14.12.17

Telemóveis fora da sala de aula?

«Plus de téléphones portables dans les écoles et collèges à la rentrée 2018 », annonce Jean-Michel Blanquer. Telemóveis fora da escola?

A decisão do Governo francês parece-me retrógrada, o que não significa que, no caso português, tudo deva continuar na mesma. 
Apesar dos limites impostos pelos regulamentos internos, a realidade é bem pesada e frustrante.
A verdade é que muitos alunos portugueses estão hoje dependentes deste equipamento, tendo deixado de prestar qualquer atenção à aula, pois acreditam que a solução se encontra na ponta dos dedos e, sobretudo, que raciocinar é uma maçada...
Consequências:
  • O professor, que não consiga integrar no processo de ensino e de aprendizagem todo o tipo de equipamento que permita aceder à internet, é descartável.
  • Este professor deixa de ser fonte de conhecimento ponderado, vendo o seu estatuto como educador questionado.
Em síntese: O que está a acontecer é que falta um plano de formação nacional dos professores no âmbito da aplicação e da utilização destas novas ferramentas...
  • o que passa pelo rejuvenescimento da classe docente
  • e pela modernização da rede digital escolar.
Não creio que desligar a luz elétrica seja a melhor estratégia.

13.12.17

Em estado de omissão

Vivemos em estado de omissão.
Agora que as telhas novas já estão colocadas, podemos respirar.
Agora que a chuva ameaça cair, esquecemos a seca... e inebriamo-nos em demoradas festas ( Boas Festas! Bom Ano Novo!)
Agora que o momento da avaliação é chegado, esquecemos grande parte dos critérios...
Agora que a comunicação social se lembra das associações, lá surgem umas tantas demissões
... e uns tantos inquéritos e muitíssimas comissões de especialistas. Nunca houve tantos especialistas!
(O que me leva a uma simples pergunta: porque é que os problemas não são, à partida, entregues aos sábios especialistas?)
Agora que a questão volta a estar na ordem do dia, valeria a pena apurar a contabilidade das múltiplas organizações que acolhem militantes e simpatizantes de todos os quadrantes...
... até porque a riqueza exposta é muito superior à produzida... 

12.12.17

Tamanha burrice!

Consta que Ariosto se viu, um dia, confrontado com a seguinte questão: Dovait avete trovato, Messer Ludovico, tante corbellerie? Ora quem o questionava era precisamente o seu protetor, o cardeal Hippolyte d'Este, a quem o poeta dedicara a epopeia Orlando furioso (1516). Como se vê, o cardeal era pouco dado à fantasia, embora protegesse os artistas, como Ariosto. 
Por pura associação, veio-me ao espírito este comentário - Qual é  origem de tamanha burrice?) -, ao pensar que os Governos, em vez de apoiarem diretamente quem necessita de todo o tipo de cuidados, dão azo à criação de associações cujos dirigentes, inevitavelmente, acabam por apropriar-se dos recursos que lhes são colocados à mão...
Haverá exceções, mas... 

11.12.17

E se o edifício do Liceu Camões ruir?

Quem estava na Escola Secundária, às 11h e 50 minutos, na zona correspondente ao Pátio Sul, apercebeu-se certamente do impacto das rajadas de vento, quer nos plátanos que vergaram significativamente, quer nas paredes de algumas salas, quer no telheiro que protege as galerias, quer  no telhado... há deformações da estrutura bem visíveis...
Há imagens, mas infelizmente não é possível dar conta das emoções. Pela primeira vez, vi alunos verdadeiramente assustados...
Não sei se é verdade, mas consta que ainda não é em 2018 que as obras de recuperação do edifício têm início...
E se o edifício ruir em plena atividade escolar?

10.12.17

Antes que a ANA o leve

Antes que a ANA o leve consigo, deixo aqui o presépio dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela.
A novidade de hoje é que, não havendo incêndios, as televisões passaram a cobrir os aguaceiros, as rajadas de vento e os flocos de neve...
A população, essa, está-se marimbando...

9.12.17

'Familiarizar' a educação...


 

O país é pequeno, mas imagina-se grande e eleito. Agora, está na moda municipalizar. Por exemplo, municipalizar a educação...
Nesta época natalícia, o melhor seria "familiarizar" a educação, isto é, devolver a educação dos filhos às famílias, até porque já há filhos de Deus que defendem que a educação é problema deles... e que não lhes toquem nos parentes...
Já agora também poderiam devolver os refeitórios às escolas, acabando com a corja de mediadores que se vão instalando um pouco por todo o lado.
Só que a devolução já chegaria atrasada, pois que ao "familiarizar" a educação, regressar-se-ia ao tempo em que as escolas não eram necessárias.
E os filhos de Deus não deixavam de nascer e de morrer...

8.12.17

Da cortesia...

A cortesia já teve melhores dias!
Corre-se até o risco de ser acusado de assédio... Releia-se o código trovadoresco, designadamente, nas cantigas de amor... das outras é melhor nem falar... 
Ontem, explicaram-me, que, sendo abalroado por um veículo em marcha atrás, posso ser responsabilizado, na ausência de testemunhas, pelo acidente...