Não sei se fale, se cale!
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
6.9.12
Não sei se...
Não sei se fale, se cale!
4.9.12
Apesar de tudo
Vivemos numa sociedade que multiplica os sinais de morte, que convida à desistência ou, pelo menos, à indiferença. E esse decadentismo é tão forte que aprendemos ( e ensinamos) a elogiar aqueles que antecipam «o fim», sem perceber que esta categoria da realidade não é absoluta.
2.9.12
Caminhos…
S. Paulo: « Nous voyons toutes choses dans un miroir.»
Tudo me surpreende desde o autorretrato de Léon Bloy (1846-1917) até ao título da obra panfletária “Belluaires et Porchers”, para cuja tradução proponho “Gladiadores e Porqueiros” o que talvez possa cativar algum leitor mais faminto…
Traduzir esta obra é uma aventura condenada ao fracasso tal é a violência da palavra escolhida, da imaginação verbal do autor, capaz de conciliar o inconciliável num universo em que dominava o antissemitismo, o dinheiro, o colonialismo.. o espírito burguês hipócrita e acomodado.
À medida que leio Belluaires… pressinto que por detrás se encontra um homem zangado, e por isso volto ao início dos capítulos à espera que cada palavra ilumine o motivo, esclareça a traição.
Atravesso as páginas, recuo e avanço, penso em desistir, até que percebo que para Léon Bloy o anúncio da morte de Deus era um´anátema e que, visceralmente católico, condena todos aqueles que se arvoram como pilares da igreja… uma igreja que ignora o Paul Verlaine, autor de SAGESSE (1881)… o único POETA CRISTÃO.
O olhar fixo num espelho feito de símbolos, L. Bloy, manipula a língua como se a palavra fosse o único caminho para a conversão, de comunhão… e por isso tantos se deixaram persuadir: Alfred Jarry, Louis Ferdinand Céline, George Bernanos, Marc- Edouard Nabe…
No que me diz respeito, continuo surpreendido pelo olhar daquele que, medíocre aluno, medíocre empregado, desejou um dia ser pintor, tendo alternado entre o misticismo e a revolta, mergulhado na pobreza extrema, por vezes classificado como anarquista de direita, mas que, no essencial, recusava o fenecer das almas.
E essa não deixa de ser uma questão central!
1.9.12
O regresso da TROIKA
Depois dos banhos, o regresso à terra. A TROIKA voltou para cobrar o que nos emprestou, independentemente do empobrecimento geral ou, mesmo, da fome.
A escola perde professores e irá perder alunos. A saúde tem menos utentes e o país ficará cada vez mais doente.
Tudo envelhece fora de tempo, exceto a Serra do Barroso que, descabelada, espera que a chuva regresse…
Eu espero pelo Dilúvio!
29.8.12
A picota de Montalegre
Esta picota (pelourinho) de Montalegre surge aqui para lembrar que há tradições que valeria a pena repor. Se voltássemos a expor à vergonha pública todos aqueles que diariamente nos roubam, nos agridem, nos atraiçoam e nos aviltam não estaríamos, agora, sob a canga dos credores predadores.
Em nome do bom senso, tornámos a picota inútil, deixámo-la ao abandono nas praças, sem perceber que caíamos nas mãos dos falsos liberais que nos desgovernam.
E a propósito, quanto é que estamos a pagar por todos os pavilhões multiusos que foram sendo construídos nos últimos 25 anos?
26.8.12
Ao lado da N103
25.8.12
Depois da chuva…
Depois da chuva o lugar revela-se fantástico. Para quem procure o isolamento, não há melhor! A internet liga-nos por segundos descontinuados ao mundo. A rádio vende-nos os produtos locais, a começar pelo encontro anual de Vilar de Perdizes. Começa na próxima 5ªfeira. Quanto a jornais nem cheirá-los e a única televisão que enxergo está sempre desligada. Sós dois amáveis cães, de que desconheço a raça, me impediram de seguir caminho. Bem hajam!
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