14.1.17

Fui ouvir e gostei

A Orquestra Geração do Centro Cultural de Amarante é um projeto de integração social que, desde 2010, incentiva dezenas de jovens a desenvolver através da música valores como a disciplina, a pontualidade, a persistência, o trabalho em grupo, a autoconfiança e a adquirir os conhecimentos necessários que lhes permitam ter um crescimento mais equilibrado proporcionando-lhes melhores perspetivas para o futuro.

Na Sala Polivalente do Centro Cultural de Arte Moderna (F.C.G.), ouvi, esta tarde, durante 45 minutos, uma orquestra constituída por jovens estudantes e respetivos professores, e fiquei profundamente agradado com o desempenho individual e coletivo e, sobretudo, pela confirmação de que a aprendizagem de um instrumento contribui para o acréscimo significativo do rendimento escolar...
Num tempo em que muitos jovens manifestam comportamentos de grande irresponsabilidade, talvez fosse melhor olhar atentamente para o trabalho desenvolvido pelo Centro Cultural de Amarante - Maria Amélia Laranjeira - que, em colaboração com o Agrupamento de Escolas Amadeu de Souza-Cardoso, tem vindo a criar as condições para o desenvolvimento pessoal, social e cultural de uma geração mais motivada e produtiva.

Ver: História do projeto

13.1.17

Ouvir

Ouvir a razão e a falta dela...
Suspender a voz até que o silêncio irrompa...
Provavelmente uma quimera...
O arruído dos cavalos e das lagartas extinto pelas desvairadas vozes de eras mortas

Faltam as vírgulas!
O povo queixoso respira ofegante cheira as rosas indiferente às espadas...

12.1.17

Liquidar para defender o bem comum

O Benfica tinha a segunda maior dívida do futebol europeu, em 2015, segundo revela a UEFA no relatório financeiro publicado esta quinta-feira. De acordo com o documento, os encarnados tinham uma dívida de 336 milhões de euros, com um aumento anual de 3%.

Saldar empresas de que tipo for para satisfazer interesses de minorias significa sacrificar o contribuinte e, sobretudo, aqueles que não têm meios para contribuir para o bem comum...
Sempre pensei assim, e não é agora que vou mudar de ideias. Os milhares de milhões despendidos ( e a despender) para adiar a liquidação de empresas falidas davam para refundar o país.
Os bancos são sorvedouros de infindáveis recursos financeiros porque, para além de mal geridos, alimentam negócios que exploram a idolatria e a idiotia de massas acéfalas.
A engrenagem está à vista, mas poucos exigem o seu desmantelamento, e quando o fazem são ostracizados.

Podia ter escolhido outro exemplo, no entanto o melhor é não fazer vista grossa.

11.1.17

Névoa

Desilusão? Talvez!
No entanto, sinto dificuldade em determinar se houve um tempo de ilusão, no sentido em que o imaginário é o que está por descobrir, por construir, por melhorar...
Sei que a História está cheia de madrugadas radiosas, as minhas, contudo, foram sempre enevoadas, sem que, alguma vez, me tenha imaginado redentor de qualquer ilha ou continente.
Porque a terra é um lugar de tristeza, admiro quem celebra a alegria, porém tudo faço para não me deixar inebriar, porque a fronteira é indistinta.
Apesar de tudo, a névoa em que vivo não é minha - como tal não necessito de padre ou de analista - uma névoa que, a pouco e pouco, submerge as margens em que arrisco cada dia...
Estranho é admitir um qualquer estado de desilusão se nunca a ilusão amanheceu. 
Estou mesmo a ver que, um destes dias, tudo é nada.

10.1.17

Uma escola envergonhada

(A propósito das exéquias de Mário Soares.)

Será que a Escola deve alguma coisa à Democracia? Será a Escola um pilar da Democracia?
Por definição, a Escola pode ser um pilar da Ditadura, tal como o pode ser da Democracia.

Descendo ao particular, cada escola vem reclamando para si uma atuação democrática, mesmo quando suportava a Ditadura...

Na Ditadura e na Democracia, a Escola serve, sendo desejável que não se sirva a si própria...
Por vezes, vem-me à ideia que sou agente de uma escola que, em parte, vive na clandestinidade ou que tem vergonha de defender os valores democráticos...
Entretanto, os inimigos da Democracia não perdem uma oportunidade... 

9.1.17

Os dias da euforia já lá vão!

"Não é a multidão que se esperava!" comentário de repórter da SIC.

Já lá vai o tempo da vassalagem, já lá vai o tempo da arraia-miúda! Nem sequer o Estado tem coragem para mover as "forças vivas"... Ainda se fosse um "herói" da bola... Os deuses de hoje já não são majestáticos, nem iluminam as vidas dos súbditos...
Só o futebol e a religião conseguem aquecer o coração do povo miúdo, aquele povo que vive da caridade, de subsídios, do ordenado mínimo, de pensões depreciadas, de vencimentos estagnados... de promessas por cumprir...
A democracia tem destas coisas - banalizou a morte, até porque se esqueceu da sua própria natureza, ao criar novas oligarquias, inevitavelmente odiosas ao povo miúdo.
E depois há que não esquecer que a História se faz de factos e de correlações, impossíveis de entender quando não tendo memória, o regime se vem esforçando por aboli-la.
Assim, sobra a opinião que é reativa e, em regra, preconceituosa.
Por estes dias, o povo não vê razão para sair à rua... Os dias da euforia já lá vão e neles ficou sepultado um dos protagonistas da instauração do regime democrático - Mário Soares.

8.1.17

Aborrece-me

Aborrece-me que a morte possa ser um espetáculo, mesmo que o falecido tenha sido protagonista de um determinado tempo...
Aborrece-me a memória seletiva dos abutres que vão caindo sobre a presa, esquecidos de outros tempos em que a pobreza coletiva lhes fornecia o pasto diário...
Aborrece-me que quem tem como missão zelar para que a escola seja um espaço de educação e de aprendizagem se comporte como um qualquer garimpeiro...
Há tantas atitudes que me aborrecem que o melhor é remeter-me ao silêncio...