A - Ponto de partida: apontar o que há de comum entre as palavras "autobiografia" e "biografia". As respostas são de natureza especulativa. Ninguém repara em "biografia" ou "bio" +´"grafia". Isto é, a tendência é ignorar a "materialidade" das palavras, aquilo de que são feitas, as palavras, os termos, os vocábulos... Ficou, assim, aberto o caminho para a significância, parte quase invisível / inaudível do signo linguístico. Claro que a maioria, apesar de tudo, conhece o significado dos constituintes: auto+bio+grafia.
Por arrasto, surgiram as noções de "significado", "referente", "imagem acústica", "funções da língua", em particular, a "função metalinguística"... (Surpresa: ninguém ouvira falar das referidas funções! Parece que o Roman Jakobsom foi definitivamente enterrado...) O extraordinário é que acabámos por chegar ao "património material" e ao "património imaterial"! E na matéria foi possível revelar a madeira, sem esquecer, afinal, que também podemos preservar a alma.
B - Quanto ao José Luís Peixoto, o texto autobiográfico deixa-nos marcas de materialidade: o atraso sistemático e a forma de tratamento "minha senhora", ao referir-se à professora. Mas o que se evidência é saudade da irmã que o levava à escola, da irmã entre as mães que atentamente escutavam a professora...
C- Ponto de partida: o teatro pós-vicentino - o teatro estrangeirado (castelhano, italiano, francês) - até que Almeida Garrett decidiu educar a nova classe - a burguesia. Educar = Civilizar. Despertar para valores nacionais. Nos séculos XVII e XVIII, na perspectiva de Garrett, só Correia Garção e António José da Silva tinham condições para salvar o teatro nacional, mas o despotismo do marquês e o povo ignaro liquidaram-nos.
(A vontade de aprender pode brotar de um desejo ou de uma necessidade, o pior é quando não há nem desejo nem necessidade.)