Às 16 horas, na Igreja de Santo Agostinho, em Marvila, Ana Paula Russo (canto) e Carlos Gutkin (guitarra) interpretaram, com rigor e virtuosismo, canções populares e tradicionais de natal e espirituais negros.
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
10.12.11
Em Marvila, na Igreja de Santo Agostinho
Às 16 horas, na Igreja de Santo Agostinho, em Marvila, Ana Paula Russo (canto) e Carlos Gutkin (guitarra) interpretaram, com rigor e virtuosismo, canções populares e tradicionais de natal e espirituais negros.
8.12.11
Olhar distorcido
Estará a realidade distorcida ou sou eu que a vejo distorcida? Doravante, a dúvida fará parte da minha abordagem do quotidiano. Do quotidiano mesmo e já não da vida! O todo esgarça-se nos detalhes e o esforço para os reunir cansa até a percepção se diluir em sons sobrepostos que enlouquecem.
Terá a catedral ganho uma nova fachada ou apenas terá sido escondida por um arquiteto agnóstico?
Se os sinos tocassem, as vidraças deveriam estilhaçar-se!
7.12.11
“A dívida dos pequenos países é eterna.”
Afinal, Sócrates sabia o que fazia! Aprendera que os países não devem pagar as dívidas. Quem lho terá ensinado? – Os professores, certamente!
Assim se vê que um sistema educativo permissivo dá muito maus frutos. E há por aí tantos alunos mal aconselhados!
5.12.11
Sugestão…
Este ano, espero que o senhor presidente Cavaco promova a apanha dos cogumelos que certamente crescem nos jardins de Belém para que nenhum filho dos funcionários do Palácio fique sem uma prenda de Natal.
Ouvi-lo queixar-se da austeridade palaciana incomoda-me porque, de imediato, me faz pensar na tristeza da dona Maria que, apesar dos seus presépios, não difere muito da da minha avó Vitória que, para oferecer um rebuçado aos netos, tinha que consultar o marido e senhor.
Com um pouco de sorte, este ano, se seguir o meu conselho, o senhor presidente ainda poderá mandar servir uma sopinha de cogumelos. Porque para o ano…
3.12.11
Se me sentasse naquele banco…
Se me sentasse naquele banco, ficaria de costas para o lugar onde, dizem, vi a luz do dia. Considerando o tempo já passado, a disposição é a mais adequada, pois esse tempo está cada vez mais distante. O lugar ali está, embora desativado… Já ninguém ali nasce! Nem sei mesmo onde é que hoje é suposto nascer! E sobretudo que eu saiba ninguém ali segue a regra do Carmo…
Sintomaticamente, se me sentasse naquele banco, continuaria a ver, como no primeiro dia, o quartel cuja origem remonta a 1806, o Regimento de Cavalaria nº 3, também ele desativado…
Embora, por segundos, tivesse pensado em subir a rampa e sentar-me ali de costas para o tempo já passado, não o fiz, não fosse a cavalaria carregar sobre mim.
Mas, deveras, o banco, em frente da igreja do Carmo, lembra-me um certo tempo de austeridade, de trabalho e de silêncio e tão intensa é essa presença que já não estou certo que aquele banco esteja de costas para o tempo já passado…
1.12.11
O feriado do 1º de Dezembro
Um estado laico e soberano jamais abdicaria de um feriado cujo simbolismo é identitário. Farisaicamente, o mesmo estado cede à Igreja Católica o 8 de Dezembro, como se todos os portugueses prestassem culto à padroeira bragantina…
O estado laico não deveria imiscuir-se nas questões de fé, favorecendo uma igreja e tolerando ou ignorando as restantes.
Ao estado, apenas, compete definir os feriados que celebrem os momentos (re)fundadores da nação. E eles não são assim tantos!
30.11.11
O polvo democrático…
A 30 de novembro de 2011, o polvo democrático aprovou o orçamento de estado mais anti-democrático da democracia. E com esta aprovação, CDS, PSD e PS abriram a porta ao desinvestimento e à insubordinação individual e coletiva. |
Ao longo de 37 anos, o polvo democrático, acolitado autarquicamente pelo partido comunista, partilhou a clientela partidária, inventando um país de abril à medida da sua avidez e da sua ignorância – um país postiço que, agora, é posto a ferros… 37 anos depois de abril, o polvo democrático, mestre do disfarce, mas incapaz de se libertar dos tentáculos, prefere saltar sobre a presa, sugando-lhe a medula e deitando fora o esqueleto. |