra em que habita. (...) O dique é o princ´pio e o fim da sua vida nacional.»
«O símbolo de massa dos Alemães era o exército. Mas o exército era mais do que o exército: era a floresta em marcha.»
«O símbolo de massa dos Franceses tem uma história recente: é a sua Revolução. (...) A massa, durante séculos vítima da justiça real, aplica ela própria a justiça.»
«Os Suiços têm em comun um símbolo de massa que lhes está diante dos olhos, a toda a hora, e é mais inabalável que o de outro qualquer povo: as montanhas.»
« Assim como o Inglês se vê como comandante de navio, o Espanhol vê-se como matador. Mas, em vez do mar, que obedece ao comandante, o toureiro possui uma multidão admiradora.»
«A tentativa de impor à Itália um falso símbolo de massa fracassou, para felicidade dos italianos.»
«O êxodo do Egipto - a imagem dessa multidão, que marcha anos e anos, através do deserto, tornou-se o símbolo de massa dos Judeus.
A leitura seguia curiosa e desperta pela pertinência da síntese de Elias Canetti - Massa e Poder: Massa e História - só que não encontro referência a Portugal - 'a nação que terá dado novos mundos ao mundo'...
Pensando um pouco mais, a verdade é que só me vem à ideia 'a arraia miúda' que não terá perdurado, porque, afinal, a Ordem de Cristo não passou de uma matilha elitita que rapidamente foi substituída por outros matilhas incapazes de se transformarem em massa - onda que fosse de ilha em continente em movimento sem limite...
Tal como hoje! Ou será que Canetti nos ignorou deliberadamente?