5.5.24

Errância

Comme la marginalité, l’errance s’articule d’emblée sur la notion d’espace. En effet, l’errance au sens propre du terme se définit par la création d’un parcours sans objectif, non orienté dans l’espace. Elle renvoie à une double étymologie : errer, c’est d’abord aller çà et là sans but mais aussi marcher (illinere) ; puis à partir du XIIè siècle, errer a pour principale signification l’idée de se tromper. Dès lors, l’errance semble reposer sur une erreur fondamentale. Phénomène d’attraction et de fascination généré par l’espace, elle fonctionne selon le schéma du chant trompeur des sirènes (Homère, Odyssée), de l’appel de la forêt et autres séducteurs dont on ne revient pas. Cependant, contrairement à la marginalité qui renvoie à un lieu fixe, un centre opposé à la périphérie, l’errance renvoie à un espace ouvert où s’effectue la déambulation, sans but précis de l’errant. L’errance se distingue donc nettement du voyage ou de la promenade.

Pois é: parece que ninguém reconhece que se pode enganar... É só certezas. E se nos enganássemos no caminho?

3.5.24

Uma boa ação da CARRIS

 

Ao fim de muitos anos, a CARRIS descobriu que servia mal a PORTELA (LRS)...
Agora, os portelenses já podem recorrer aos autocarros 722, 728 e 731 para se deslocarem de e para Lisboa, com melhor ligação ao METRO.
E também já podem sair de casa ao fim de semana e nos feriados. 
Levou tempo, mas o serviço está a melhorar...

Só falta aprender a gerir o 728, de modo a que  o autocarro não 'desapareça' ou não surjam três de cada vez... em particular no fim de semanal ou nos feriados. Por outro lado, também, seria útil que a APP CARRIS não fornecesse informação errada...

28.4.24

Mais azul

Diria que o dia surgiu mais azul, mais leve... mesmo que os pingos de chuva nos molhem os cabelos... O bispo de Setúbal ficou livre de vassalagem, e o Porto, progressivamente, vai recuperando a liberdade de que tanto se orgulha.
(...)
À noite, o azul começou a empalidecer, não fosse o vermelho ganhar ânimo. O verde beneficia em toda a linha.

25.4.24

O divino MRS

O MRS de Eça seria divino, mas não escaparia a umas valentes bordoadas.
E se fosse o MRS de Bordalo, como é que seria?
Em visita às Caldas, o bonecreiro ocuparia a fábrica do Zé Povinho, e depois de múltiplas selfies, sairia de lá com um mealheiro gigantesco para que o rústico Montenegro possa começar a pagar a dívida colonial. 

Filisteu diletante, às voltas com uma consciência serôdia, tudo faz para descartar a responsabilidade dos seus actos. O problema é que o seu Deus é impiedoso!

23.4.24

Adormeci no charco...

 

Adormeci no charco, não consigo sair da Guerra de Troia... Os deuses insistem em impor a sua vontade aos homens... e estes insistem em obedecer-lhes...
A insistência tornou-se no comportamento dominante - previsível ou não. Por exemplo, o Ventura insiste em governar com o Montenegro, e este insiste em roubar-lhe o eleitorado, com o lançamento do 'disruptivo' Sebastião Bugalho, naquele fatinho encomendado pelo Moedas...
Por seu turno, o Pedro Nuno Santos insiste na Marta Temido, provavelmente convencido de que os sobreviventes da Covid lhe estarão eternamente gratos...
Na Guerra de Troia, os deuses de Homero têm os meios para impor a sua vontade aos homens... Por aqui, nem a previsibilidade nem a imprevisibilidade conseguirão fazer-nos sair do charco.
Quais náufragos de águas estagnadas, por estes dias, lançamos cravos à liberdade, como se fosse possível voltar atrás.

19.4.24

Olhando da janela alta



Só olho de soslaio, porque, de facto, estou a ler a crónica de Rúben Braga, Homem olhando a janela alta... (Para os interessados, Rubem Braga, Desculpem Tocar no Assunto, edições Tinta da China.)
Lá no alto, o homem avista a senhora "que não se pode alcançar" - nem voando para o equívoco  peitoril da janela... "Atrás de uma árvore sem graça um homem sem graça olha uma janela alta."

Perguntaram-me um destes dias por uma ambulância e pelos polícias que a acompanhavam... Eu não soube responder, porque da minha janela alta não vislumbro o que acontece na entrada do edifício.
A minha atenção já só segue o rasto dos aviões, na expectativa de antecipar a chegada dos drones e dos mísseis... 

18.4.24

O sorriso

Quem observa o Montenegro, desconfia daquele sorriso inocente, de espanto, de novidade . 
É estranho: o sorriso não corresponde àquele apelido. Só que bastam poucos segundos, para que o tom desfaça o efeito do sorriso... palavras estudadas propalam o suave veneno que corrói a alma do Montenegro. 
A encenação sobrepõe-se irremediavelmente à candura anunciada.