8.4.24

Lumumba - nota esquecida

                 A morte anunciada de lumumba

                A 30 de Junho de 1960, o Congo conquista a independência.

               Patrice Lumumba diz ao rei da Bélgica, Balduíno I, que a independência do seu país é um passo decisivo para a libertação de todo o continente africano, e dita, com estas palavras, o próprio destino. Nomeado primeiro ministro em exercício, passa a viver em regime de residência fixa depois de um golpe de estado liderado pelo coronel Mobutu e apoiado pela CIA. A 28 de Novembro de 1960, Lumumba tenta evadir-se, mas é preso logo em seguida, a 2 de Dezembro, em Port Francqui. Transportado num DC3 para o aeroporto de Léopoldville, Lumumba é violentamente empurrado para dentro de um camião. Um soldado puxa-lhe a cabeça com força para trás a fim de proporcionar uma melhor perspectiva do seu rosto aos fotógrafos. Foi a última foto de Lumumba vivo.

                A 18 de Agosto de 1960, o Conselho de Segurança, em Washington decidira eliminá-lo, ao mesmo tempo que os militares belgas apoiavam Moisés Tshombé, que anunciara a secessão do Catanga...

                Feito prisioneiro e depois entregue aos seus inimigos do Catanga, o arauto do nacionalismo africano é torturado até à morte, a 17 de Janeiro de 1961. O corpo nunca foi encontrado.

5.4.24

Os mandantes e os ajudantes

Tomaram posse 41 ajudantes. Creio que, na sua maioria, vão precisar de muita ajuda. Por mim, tudo farei para não incomodar suas excelências...
E também não lhes vou pedir nada. Estou bem assim. 
O meu único desejo é que Zeus nos liberte de Sua Excelência, o verdadeiro responsável pela instabilidade em que vivemos. 
E já agora espero que as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril sejam discretas e não ações de propaganda como acontecia no Estado Novo.






3.4.24

De regresso

 Em nome do futuro, o antigo logótipo do governo está de regresso ...

E creio que assim acontecerá com as restantes medidas, todas inspiradas no passado. Virtuoso, por aquilo que se anuncia...

Eu, porém, não consigo acompanhar este ímpeto regenerador. Por mais que me esforce, o passado não me resolve problema algum... Gostava, no entanto, que a propaganda diminuísse ...

e que o Pedro Nuno Santos não me entrasse pela casa dentro  naquele tom acelerado e gritado. Incomoda-me. Obriga-me a desligar a Televisão.

1.4.24

1 de abril de 2024

 




Hoje é dia de seca. Por uma questão de princípio, ninguém me vai arrancar uma palavra. Amanhã, sim, volta a chover.

E já passaram 4 anos que deixei a vida activa! Parece mentira...

29.3.24

em letra pequena...


É visceral: odeio o calor e a seca. Como tal, neste mês de março, não me queixo nem sequer dos políticos.
Não se entendem, compreendo. Passam demasiado tempo ao sol!
Agora que estou a ler a Ilíada, percebo que os políticos, tal como os guerreiros do tempo homérico, apesar de valorizarem a força e a manha, não passam de bonecos manipulados por deuses caprichosos, sedentos de sangue humano.
Um único conselho para os meses que se avizinham: não se esqueçam de Zeus!

22.3.24

A lei das marés


A maré vai começar a encher e os detritos ficarão, por um tempo, submersos. Estejamos atentos ao que ela no traz!
Inevitavelmente, a maré voltará a vazar e detritos voltarão à tona.

É impossível escapar!

(Ainda pensei que se tratasse de um arado cansado de sulcar o mar da palha...)

18.3.24

Nuno Júdice, são as flores que ficam...

 (29-04-1949 - 17-03-2024)

Nunca fui próximo do Nuno Júdice, embora me tenha cruzado com ele várias vezes num lugar que merecia a sua atenção: a Escola Secundária de Camões. Talvez porque se mantivesse fiel às suas antigas (os) alunas (os) ou aos companheiros (as) de viagem. 
Pareceu-me um homem tímido..., como se pedisse desculpa ao chão que pisava... na verdade, talvez fosse bem diferente. No entanto, eu não me aproximei... deixava-o com os amigos.

Creio que, nesta hora, o melhor que posso fazer é transcrever o soneto RAMO, da obra O Breve Sentimento do Eterno:

Vejo a erosão das palavras na Terra
da frase. Transformam-se em lama;
misturam-se com as folhas. Um húmus
de sílabas alimenta o verso.

Com a primavera, o poema nascerá;
e as suas flores cobrirão o campo
com um brilho transparente, deixando
ver o interior de cada imagem.

Corto-as do caule para fazer o ramo
que ponho no vaso da estrofe,
para que não sequem nem murchem.

São as flores que ficam, as que
duram para o inverno, as que
resistem ao vento, à angústia, à morte.