24.12.20

Flores de Natal!

Véspera de Natal
                                                                                   As verdadeiras flores estão no jardim. Estas 'colhidas' hoje são apenas representação, ilusão visual. 

Um bom Natal para todos! - familiares, amigos e estranhos para que não se percam na 'floresta de enganos'...

22.12.20

As vírgulas

Rua de Santa Marta

De quando em vez, 
regresso só para observar as vírgulas. 
Coloco uma aqui, retiro outra ali.
Por mais estranho que possa parecer, 
a mudez do censor das vírgulas incomoda-me.

De imediato, 
o que me inquieta é o tempo - o atraso que não vou ser capaz de ultrapassar, com ou sem vírgula.

Superada a inquietação, desci até à ruina do lugar, até à nulidade da ação política.

20.12.20

Vem aí o inverno!

Apesar dos sinais serem de despojamento, tal não significa que a vida se extinga. O recolhimento apenas significa uma desaceleração do ritmo, criando uma nova harmonia. Está nas nossas mãos compreender essa necessidade ou, pelo contrário, continuar a pensar que somos superiores, virando as costas aos ensinamentos fundamentais do Vida.
A própria morte, se não resultar da nossa incúria, ganhará sentido por muito que não o queiramos aceitar.

18.12.20

A continuação da vida

Entre mortos e feridos, algum se há-de salvar!

Crentes ou não, vamos lá celebrar o Natal!

No íntimo, todos acreditamos que o azar espreita, mas que, em regra, bate à porta do vizinho… o que não parece muito inteligente se aceitarmos a definição de inteligência formulada por António Damásio:
«É essa capacidade que permite resolver problemas e ajustar o comportamento de um ser vivo a esses problemas de forma a permitir a continuação da vida.» Jornal i, 18-12-2020

16.12.20

Desmancha-prazeres

 Longe de mim impedir quem quer que seja de se divertir. No entanto, nunca entendi o espírito da época - sempre que olhava à volta, por mais próxima ou distante que ela se me afigurasse, não conseguia enxergar o motivo para tanta celebração… Com o tempo, fui compreendendo que o mundo era extremamente desigual e injusto… o que me obrigava a refletir na extraordinária capacidade humana para celebrar como se tudo corresse pelo melhor ou pudesse transformar-se sob o efeito de uma taça de champanhe e algumas passas...

Até nas igrejas se erguiam paraventos para que o frio ficasse lá fora… e o presépio, apesar da sua própria génese, era um lugar acolhedor, cheio de figurinhas gorduchinhas indiferentes aos ventos que se levantavam…
Por mais que, em 2020, a perceção da fatalidade próxima e distante tenha crescido, a verdade é que insistimos em viver no fingimento milenar, sem sequer colocar a hipótese de o suspender.

13.12.20

98 óbitos

Na avenida da Igreja

98 óbitos em 24 horas!
Entre 1 de Janeiro e 10 de Dezembro, faleceram 110.000 portugueses.
É demais!
Continuamos a correr atrás do prejuízo ou nem isso…

São velhos, meus senhores! A quem é que podem interessar?

Ainda por cima, há tantos outros que morrem diariamente, segundo as estatísticas. Oficialmente, ninguém sabe porquê. Leva tempo a apurar as causas…

Desde 1949, que não morria tanta gente! O que é que aconteceu naquela data?
- O ano em que as senhoras deixaram as meias em casa!

CAUSA: UMA ONDA DE CALOR.