13.7.18

Sísifo

Il n'est pas de punition plus terrible que le travail inutile et sans espoir. Albert Camus
(Não há castigo mais horroroso do que o trabalho inútil e sem esperança.)

Não tenho mais nada a acrescentar, a não ser persistir como Sísifo.

12.7.18

Não pode ser!

Estou mesmo cansado porque o esforço de mais um ano foi defraudado. Já o sabia, e o resultado dos exames comprova-o… E como diria o Cesário Verde, estou com "as tonturas de uma apoplexia", pois há quem queira ganhar na secretaria depois de ter abandonado o terreno… com a minha ajuda…

11.7.18

Ad kalendas graecas soluturos

Governo e professores vão analisar custos da recuperação do tempo de serviço congelado…
Fantástico! O que é que andaram a fazer até hoje?
Bem me parecia que, para já, iam todos de férias… Em setembro, os contabilistas começam a trabalhar para o OGE de 2020... Ou será que já ninguém sabe fazer contas?

(Aldrabice!)

Dia D?

Professores e governo têm hoje o ‘Dia D’
"D"?
Em português (em francês), o que me vem de imediato à mente, é 'derrota', 'desastre'... Ainda se fosse Dia "V"...
O meu ceticismo não é saudável, mas não acredito nestes jogos de verão - construções na areia para ocupar o tempo…
De qualquer modo, estou com os ingénuos que acreditam na mudança. Só não entendo, como é que é possível chegar-se lá, se os protagonistas continuam a ser os mesmos de sempre...

10.7.18

E este Tempo já não é o meu...

Doze menores, um adulto e quatro mergulhadores. A operação na gruta Tham Luang, em Chiang Rai, na Tailândia, chegou ao fim com toda a gente a salvo. Num dia que é de vitória, lamenta-se porém a morte de Saman Guman, ex-membro da marinha tailandesa, que faleceu no passado dia 6 de julho, depois de levar uma reserva de ar às crianças.
Bem sei que o que vou escrevendo não passa de um acerto de contas com o Tempo e, como tal, intransmissível e, por vezes, incompreensível, mas não posso deixar de expressar a minha satisfação pela mobilização internacional na evacuação do grupo de jovens tailandeses, tal como saúdo a coragem de Cristiano Ronaldo ao transferir-se para o futebol italiano, ou o apuramento da França para a final do Mundial de futebol…
Quando quer, o homem mobiliza-se, aplaude, reconhece a competência do Outro… só que o mesmo homem esquece  as dezenas de milhar de crianças migrantes que se afogam ou vivem em miseráveis campos de acolhimento ou, simplesmente, são objeto do apetite sexual de inúmeros predadores…
E este Tempo já não é o meu - da emoção ou da resignação - mas o daqueles aquém o Tempo falha em definitivo...

9.7.18

A criação

«De toutes les écoles de la patience et de la lucidité, la création est la plus efficace. Elle est aussi le bouleversant témoignage de la seule dignité de l'homme: la révolte contre sa condition, la persévérance dans un effort tenu pour stérile.» Albert Camus, La création absurde

O pensamento absurdo caracteriza-se, a meu ver, pela capacidade de formular perguntas que jamais obterão resposta, o que poderia conduzir ao desespero total e suicida, tendo em conta os limites da condição humana.
No entanto, aquilo que Camus propõe, ao defender o pensamento absurdo, é que o homem se revolte contra essa condição através da ação criativa - a única verdadeiramente libertadora - que, no entanto, exige paciência, perseverança e lucidez… E são estas qualidades que a todo o instante vislumbro nos criadores com que me vou cruzando ao longo dos dias, apesar da dificuldade em acompanhá-los…

8.7.18

Maria José Ferreira no MU.SA, Sintra

Para evitar apreciar o que certamente está para além do que vi hoje, em Sintra, no MU.SA - "35 ANOS DE PINTURA" de Maria José Ferreira -, proponho ao visitante deste blogue que ignore os meus "ditos" e visite o seguinte site: http://mariajoseferreira.pt/
O que eu vi na sala Claraboia, foi um mundo construído sobre uma nostalgia matriarcal africana, envolvido numa geometria falsamente surreal, pois há sempre uma linha invisível que assegura o volume dos corpos, e em que a cor deslumbra porque cria a sensação de que a solidez se pode desmaterializar a qualquer momento… 
Há por ali um ponto de equilíbrio desconcertante, genesíaco… algo, apesar de tudo, maternal.
(Peço desculpa se o que acabo de escrever não passa de desconchavo, mas é sentido.)