A árvore dá frutos sem que eu lhe(s) saiba o sabor e o nome… | |
Colocadas lado a lado, as rochas não conhecem o desespero do fim… | |
Podiam ser as minhas janelas se eu tivesse alma! | |
A borboleta cumpre… e eu interrogo-me! |
Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
15.7.11
Diferenças…
14.7.11
A metamorfose
As pedras nuas surgem-nos insensíveis, estéreis; excepcionalmente preciosas. As fronteiras são claras! Só a picareta as pode pulverizar…
No entanto, por aqui, às pedras, no leito do rio, não se lhes vê as raízes, mas a cabeleira é abundante e verdejante, e florescem… só não vou a tempo de lhes saber o fruto.
Se Mia Couto por aqui passasse, inventaria, certamente, a estória do velho que, farto da cidade, se teria lançado ao rio na esperança de lhe descobrir a foz. Este, porém, metamorfoseara-o em pedra vegetal.
Por aqui…
12.7.11
ALDEIA, Aquilino Ribeiro
11.7.11
Pelas alminhas do Purgatório!
À consideração do ministro Nuno Crato que está a repensar As Novas Oportunidades (e não só!):
Em 1946, in ALDEIA, Aquilino Ribeiro pronunciava-se assim: «As chamadas Escolas Industriais e Comerciais fabricam uma espécie de bacharéis às grosas. O que se recomenda é que façam artífices, bons e completos operários. Para isso haveria que reformá-las e criar nas cabeças de concelho escolas de arte e ofícios, individuadas conforme a fisionomia económica da região.»
Se o senhor ministro lesse Aquilino, chamava os presidentes das câmaras municipais e começava por solicitar que lhe caracterizassem o tecido económico de cada região e só depois decidia o que fazer às Novas Oportunidades, aos Cursos Profissionais e outros que tais…
e fugia a sete pés dos famigerados portfólios prenhes de retábulos das alminhas do Purgatório e de mãos postas…
De nada serve querer reformar (poupar) se não se vê um palmo à frente do nariz!
10.7.11
No Gerês
Bernardo Santareno n’ O Judeu, e José Saramago, no Memorial do Convento, dão-nos uma imagem de um D. João V grotesco. Ou será a imagem que é grotesca?
Quando a Literatura se apodera da História em tempo de decadência, corre-se o risco de que a primeira, ao serviço de preconceitos ideológicos, molde de tal forma o imaginário do leitor que este fique incapacitado de interpretar a “realidade”, entendida como o conjunto das coisas, boas ou más…
Vêm estas considerações a propósito da nota solta: Uma capela em honra de Santa Eufémia, foi mandada edificar por D. João V, em 1733, aliás, o monarca que mais se interessou pela termas, construindo um hospital, residência para médico, boticário, capelas e poço para banhos termais.
Por outro lado, pensando ainda no leitor que não consegue distinguir as sensações dos sentimentos, creio que o melhor é viajar até ao Gerês. Aqui, predominam a cor e o som – as sensações auditivas e as sensações visuais. No lugar onde me encontro, diria que o som da cascata esmaga os verdes da floresta. Quanto ao olfacto, o eucalipto leva a palma ao restante arvoredo, mesmo ao vidoeiro…
Do tacto é melhor não falar, apesar de agora me lembrar que Almeida Garrett não resistia às nervuras das pétalas das rosas, e que Pessoa enamorado da música do romântico e do cérebro de Pascoaes, se atirou às sensações como se a razão nada mais lhe oferecesse como comboio de corda… Afinal, o problema de muitas pessoas é que continuam a criar os seus países, como se lá fora nada existisse!
9.7.11
À nossa frente…
O sol escasseia. Das aves, não há notícia! A água segue o seu caminho… enquanto a velha senhora espreita os novos vizinhos. Poucos e silenciosos. Alguns regressam ao cair da noite – são belgas e ingleses. Apenas a rádio ‘Fundação” transmite música inglesa, indiferente à presença dos belgas…, embora de hora a hora repita: “à nossa frente só está você!»
/MCG