3.3.18

Pobre Esopo!

A única coisa que entristece é a chuva quando saímos à rua porque, afinal, temos casa...
No resto, obedientes e contentes, de preferência com sol.
Nem os malfeitores nos atrapalham desde que possamos vestir a máscara risonha de ícones insanos...
Ontem, a certeza de que o futuro será sem defeito, pois coragem não falta para cortar a torto e a direito - a rã, ou será sapo?, vai fumando o cigarro do desprezo...
Pobre Esopo! Por onde anda a cor local?
Talvez, no canteiro da vizinha...

2.3.18

Triste sina!

«Mas é mesmo imperioso que se caminhe sustentadamente para se conseguir renovar a educação escolar. É o que está a acontecer por todo o mundo e é aquilo que os novos tempos e modos exigem de nós.» Joaquim Azevedo

Caminhar sustentadamente, só a quatro patas ou com o apoio de uma bengala... com direito a entrar nos centros comerciais e nos restaurantes, mas sem qualquer consideração pelo envelhecimento...
O que está acontecer por todo o mundo em matéria de educação é um desastre. Basta pensar em quem governa a maioria dos países e das organizações - o melhor seria apontar as exceções e a lista seria curta...
E o que está acontecer em matéria de ensino é o favorecimento da criação de elites, deixando à deriva milhões de jovens - deixá-los entretidos com um falso saber, inócuo e presunçoso; deixá-los à mercê de polvos editoriais que lhes servem panaceias coloridas...
O que os novos tempos exigem de nós é honestidade inteletual, embora pareça que anda o mundo trocado.
Ainda hoje comecei o dia a pensar se a vaidade seria uma virtude...
Creio que já um dia aqui referi que em tempos medievos houve quem considerasse a cobardia uma qualidade, sem esquecer o silêncio virtuoso... Triste sina! 

1.3.18

Nhympha ou Nympha do Mondego?

«Ricardo Reis levantou-se, foi ao lavatório refrescar a cara, pentear-se , pareceram-lhe hoje mais brancos os cabelos das fontes, deveria usar uma daquelas loções ou tinturas que restituem progressivamente os cabelos à cor natural, por exemplo, a Nhympha do Mondego...» José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis

Apesar da obra estar classificada como um romance, cada vez me convenço mais que, na verdade, José Saramago escreveu uma crónica, segundo o preceito de Fernão Lopes, isto é, foi pondo por ordem os dias e as horas com muito recurso à leitura dos jornais da época... o que nos permite fazer o caminho inverso, descobrindo a cada cavadela uma ou várias minhocas...

Neste caso, a Nympha do Mondego ganhou um /h/... Será gralha?

Na realidade, o meu problema é que já há cada menos interessados em cavar ... a não ser daqui para fora...

28.2.18

Inquérito nacional sobre condições de vida e trabalho na educação

O inquérito, da responsabilidade de uma equipa de cinco investigadores, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL), do Instituto Superior Técnico, e de duas universidades brasileiras... Inquérito aos docentes
Não sei se esta informação está correta, pois inicialmente pensei que a ideia seria da FENPROF... De qualquer modo, o inquérito chegou às minhas mãos através desta última estrutura...
Já respondi ao longo questionário, em formato impróprio para míopes e outras degenerescências oculares próprias da profissão e da idade.
Devolvido o questionário e tendo aceite as condições em que foi apresentado, não posso deixar de pensar que a idade já me deveria ter precavido para certo tipo de inquéritos, sobretudo quando nos solicitam a identidade e nº de BI ou de CC.
Em termos gerais, as perguntas são repetitivas, convidando a respostas óbvias, servindo apenas para legitimar hipóteses tomadas como certezas a priori.
(Todos sabemos como os cientistas sociais utilizam o inquérito para legitimar certos preconceitos, tornando-os em verdades inabaláveis ao serviço de interesses ocultos.)
Até aqui, apesar de tudo, nada de novo... a não ser quando as perguntas foram dirigidas ao modo como o CONSUMO DE ÁLCOOL, DE DROGAS E DE MEDICAMENTOS  AFETA O TRABALHO E A VIDA PESSOAL de cada inquirido...
Da próxima vez, antes de começar a responder, prometo ler o inquérito e depois rasgá-lo.

27.2.18

A situação dos jovens em Portugal

'O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou hoje que a situação dos jovens em Portugal melhorou em termos de emprego, educação e inclusão social.'

O ministro diz que a situação dos jovens está a melhorar... e eu concordo se ele explicar a que jovens é que se está a referir...
Infelizmente, o que eu observo é bem diferente: a inclusão social dos jovens, a existir, resulta da ação casuística de umas tantas associações e não de um plano nacional ou, então, do amiguismo e do clientelismo; o estado da educação é deplorável, com acentuado crescimento da iliteracia e da incivilidade; as taxas de empregabilidade são manipuladas,  os jovens condenados à emigração, à delinquência e à depressão...
Há dias em que Vieira da Silva faria melhor em remeter-se ao silêncio ou em deixar o lugar a um desses jovens que, apesar de doutorados, não sabem como e onde aplicar os seus conhecimentos...

26.2.18

A engenharia bélica

Já não necessito de imagens nem de representações.
A engenharia bélica tornou-se tão irresponsável que já não há forma de lhe pôr termo. Sobretudo, porque quem a manuseia, a vê como um ato lúdico.

25.2.18

Dúvida sobre a limpeza dos terrenos

Até 15 de março, a limpeza dos terrenos é obrigatória para todos os terrenos ou, apenas, para os que estão próximos de localidades, vias públicas, cabos de alta tensão...?
Por mais que procure, não encontro qualquer resposta objetiva. 
Os governantes saem a terreiro, mas não clarificam... ameaçam, provavelmente sem perceberem que se limparmos os terrenos em março, em maio será necessário repetir a operação.
Anunciam-se, assim, três grandes negócios: o das coimas, o das limpezas e o da justiça. Para os consolidar, nada melhor do que a ambiguidade...