Sob o título "A educação dos professores", encontrei no i de 1 out.2012 as seguintes pérolas:
« Em média, são os mais pobres, os menos cultos e os piores alunos que hoje escolhem a via de ensino. O retrato é negro. E é o inverso do que acontece, por exemplo, na Finlândia, onde só os melhores podem ser professores.»
« O facto é confirmado por um outro indicador: 41,4% dos alunos de Educação tiveram bolsa de estudo no ano lectivo 2010/2011.» (Expresso, 2.6.2012)
« O facto é confirmado por um outro indicador: 41,4% dos alunos de Educação tiveram bolsa de estudo no ano lectivo 2010/2011.» (Expresso, 2.6.2012)
«E nós queremos os melhores ou os piores nas escolas?»
Ao ler o artigo, não pude deixar de ficar impressionado com a imparcialidade do seu autor! Deve ser um investigador português que nunca beneficiou de nenhuma bolsa de estudo, nascido em berço de oiro e, certamente, educado para combater as doutrinas de esquerda e, em particular, o sindicalismo... Percebi, por outro lado, que este cavo investigador crê piamente nas fontes jornalísticas e que a Finlândia será o novo paraíso terreal.
Finalmente, não posso deixar de me espantar com a profundidade do argumentário que implicitamente explica a crise das finanças públicas:
«Vivemos hoje a consequência do excesso de cursos superiores de educação e formação de professores. Só entre 1995-1996 e 2010-2011, foram abertas, nessa área, 107341 vagas.»
Parece que o nosso investigador se esqueceu de confirmar quantos daqueles pobres jovens concluiram o mestrado na via de ensino. E principalmente, como investigador, deveria ter aproveitado para averiguar se a universidade portuguesa contribuiu para ajudar a sair da pobreza financeira e cultural aqueles párias que ousaram delapidar os dinheiros públicos.
O idiotário português enriquece a cada dia que passa...