31.12.19

45 anos de serviço público

Bem, estão concluídos 45 anos de serviço público. Ficam com quem os sofreu, porque o seu exercício nunca foi fácil, embora, por vezes, fosse gratificante… 
Ficam com quem os sofreu porque, demasiadas vezes, o sujeito de aprendizagem perdeu identidade para se transformar num objeto de ensino… 
Quando a Memória destes 45 anos se esbate, ao contrário de muitos outros que se orgulham de numerosos sucessos, resta um gosto amargo por não ter conseguido aplicar uma pedagogia diferenciada que libertasse cada aluno da formatação imposta pelo sistema educativo…
Resta um gosto amargo porque, ao longo destes 45 anos, os conteúdos foram perdendo significado, criando um tal vazio que poucos são, hoje, capazes de distinguir a verdade da mentira, como se a Ilusão nos bastasse…

30.12.19

A gaivota do 12º andar

Sobre o aparelho de ar condicionado do 12º andar, enquanto a gata dorme, a gaivota alimenta-se, sem perceber que está a ser observada…
Sem perceber? Esta certeza é capaz de ser exagerada… Afinal, o que sei eu da perceção das gaivotas…
E a Sammy continua a dormir, ela que espera horas pela visita de uma qualquer ave…
Por mim, vou continuar a leitura de Orlando, que já se encontra na fase fêmea, sem que eu compreenda como é que, à época, se passava de macho a fêmea com tamanha facilidade. 
Alquimia literária!
De qualquer modo, amanhã a gaivota regressará. A mesma? Macho? Fêmea?

29.12.19

Não há quem regule o trânsito

Os autocarros aproximam-se do terminal rodoviário na faixa que lhes foi destinada, no entanto ficam bloqueados. Ninguém parece preocupar-se.
Centenas de passageiros que optaram pelo transporte coletivo esperam impacientemente por terminar ou iniciar a viagem.
Não há um agente que regule o trânsito, que ponha cobro ao egoísmo de quem só pensa na sua comodidade…
A verdade é que dois ou três agentes na zona da Estação do Oriente seriam suficientes para tornar o trânsito mais fluido e para evitar o aumento da temperatura na zona - cerca de 2 graus.
E depois queixam-se das alterações climáticas, sem esquecer o estado depressivo em que vamos caindo…

27.12.19

Os nomes nada acrescentam

Bairro desaparecido
Não é por lhes citar os nomes que se tornam conhecidos. Os nomes não acrescentam nada. Sem obra individual, não há renome…
Há obras coletivas cujos trabalhadores morrem no anonimato, mesmo que os Saramagos percorram o alfabeto da nomeação. Um João, por exemplo, seja o primeiro ou o quinto, persiste por mais tempo na Memória… ainda que a resistência seja cada vez mais breve…
Entre tantos manuéis, só o primeiro assegurou um estilo, sem ter entrançado uma corda, que se saiba.
Já nem as lápides cumprem o ofício!

26.12.19

Faltam 185 dias

Dizem-me nesta data - e quem o diz não é profeta! - que faltam 185 dias. Não sei se acredite, até porque Virginia Woolf ( Orlando) assegura que

 «Infelizmente, o Tempo faz fauna e flora crescerem e definharem com espantosa regularidade, mas não tem o mesmo efeito tão simples na mente humana. Mais: a mente humana acaba por agir de forma correspondentemente estranha sobre o decorrer do tempo.»

A verdade é que os 185 dias podem ser mais ou menos, pois a duração não depende de nenhum robot, mas sim da mente que tiver lido (ou ignorado) um simples e-mail. Se a leitura for ativa, o tempo será significativamente encurtado. Caso contrário, os dias ficarão esquecidos no computador do burocrata… e eu às voltas com o biógrafo de Orlando: 

«Uma hora quando alojada nesse elemento tão bizarro que é o espírito humano pode ganhar cinquenta ou cem vezes a sua extensão segundo o relógio; inversamente , uma hora pode ser fielmente retratada no relógio mental como tendo durado um mero segundo.»

No meu caso, o tempo psicológico dá cabo de mim, porque uma vezes passa apressado; outras, de tão lento, acelera-me o tic-tac.

24.12.19

Boas Festas!


(Quanto ao fruto, se possível, deixem-no amadurecer. Basta vê-lo ganhar forma e cor...)


BOAS FESTAS A TODOS OS MEUS FAMILIARES, AMIGOS E CONHECIDOS!


Obrigado pela companhia!

22.12.19

O parque de estacionamento "Oceanário" é caro e serve mal

O parque de estacionamento 'Oceanário' fica ali ao lado - serve o Teatro de Camões, o Oceanário, a marina… 
Porém, serve mal!
Logo, à entrada, surge o aviso de que a Via Verde não está disponível. A caixa de pagamento fica no piso 0, o que nos dias de maior afluência provoca inevitáveis e demoradas filas. Apesar do elevado custo, o multibanco também não funciona...
Quanto aos acessos ao exterior, ninguém se ocupa da sua limpeza, sobretudo, em dias de chuva e nas horas em que os javardos vomitam escada abaixo, gerando situações que podem provocar quedas extremamente graves…
E claro, vigilante, assistente, funcionário, ninguém lhe(s) põe a vista em cima. Será por ser domingo?