29.8.10

As Intermitências da Morte

De forma intermitente, lá consegui ler a obra até à última linha.  Vem classificada como romance, o que me parece abusivo, a não ser que, neste século XXI, tudo caiba neste “saco”…  Há muito que penso que José Saramago é, sobretudo, um ensaísta que gosta de pôr à prova a genologia. Saramago explora com enorme rigor os limites dos nossos conceitos, relativizando-os ao ponto de “as aberturas” serem, regra geral, inverosímeis. E neste caso, o mesmo acontece com o desfecho. Invertendo os desejos, é a morte quem suspende a rotina do dia seguinte, e não o violoncelista… o autor que, através da figura da suspensão, experimenta, como Penélope, prolongar a vida.
Claro está que a consciência da irremediável finitude convida à paródia e ao ajuste de contas e, n’As Intermitências da Morte, as instituições são as principais vítimas de um discurso soberano capaz de desossar a própria língua.
PS: No lugar onde me encontro, a internet também se encontra suspensa, não sei se por decisão da morte ( das tecnologias) se por distracção dos nossos ilustres governantes… 

25.8.10

A multiplicação na Esc. Secundária de Camões

E as abóboras enraizaram e crescem no parque de estacionamento da Escola Sec. de Camões, Lisboa, sob o atento olhar da árvore do  centenário do edifício e da República - a tília. Entre os frutos ilustres, passámos a contar com singelas abóboras. E para o efeito, para além da semente, do sol e da água, convém não esquecer o denodado jardineiro.
Afinal, o que o país e a escola necessitam é de sementes e de bons jardineiros!
/MCG

24.8.10

Afinal, de que Anjo falamos?

"Je voudrais clarifier ce que je comprends sous le mot ange. Depuis que l’homme a acquis un certain degré de conscience il a connu cet être spirituel sous différents noms :

au Japon, c’est Kami,

dans l’hindouisme, Deva ,

dans l’ancien Iran, Daena ou Fravarti,

dans la Grèce antique, Genios,

et Socrate parlait de son Daimon,

la tradition hébraïque le nomme Malach,

la chrétienne Angelos ou Ange,

et un journaliste jungien m’a récemment demandé si ce n’était pas la projection de mon inconscient…
Toutes ces dénominations n’ont aucune importance.
Ce qui est capital est ceci :
Comment cet être spirituel agit-il en moi ?
S’il m’aide à devenir plus conscient de moi-même et de ma tâche sur terre,
à trouver mon  indépendance, même face à lui,
à me sentir non seulement créature, mais aussi créateur,
à me délivrer de mon attachement au passé, mais aussi de ma peur du futur, et à vivre intensément l’instant présent ;
à être responsable de moi-même autant que de l’univers entier ;
alors c’est une force de l’amour divin,
c’est mon pareil de lumière
et moi je suis son pareil plus dense sur terre.
"

Le saut dans l'Inconnu, Edit. Aubier

Gitta Mallasz

23.8.10

Um diálogo perturbador…

Em 1991, Gitta Mallasz publicou «petits dialogues d’hier et d’aujourd’hui. No essencial, a autora húngara pretende, de forma rigorosa e clara, explicar a experiência espiritual vivida por quatro jovens,1943-1944, em Budaliget, na Hungria, e que  deu origem  aos  «DIÁLOGOS COM O ANJO». E, sobretudo, pretende dizer-nos que o futuro do homem depende do diálogo que cada um de nós consegue estabelecer com o ANJO.
Em termos pedagógicos, o futuro exige esse diálogo interior que pressupõe: a) um ensino individual; b) um ensino pelo «vivido»; c) um ensino natural; d) um ensino pelo despertar; e) um ensino pela pureza do verbo.
Importante será perceber que o ANJO vive em cada um de nós… e não em qualquer território mais ou menos distante…

22.8.10

A escolha…

Há uma linha que foge ao mesmo tempo que sinto a necessidade de me aproximar cada vez mais das pequenas coisas, de me não perder em sombras espúrias. A cada momento, escolho entre a folha caída e o botão que desabrocha. Para a linha que foge, a minha escolha pouco importa, mas para mim não escolher é o NADA…