31.3.12

Por onde andam os portugueses



Pena é que os governantes sejam tão pequenos!

Percorri 200 Km e não encontrei 200 portugueses. Entretanto, parece que 200.000 desciam a Avenida da Liberdade… Mais valera que tivessem optado pelo grande lago – o Alqueva!

30.3.12

Registo


Um pequeno desvio à entrada de Rosário (Alandroal), e no meio de uma moita, vislumbramos quatro ou cinco sepulturas medievais. Pelo abandono do terreno, é fácil adivinhar que outra história ali se esconde.

A presença destas sepulturas desperta em mim a ideia da voracidade tempo, fazendo-me sentir o quanto este registo é inútil.

29.3.12

Camping Rosário - Alandroal



Quando a água alaga a terra, as árvores é que sofrem! Provavelmente, o Alqueva exige uma florestação diferente da mediterrânica… Pelo menos, na zona de Rosário (Alandroal). Percebe-se o fascínio pela oliveira, mas o critério de plantação de árvores não deve ser apenas económico.


No Camping Rosário (2002-2012), Irene e Ernst Hendriksen recebem tão bem que, à chegada, oferecem um CD com um «mix de música tradicional e contemporânea Portuguesa». Não há dúvida, ainda temos muito a aprender!

/MCG

27.3.12

A “estátua sensível” de Condillac…



«Que na consciência da estátua haja um único cheiro e teremos a atenção; que perdure um cheiro quando cessou o estímulo e teremos a memória; que uma impressão atual e outra do passado ocupem a atenção da estátua e teremos a comparação; que a estátua perceba analogias e diferenças e teremos o juízo; que a comparação e o juízo ocorram de novo e teremos a reflexão; que uma recordação agradável seja mais viva do que uma impressão desagradável e teremos a imaginação.» Jorge Luis Borges, Dois Animais Metafísicos, O Livro dos Seres Imaginários.

A rainha que trocou o pão (as moedas) por rosas já antes de ser estátua era sensível! E a ideia da troca só pode ter surgido porque já experimentara o desagrado do seu senhor, o que me leva a concluir que uma dor também pode desencadear a imaginação de um povo…

/MCG

25.3.12

As cores do tempo…




A maior dificuldade do filósofo é definir o tempo. As palavras perdem o sentido, cristalizam e o tempo flui, avesso ao discurso verbal.
No entanto, por instantes, o tempo deixa-se ficar na cor do telha, da madeira, do ferro, da pedra, da ideia republicana, do olhar embevecido – em árvores outonais do príncipe real.

24.3.12

Oiço…


Oiço, como se o cheiro / De flores me acordasse…/ É música – um canteiro / De influência e disfarce. Fernando Pessoa

 

Explicam-me os alunos que os testes não correram bem, mas que sabem quanto valem, que, afinal, considerando o objetivo, a nota que lhes atribuo é injusta. E devem ter razão!

A ameixeira  floresce, indiferente à seca, e não se queixa se a não escoro. O poeta verseja, ciente de que no mundo tudo é «influência e disfarce». 

Afinal, que resposta devo dar a estas ‘almas’ injustiçadas? Ou devo considerar que  há exigências que não merecem resposta?

Já agora concluo a citação:

Impalpável lembrança, / Sorriso de ninguém, /Com aquela esperança / Que nem esperança tem… // Que importa, se sentir/ É não se conhecer? / Oiço, e sinto sorrir/ O que em mim nada quer.

22.3.12

Um profissional aplicado!

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Habitualmente, não comento a ação das forças da ordem. Nesta situação, porém, não posso deixar de salientar a amplitude e a virilidade do movimento. Acossado e perseguidor revelam saber bem o que querem.

E ainda há quem nos acuse de abulia!