I - Por uma questão de rigor, continuo a explicar que a disciplina de língua materna não é apenas constituída por «matéria» que se decompõe em fatias, se mastiga e deita fora. Tudo é objeto, pois o falante expõe-se nela, isto é, todo o tipo de conhecimento se constrói e se fixa na língua...
A questão do conhecimento gramatical, quanto o teste se aproxima, torna-se dramática, embora não se saiba que uma gramática é um conjunto de regras, e, consequentemente, que as gramáticas são inúmeras! Tal como se ignora que a língua tem uma história, mais importante do que as próprias regras, porque frequentemente ignora ou despreza as regras, como forma de sobrevivência...
... e porque vivemos em crise, a chuva se tornou tema, ainda antes que o autorretrato de Bocage assentasse arraiais para nos dizer que, para além dos traços físicos e dos psícológicos, existe a ação que pode resultar do modo como o Eu interroga os grandes TEMAS: a guerra (furor) e a paz (a ternura); a pureza e o pecado (a bebida); a distância (o platonismo e o angelismo) e a proximidade (a o erotismo); a religião - era chegada a hora de confinar o clero ao templo!
Pelo caminho, fomos estando atentos aos modos de composição da caricatura física: o todo (magro, altura, figura) e as partes ( os olhos azuis, ao centro do carão moreno, esmagados pelo nariz...), sem esquecer que a magreza escondeu o ventre, deixando a descoberto a desmedida dos pés...
(O retrato como arte de insubordinação!) Afinal, não foi a insubordinação que o levou à cadeia!?
Quanto à chuva, fica por contar, ou melhor, fica a cargo de algum aluno intrometer-se no discurso e narrar o que aconteceu na sala de aula porque hoje, finalmente, choveu! Dentro e fora...
II - O tempo literário, às quintas, é opcional e visa recuperar o tempo perdido. Para o sermão da Sexagésima, só apareceu uma ouvinte que correspondeu, tendo ficado a perceber como se constrói um texto alegórico e simultaneamente se desanca nos pregadores que não saíam do paço (casa, nação) ou que saíam para rapidamente voltar ao aconchego da corte («porque sair para tornar melhor é não sair.» - Exiit seminare!