11.12.23

Reencontro


Nunca o esqueci. Sobretudo, o rigor e a modéstia do Joaquim Amílcar Carvalho da Cruz (29/7/1941). Foi em Sintra (Escola Secundária de Santa Maria) que o conheci, quando fez a profissionalização em exercício...
Depois, cada um seguiu o respectivo caminho... E hoje descobri um artigo que dá conta da sua entrega à comunidade Torreense.

10.12.23

Fraqueza


Quando o silêncio só é interrompido pelo interesse, apetece-me voltar costas.... e deixá-lo a falar sozinho. No entanto, acabo por encontrar sempre uma desculpa para esse abuso, como se uma educação diferente pudesse ter moldado um ser mais solidário...
O prejuízo gerado por este comportamento é irreversível e a minha fraqueza indesculpável.
Nem o regresso a Jean-Jacques Rousseau me serve de consolo.
Entretanto, pela manhã, surge o nevoeiro, criando um vale efémero, fruto de uma velha doença dos olhos...  

6.12.23

Os eleitos


Os eleitos deixaram de ter qualquer poder. Sob suspeita permanente, ninguém os leva a sério... Parece que basta ser eleito para, de imediato, cair em suspeita...
Tudo aquilo em que tocam fica manchado e, mesmo, na sua vizinhança, cheira mal...

Deste modo, o melhor é não ser eleito e assegurar o lugar pela força. A única lei que respeitamos é a do mais forte. Ou será que nem essa?

De mal a pior!

Cá por casa, felizmente, nunca houve eleitos...

30.11.23

A vida

Devo anotar que hoje choveu, por vezes, impiedosamente. Saímos de casa por volta do meio dia com objetivo de celebrar 49 anos de casamento. Em 1974, o Sol não faltou, talvez para abrilhantar a restrita e frugal cerimónia... porque, afinal, a minha família não compareceu - de nada serve acusar quem quer que seja...
Hoje, acabámos por almoçar no Corte Inglês para nos abrigarmos da chuva. A refeição foi simples, só que já não temos idade para circular em espaços fechados e tão movimentados...
Quando o cansaço e a ansiedade crescem, nem a psicoterapia (entre as 14:45 e as 15:30) consegue evitar a vontade de regressar a casa e de correr para vale de lençóis...
O que o futuro nos promete não parece ser muito auspicioso... De qualquer modo, não é possível escolher a vida, embora se possa desvalorizá-la...

29.11.23

Exercício de paciência...

Levantar às 7. Tomar banho. Despejar uma máquina de loiça. Eutirox 25. Preparar um pequeno almoço.
Eutirox 75. Comprar no centro comercial três bolas de centeio. Voltar a casa.
Medicamento para a tensão. Voltar a sair, acompanhar o filho, hoje, até ao autocarro.
Regressar a casa. Apanhar e estender roupa. Atenção ao relógio: a acupuntura está marcada para as 11 horas.
Voltar ao centro comercial: avaliação de relógios no relojoeiro que, de facto, ninguém quer; loja de animais, comida seca para a gata...

(Registos e mais registos.)

Às 11:54, sentei-me, a pensar em ler umas páginas de Canetti, Las Voces de Marrakech.  Em 26 minutos, mergulhei  na estória La MUJER DE LA REJA. Afinal, a mulher, sem véu e faladora, dá provas de insanidade naquele contexto.

Faltava apressar a saída - ajudar a vestir, pentear, dar de comer à gata... Era preciso chegar a horas à cantina dos Serviços sociais da administração pública - pataniscas com arroz de feijão... Hesitação: o horário do cinema Nimas era incompatível com o tempo disponível... Assim regresso a casa, aproveitando para visitar a irmã Teresa no Lar Mil Primaveras...
(...)
Noutro qualquer dia, darei conta do exercício.... 
sobretudo porque a chuva intermitente faz-me saltar de estendal, ora exterior ora interior.
O drama avoluma-se: a memória falha no que é essencial e cresce no que parece distante e acidental. Por exemplo, para que serve o morfex e o psidep? A resposta já foi dada mil vezes, mas é como se tal nunca tivesse acontecido...
Agora, 19h35, o sono forçado é interrompido para comer umas bolachinhas...,como se nada tivesse acontecido.

26.11.23

Promessas


Prometer é fácil, o problema está em cumprir...
Chegada a hora, a culpa será de quem terá deixado os cofres vazios...
Ou, então, a culpa será da memória efémera...

Eu, que sou experimentado em promessas falhadas, já deveria ter desligado... mas, todavia, uma pequena esperança tremelica...

23.11.23

Irritante

Poderia dizer que ando muito stressado / estressado, mas a palavra desagrada-me. Prefiro, assim, dizer que ando muito irritado. E porquê? 
... porque foram necessários dois meses para que a Fidelidade (que diabo de nome?) me desse razão num acidente em que não tive qualquer responsabilidade...
... porque, quando a memória falha, tudo deixa de fazer sentido...
... porque me deixei ludibriar por publicidade enganosa: paguei aos chineses (ou a quem se faz passar por eles) o triplo do custo de uma almofada, quando o  que encomendara era uma cadeira de baloiço com... almofada e não só...
... porque depois de pagar um frete, me pedem para ir buscar a mercadoria...
... porque a Vodafone me cortou o sinal do pacote MEO em dois dias seguidos, obrigando-me a solicitar o serviço técnico da minha operadora, porque há quem seja mau profissional e /ou/ preguiçoso...

No entanto, nem tudo é irritante: hoje dois jovens profissionais (da empresa R. Martins Climatização) substituíram, em três horas, um equipamento de ar condicionado, deixando tudo impecável.