7.4.19

Porque será?

O número de tolos é infinito.
Ninguém é tão tolo como um tolo intencional.
Ninguém é tão tolo que não possa ensinar…
                             … a verdade é que a maioria prefere 'viver debaixo da vassoura'. Porque será?
Quem começa pela 'verdade' acaba a mentir… 
O melhor é seguir a lição de Pieter Bruegel, O Velho.


6.4.19

Come un Gatto...

Come un Gatto in Tangenziale, filme de Riccardo Milani, 1977 (12ª festa do Cinema Italiano)


Uma comédia divertida sobre políticas de integração. 
Dito de outro modo, tudo começa a mover-se no dia em que o intelectual Giovanni, defensor da integração social negociada em Bruxelas e Estrasburgo, se vê obrigado a entrar num bairro dos subúrbios de Roma, por causa dos amores da filha…
Apesar das dificuldades encontradas, Giovanni sempre acaba por aprender alguma coisa, ajudando a salvar (a integrar) algumas almas, muito por força da 'angélica' Mónica...

5.4.19

A questão não está em saber quem cunhou a ministra

Vieira da Silva sobre filha no Governo: “não tenho interferência nenhuma” 
Nem S. José, o carpinteiro, ousou blasfemar de tal modo sobre o filho que Deus lhe outorgou.
A questão não está em saber quem cunhou a ministra, mas em perceber se não havia ninguém mais qualificado…
Num país de gente desqualificada, quem tem meio-olho é rei!



4.4.19

Um olvido demolidor

Face ao alarido que se abateu sobre a classe política, designadamente a governamental, concluo que não tenho família ou, pelo menos, não tenho familiares colocados na área política… a não ser que a família tenha concluído que me faltam requisitos para motorista, porteiro, chefe de gabinete, secretário…
Numa época, em que o propósito parece ser o de demolir as instituições, creio que esta balbúrdia se justifica. Sendo a 'família' um pilar do Estado Novo que entrou em convulsão na Terceira República, o que não se compreende é este favorecimento, a coberto de um olvido demolidor… embora, pessoalmente, não estranhe a situação, pois raramente os meus interlocutores se lembram do que era suposto terem feito no dia anterior ou até no próprio dia…
Na semana passada e nas anteriores, eram os banqueiros e os governadores, todos amnésicos, e já me esquecia do excelentíssimo da fonte termal / Boliqueime. De acordo com a lenda, quem nela mergulha passa a sofrer de distorção da memória.

3.4.19

'Quase pouco'

«Talvez porque o escuro junta as coisas, costura os fios do disperso.» Mia Couto, O pescador cego

Logo pela manhã contaram-me a estória de um pescador que perdera um olho porque se esquecera do isco para a pescaria… A razão pareceu-me não ser da ordem do esquecimento. No entanto, o esclarecimento não chegou. O peixe não resistiu ao engodo vítreo… A estória amputada acabou nos braços da esposa outrora rejeitada, como se Jocasta tivesse, de novo,  acolhido no seu seio filho e marido pelos peixes do olimpo castigados…
Com a chegada do escuro, lá fui revisitar o pescador de Mia Couto e, afinal, trata-se da estória de um CEGO MACHO e não de qualquer Édipo freudiano, mesmo se «quase pouco»...

2.4.19

Ainda há «engenhos"...

Ótimo aproveitamento dos componentes de computadores atirados para a sucata, que, desolado, fui observando sob as escadarias laterais que dão acesso ao primeiro piso…
Por ali passou algum zéfiro que decidiu brincar com o velhinho maltratado que persiste à entrada do Liceu Camões…
Afinal, ainda há "engenhos" capazes de interpretar o tempo em que vivemos - metálico e digital…
Os meus parabéns aos estatuários!

1.4.19

A mentira

O povo está feliz! Já pode inverter o percurso e ir viver para o campo ou para a praia. 
Vem aí a boa vida! A semana de trabalho de três dias e trabalho para todos, mal remunerado - que importa? 
Com a poupança no passe, já é possível pagar o infantário e o colégio das crianças e até amortizar umas tantas imparidades familiares.
Anuncia-se, entretanto, que a taxa de casamentos vai aumentar e a de divórcios diminuir, sem esquecer a multiplicação de carrinhos de bebé nas faixas criadas para os velocípedes…
O metro já começou a acelerar, reduzindo em 5% o tempo de espera; nos cais, os cachos humanos diluem-se. 
Nas paragens de autocarro, a vontade de conviver intensifica-se; afinal, os atrasos não passam de uma abordagem subjetiva de quem não compreende a mudança em curso…
E depois há os novos comboios, as novas carruagens, os novos catamarãs, os novos autocarros a gás e a hidrogénio… tudo novinho, a baixo custo, a chegar dentro de momentos...
E se esperarem um pouco mais, também não faltarão os novos hospitais, as novas escolas, os novos presídios, as novas barragens, os novos albergues, os novos fontanários. Tudo novo!
Tal qual como no Estado Novo!
Eu por mim, já encomendei o passe! Só não sei é se irei chegar a horas! Pouco importa!