16.8.11

Incúria…

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O que é que esta lenha faz no passeio da Rua das Escolas da Portela? Do que é que a Junta de Freguesia está à espera?

15.8.11

Intocáveis ou bode expiatório?

Eduardo Pitta,  Marcelo Rebelo de Sousa et alii estão preocupados com as cedências de Nuno Crato…

Mas quem são esses “intocáveis”? Aqueles que já deveriam ter cedido o lugar aos mais novos?

E quantos são, de verdade, esses “intocáveis”?  O que é que fazem no sistema educativo? Nada?

E se for verdade que uma parte dos “intocáveis” não faz nada, porque será? E quantos são os que não fazem nada?

A quem é que interessa o empastelamento da informação? Aos que asseguram o funcionamento das escolas e contribuem para que o rendimento dos alunos não seja ainda mais baixo? Ou aos que não fazem nada?

As respostas não devem ser dadas pelos protagonistas costumeiros. O Senhor Ministro necessita de descer às escolas e observar o que se passa no terreno, porque é lá que a desigualdade é mais gritante: tanto come o que trabalha como o que nada faz.

E convém também corrigir a ideia de que “os intocáveis” são privilegiados, porque os professores são,  há mais de 10 anos, o bode expiatório de todas as crises.

Já abriu a caça aos gambozinos!

14.8.11

Outro não-lugar…

SECRETARIA DE ESTADO DO ENSINO E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Projecto de Avaliação do Desempenho Docente

Artigo 20º – Isenção de Avaliação

b) Posicionados no 9.º e 10.º escalões da carreira docente.

- Que docentes é que  actualmente recebem pelo 10º escalão?

Artigo 28.º
Disposições Finais e Transitórias
1- Após o final do primeiro ciclo de avaliação do desempenho docente com base no articulado do presente normativo, e fazendo cumprir o princípio de que nenhum docente será prejudicado em resultado das avaliações obtidas nos modelos de avaliação do desempenho precedentes, cada docente optará para efeitos de progressão na carreira pela classificação mais favorável nos três ciclos entretanto realizados.

Conclusão: Só em 2016 /2017, haverá progressão na carreira docente!

Avaliação para quê? Quem é que acredita que poderá haver melhoria da qualidade de ensino num cenário de permanente penalização dos professores?

(Afinal, não é apenas a CP que coloca as estações em não-lugares!)

11.8.11

Recta-pronúncia… de Vítor Gaspar

Ao ouvir Vítor Gaspar, o ministro das Finanças, dá vontade de citar Aquilino Ribeiro, ao caracterizar o juiz Alves Ferreira: «um magistrado miudinho, quase recta-pronúncia e obtusângulo.» in Um Escritor Confessa-se

Amanhã, cumprindo as exigências da Troika, Vítor Gaspar anunciará ao país  mais medidas para esfolar o contribuinte, deixando a monte os gulosos.

10.8.11

Cacela e a poesia…


Em Cacela Nova, bem procurei o último livro de José Carlos Barros, mas só encontrei alfarrobeiras! (Nem Rumor!… nem Inês!)


No entanto, ao interrogar um “vizinho” sobre o pomar, acabei por perceber que está na hora da colheita da alfarroba que, infelizmente, irá para a Espanha. Pobre indústria transformadora!


Em Cacela Velha, o Forte é património das forças da ordem…
Mas, a poesia ocupou o lugar (e a toponímia). A força dos poetas está bem visível, desde o tempo árabe à actualidade.

Alheio à força humana, o oceano, quase azul, abraça a terra e perde-se no verde estival.
( Nós, a pé, lá  fomos e regressámos, sob a canícula, à vetusta estação de Cacela.) 


9.8.11

O Arcanjo Negro

No Algarve, em pleno século XXI, o comboio é servido por uma única linha, por electrificar… Não se entende como é que a região que acolhe anualmente mais portugueses e estrangeiros não exige ao poder central uma ferrovia moderna e “amiga do ambiente”.
Para acompanhar o atraso que testemunho a cada passo, mesmo quando os governantes sonham com o TGV, continuo a ler Aquilino Ribeiro – homem que, no seu tempo, sempre lutou contra a subserviência…
No romance O Arcanjo Negro, terminado em 1939-1940, a acção decorre em Lisboa e arredores, sempre com o Tejo dianteiro, entre 1925 e 1929. De acordo com o autor, o objectivo era concluir o estudo do casal lisboeta, encetado com Mónica.
Mónica, que tem metade da idade de Ricardo, sofre os ímpetos do ciúme do marido que, progressivamente,  lhe aprisiona os movimentos e as ideias, transformando-a numa “monja” incapaz de se libertar do labirinto psicológico em que vai mergulhando. Em nome da ordem burguesa, sufoca a libido, desenhando espaços fechados, em que os  protagonistas se anulam
Para além de apresentar três novelas sentimentais, Aquilino retrata o clima insurreccional que crescia no final da 1ª República, descrevendo, pelo menos, duas revoltas fracassadas que, no essencial, visavam restaurar a utopia republicana, mas que falham, pois a maior dificuldade era encontrar o «homem clarividente» que desse sentido às aspirações dos “revolucionários”.
Essa falha de clarividência parece ser explicada pela natureza do homem português: indigente, doentiamente romântico, hipócrita, megalómano e, finalmente, mafioso ou simplesmente ladrão de ocasião.
É deste modo que as personagens se vão perdendo, quase sempre vítimas de cegueira mental, sem espaço de fuga ( a não ser a misteriosa “água-pé da terra natal de Afonso Ruas – Carvalhal do Pombo !!?). Nem o amor as salva!
Para Aquilino Ribeiro, a redenção estaria no aniquilamento da raça para, depois, começar tudo de novo…Nem Freud escaparia…
MCG

8.8.11

A Sul…

Apesar de continuar a pensar que Álvaro de Campos só “nasceu” em Tavira porque o local, a Sul, abria para o ‘splendor do Longe pessoano, acabo de encontrar a “casa” que simpaticamente lhe  foi atribuída pelo município.

De facto, é bem mais fácil alojar uma criatura “fingida” do que um pobre diabo de pouca carne e já escaveirado! O próprio Pessoa o sentiu na pele…

E, aqui, Álvaro de Campos que, a certas horas, aborrecia a leitura, também, tem a sua Biblioteca!

( Aos poucos, as criaturas vão ofuscando o criador!)