11.7.19

O passageiro esturricado

O painel informativo regista um intervalo de 15 minutos entre o 783 Prior Velho e o 783 Portela. O passageiro prepara-se para na paragem do Aeroporto abandonar o primeiro e esperar pelo segundo autocarro, quando, na Rotunda do Relógio, se dá conta de uma outra alternativa - o 722 vem na roda. Afinal, com o calor das 14 horas, a mudança inesperada alivia da canícula…
Entretanto, o 783 Prior Velho liberta o passageiro na paragem do aeroporto… e o autocarro 722, numa ultrapassagem vertiginosa, deixa-o a esturricar mais 15 minutos à espera do 783 Portela… 

Os factos aqui ficam. Dos comportamentos é melhor nada dizer.
O que é curioso é que o passageiro há dias que se interroga se os comportamentos podem ser considerados factos…

9.7.19

Se fosse neutro

«Que o verbo seja um espelho…» David Mourão-Ferreira

Se fosse neutro, o verbo poderia ser o reflexo de uma escada que ligasse a terra ao céu…
Em baixo, o grotesco; no topo, o sublime; no intervalo, a diversidade…
Em baixo, o sublime; no topo, o grotesco; no intervalo, a diversidade…
A escadaria poderia ser bela, não fosse a soberba que nos faz discriminar a cada passo…
Não fosse a soberba (…) a escadaria poderia ser bela.

7.7.19

Um homem deve ler de tudo

«Um homem deve ler de tudo, um pouco ou o que puder, não se lhe exija mais do que tanto, vista a curteza das vidas e a prolixidade do mundoJosé Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, pág. 159.

Por estes dias, 'de tudo' é a locução adequada. Todo o tipo de folhas, a maioria caduca… Por vezes, uma centelha, outras, uma orientação na floresta desavinda… sem esquecer o rigor do David Mourão-Ferreira do Motim Literário, textos dos anos 50 e 60 do século passado… 
(Um destes dias, volto a falar do crítico literário…)

5.7.19

Entrei em julho

Entrei em julho muito cansado, a precisar não sei bem do quê, pois nos meses de julho e de agosto sempre me vi em trabalhos inesperados.
Doravante, o que preciso é de serenidade, de traçar um rumo e alhear-me da realidade imediata - um metódico fechar de olhos e de ouvidos… como se nada estivesse a acontecer.
A ilusão é agradável, mas os dias não se deixam enganar… e eu já ficaria contente se nada tivesse a relatar. 

3.7.19

Ainda vai sobrar para nós

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os 'encarnados' informam que o Atlético de Madrid “pagará a pronto um valor de 30 milhões de euros e que a Benfica SAD efetuará uma operação de desconto sem recurso dos restantes 96 milhões de euros, sendo os custos financeiros associados a esta operação de seis milhões de euros”.

Afinal, quem é que «paga» o João Félix?
Espero que não tenha sido a Caixa Geral de Depósitos (ou o BCP) a financiar a negociata… Ainda vai sobrar para os contribuintes portugueses.

2.7.19

Águas revoltas

Hoje já há acordo: a França e a Alemanha acordaram e dividiram. As migalhas ficam para os belgas e para os espanhóis… Os portugueses contentam-se com o Centeno e com alguma sobra que venha a cair… 
De tudo o que li até ao momento, só me agrada a escolha da federalista Ursula von der Leyen e preferia que a senhora Christine Lagarde se mantivesse no FMI - quanto mais longe melhor!
Entretanto, parece-me que o António Costa deve ter saído bastante frustrado desta cimeira europeia… 


1.7.19

Sem sal

«Foram muitas as reviravoltas, mas no final ficou tudo como estava: em águas de bacalhau.» Desacordo de líderes europeus

Coitados, falta-lhes o tempero!
E dão um péssimo sinal ao não se entenderem na partilha dos tachos… O problema é que nos vão dar cabo da cabeça por muito mais tempo, pois parece que quanto menor for a quantidade de sal maior é a esperança de vida...deles, que não a nossa.