7.11.23

Um parágrafo

Na Barataria, à laia de conclusão, um parágrafo é suficiente para obrigar o primeiro-ministro a demitir-se, deitando para o lixo o voto de um país...
Claro que o país vai voltar a pronunciar-se sobre quem o deve governar. No entanto, quem é que vai garantir que os novos candidatos não estão já sob o olhar do ministério público?
Finalmente, quem é que responde pelo ministério público nesta Barataria?

Na minha opinião, o referido parágrafo não deveria surgir como conclusão, pois não remata... arruina num segundo o carácter do homem que o povo escolheu para primeiro-ministro...

No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente. Lisboa, 7 de novembro de 2023 O Gabinete de imprensa do Ministério Público.

4.11.23

Da nomeação

Com o tempo, a Caruma fenece e com as chuvas vira pasta escorregadia... E para que ninguém escorregue, assumo, definitivamente, a autoria. Pode parecer capricho, mas não o é.
Como se sabe, o nome mais não é do que a antecâmera do anonimato. E assim deve ser!
Quanto ao tempo, as guerras mantêm o ímpeto destrutivo, em nome de causas absurdas. 

3.11.23

Aos poucos...

Aos poucos, deixo de escrever porque os factos são tão horrendos que de nada serve emitir opinião. A retórica só serve para nos confundir,  encaminhando-nos para ideias medíocres que só nos podem afastar da verdade...
Perturbado pelos factos, incapaz de contribuir para uma efetiva alteração das atitudes, abdico de escrever a ver se dou um passo para a diminuição do ruído comunicacional.
De qualquer modo, já sabia que a minha voz não move uma palha, quanto mais montanhas... 
(...)
O horror em Gaza, na Ucrânia e em tantos outros sítios persiste.

25.10.23

O que nos compromete

O que acontece é o que nos compromete. 
Para a maioria, passar ao lado é a melhor solução... Para as fações, vinga o extremismo, sempre descontextualizado...
Desta vez, António Guterres pegou os bois pelos cornos, e fez muito bem. Dentro e fora de portas, os faciosos não se vão calar.
A maioria não se compromete. Prefere ignorar.


17.10.23

Não foi fácil

Não foi fácil o ano que ontem terminou.
Esperemos que o que se inicia, felizmente com chuva, se revele menos tormentoso.
Não é só o corpo, mesmo que nem sempre seja o meu, que nos limita a caminhada. É sobretudo a alma, que nem Platão me consegue explicar de forma luminosa, que carregada de sombras insiste em desfazer a razão.
Neste novo ano, a escrita será cada vez mais restrita, pois de pouco serve espraiar-se para outras plataformas.
Esperemos, sim, que a chuva não nos falte, porque de paz andamos desconversados.

13.10.23

O desregramento...


Parece que vamos ter chuva! Esperemos que seja moderada, já que o desregramento humano campeia, da Rússia a Israel... Ambos dizem combater os extremismos, como se não tivessem responsabilidade na sua proliferação... 
Praticar o mal para destruir o mal nunca foi solução. Não quer dizer que se entregue a outra face... só que é criminoso atentar contra populações indefesas.
Esse ataque deveria ser universalmente condenado.
(Ai, o condicional...)

6.10.23

Sem defesa

 «Os escritos são peças mortas que não conseguem defender-se quando atacados.» Platão, Fedro

A dialética socrática procurava, a todo o custo, evitar a morte, só que num registo oral argumentativo. A escrita encarcera.
De certo modo, ao escrevermos, todos sabemos, de antemão, que a imortalidade só seria possível se conseguíssemos prolongar a vida...
Por isso, insistimos na ilusão até nos cansarmos, em definitivo. 
Do anátema não escapamos!