Há alguma vantagem em criar um órgão a que falta função? (Aquilino Ribeiro, Aldeia, 1946) | Há quem afirme que a resolução da crise passa pela reposição do escudo, pelo consumo de produtos portugueses e pela diversificação das exportações. A ideia parece radical, mas, para muitos - os pobres -, este tese não traz qualquer perigo. E, de facto, a quem interessa o euro? A todos os que se habituaram a um estilo de vida “europeu”, sem, de verdade produzirem o suficiente para o justificar. E porquê? Porque desde que a CEE abriu a torneira, desatámos a criar órgãos a que faltava a função… Estará a TROIKA consciente desta nossa peculiaridade? Se não estiver, os pobres ficarão mais pobres; os remediados ficarão pobres; os ricos ficarão mais ricos! |
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
27.4.11
Cainhez de vida…
24.4.11
Palco aos novos…
Uma criação colectiva que prescinde da figura do encenador, mas que valoriza a encenação. Por outro lado, o que parece discurso estereotipado transforma-se progressivamente numa forma de afirmação que rejeita a lamúria e a explicação culpabilizante. Se mais não houvesse, bastariam estes dois argumentos para que a sala do Teatro Turim esgotasse!
PS: Na sessão das 17 horas, de hoje, domingo de Páscoa, três belas actrizes representaram para 8 espectadores. Um privilégio, mas não abusemos!
23.4.11
Ovos de Páscoa
Trouxe-os de longe / em sonhos de ouro / berlindes de infância / arautos de ninfas… E agora vão fora / ovos de Páscoa… |
22.4.11
Teixeira dos Santos
Teixeira dos Santos, desde 2005, ministro da fazenda, voluntaria ou involuntariamente, delapidou-a ou deixou delapidá-la. Num país com poucos recursos, este ministro não pode receber ordens! Compete-lhe interpretar, a cada momento, a situação financeira do país, impedindo que a megalomania dos seus pares, ou mesmo do primeiro ministro, arruine o país.
Vista a questão deste modo, este ministro das finanças revelou-se um homem sem o carácter exigido pelas circunstâncias!
De qualquer modo, não faz sentido o alarido criado em torno da sua ausência da lista de candidatos a deputados do Partido Socialista.
Como escreveu Aquilino Ribeiro em Aldeia, Terra, Gente e Bichos (1946): «O português resigna-se a tudo menos a não ter opinião ou a não deitar a sua sentença. E como se julga o mais competente, vá de impor-se e não permitir que os outros pensem diferentemente. O nosso sectarismo e mesquinhez social estão muito nisto.»
21.4.11
Ao contrário de Sísifo...
No tempo em que o vinho parecia ser para todos, não havia quem quisesse saber de nós, a não ser para nos filar as colónias. Desfeito o império, regressámos às origens, acreditando que a Europa nos acolheria e nos recompensaria da longa viagem e da longa diáspora...
Agora, sob o olhar arrogante dos poderosos, digladiamo-nos como se não houvesse amanhã! No entanto, se quisessemos, poderíamos traçar novo rumo: aplicar as nossas energias na terra e no mar. Nem sequer era preciso o longe, porque o eldorado esteve sempre perto, senão em nós mesmos...
Se começassemos por valorizar o trabalho, por descobrir novos trabalhos, em vez de aceitarmos os inúteis trabalhos de Sísifo... talvez o vinho fosse merecido, fonte de vida, e para todos!
/MCG
20.4.11
Gravidade…
O tempo não está para jogos florais! |
Ao contrário do velho bode que bem sabe que a sua missão é perpetuar a espécie, o velho Portugal perde-se em Guerras de Alecrim e Manjerona! Guerras estéreis e suicidas!
O velho e ignaro Portugal há muito que deixou de ler António José da Silva. Depois de o ter queimado, esqueceu-o definitivamente… Agora, cabeça baixa, verga a espinha, estende a mão e agradece espalhafatosamente que ainda o deixem gerir as migalhas que venham a sobrar do resgate…
19.4.11
Rios interiores
Bem longe
do bulício da cidade...
do FMI..
do Sócrates e do Passos...
dos comentadores do momento
da casca do presente
dos nobres desatentos
dos louçãs e dos jerónimos
Com ou sem portas...
caminho sem destino
atravesso lugares sem saída
E de súbito
compro queijo de cabra, a estranhos queijeiros...
holandeses, talvez!
do bulício da cidade...
do FMI..
do Sócrates e do Passos...
dos comentadores do momento
da casca do presente
dos nobres desatentos
dos louçãs e dos jerónimos
Com ou sem portas...
caminho sem destino
atravesso lugares sem saída
E de súbito
compro queijo de cabra, a estranhos queijeiros...
holandeses, talvez!
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