No Camões, os Dias Abertos revelam uma escola que se surpreende, combate e cria…
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
3.5.12
1.5.12
Persistência
I - Até correu bem, a ida ao teatro. No geral, os alunos souberam respeitar o trabalho dos atores. O grupo A Barraca representou com sobriedade a peça de Luís Sttau Monteiro, Felizmente Há Luar! O encenador privilegiou a palavra, em detrimento dos efeitos sonoros e visuais que, de certo modo, o texto dramático autoriza.
Em palco, para além do círculo da regência, multiplicaram-se os sinais do Estado Novo: figuras dúbias de gabardine e óculos escuros… E Matilde, esposa extremosa do General Gomes Freire de Andrade, cujos afetos hostilizam o desespero do povo, acaba por se consciencializar de que a esperança reside naqueles que conseguem ver para além das cinzas…
II – Maio surgiu, descontínuo e sombrio. No entanto, as amendoeiras e as nespereiras prometem colheita farta. As oliveiras e as vinhas, em flor… Longe, a retórica farta esgota-se em argumentos primários, incapaz de criar um posto de trabalho… A chuva ainda não desistiu de nós!
29.4.12
Cabeleira vs Gomes
Literacia de Escrita
em Candidatos de RVCC
Maria José Alves Ferreira
CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRADO
EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
Área de especialização em Formação de Adultos
2011
27.4.12
Arte ou depressão?
A ordem dos termos pode ser arbitrária? Ou será que tudo parte da dor? E se assim for, a dor pode ser convertida em flor e dar fruto, e nesse caso a mulher leva a palma, deixando ao homem o rasto destruidor, a não ser que o artista nele se abra…
24.4.12
A raiz do fascismo é a estupidez
O filósofo holandês, Rob Riemen, de visita a Lisboa, “agradece” aos portugueses termos mandado Bento de Espinosa para a Holanda para lhes ensinar que «a essência da liberdade não é teres o que queres; é usares o cérebro para te tornares num ser humano bem pensante.» E por outro lado, Rob Riemen recorda-nos as palavras de Frederico Fellini sobre as causas do fascismo: «Eu sei o que é o fascismo, eu vivi-o, e posso dizer-vos que a raiz do fascismo é a estupidez. Todos temos um lado estúpido, frustrado, provinciano. Para alterar o rumo político, temos de encontrar a estupidez em nós.»
Nestes dias, a celebração da liberdade tornou-se um modo de esconder a estupidez que nos mina e de abrir as portas ao fascismo, sempre patrioteiro e pronto a inventar novas fronteiras.
22.4.12
Ao domingo…
O decreto dos homens não suspende o sortilégio da árvore em cabelo, da azáfama da formiga ou da doninha…tudo aqui é natural! Sempre que olhamos mais de perto, não podemos deixar de nos surpreender! |
20.4.12
Na hora de S. Boaventura
(…) O presente é aquilo que pode ser imediatamente experimentado, o passado é o que pode ser rememorado, e o futuro é a incógnita que talvez ocorra algum dia. Norbert Elias, Sobre O Tempo, 65-66, Zahar, 1998
Se olharmos, de perto ou de longe, para o que se passa nas salas de aula, não será difícil entender que o que interessa a muitos jovens de hoje são as anedotas rasteiras, as pequenas intrigas, os trapinhos, as palavras brejeiras, o verniz e o batom, os esgares narcísicos, tudo de forma impontual, sonolenta e entediada… ( Sopra um ar de decadência em tudo isto!)
Embora possa parecer que o melhor será abandonar a sala e deixar o barco à sua sorte, creio que o caminho está em desenhar um percurso que, combatendo a vacuidade do presente, ajude a construir a memória textual, através da leitura, da descoberta das grandes questões colocadas pelo texto, da releitura e… sobretudo da produção de sínteses, de novas sínteses, de sínteses escritas de grau superior. Nada de resumos! Nada de textos de apoio! Só exegese e muita lexicologia…
Mesmo que o futuro seja uma incógnita, a sua abordagem pode ser diferente para melhor, tal como a Ventura pode ser má ou boa…
E tudo sem seguir, na íntegra a lição de S. Boaventura: "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça.”