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13.10.11

Acrescentar…

Há quem defenda que a arte não se explica! Mas se assim fosse como é que saberíamos que se trata de arte? Como é que saberíamos que estamos perante um artista?

Na minha modesta opinião, a explicação da arte passa pela capacidade de ajudar a obra a atingir um público que a legitime não pelo seu custo, mas, sim, pelo que lhe acrescenta – pelo que acrescenta ao cosmos.

É esse acréscimo que me interessa e que eu talvez possa explicar se me souber colocar diante do livro, do quadro, da escultura, da canção, do filme…

E por isso mais do que incluir em qualquer programa o conhecimento da arte, o essencial é  aprender a colocar-se perante o outro, sobretudo, perante aquele que persiste em não deixar o mundo sem lhe ter acrescentado beleza, bondade, verdade… novidade.

16.9.11

Em terra de matilhas…

Quem acorda cão dormido vende paz e compra arruído.

Que o homem é resmungão, já sabemos, e por isso quem pode deve agir rápido. Deve demiti-lo ou levá-lo à demissão, caso contrário a ilha da Madeira arrastará, de vez,  o ‘continente’ para o abismo… (sem esquecer os Berardos que, servindo interesses escondidos, deixaram a banca nacional a descoberto!)

Infelizmente, a propaganda continua a cegar os portugueses, habituados a correr atrás de ‘manhãs radiosas’, sem fazer contas à vida!

Ultimamente, até nos querem convencer que o Plano Nacional de Leitura tem contribuído para a redução da iliteracia. Mesmo quem nada lê de substancial defende o artifício! Mas, de facto, o objectivo  é evitar que interesses instalados sejam postos a nu e eliminados.

Se a iliteracia tivesse diminuído, a situação do país seria bem diferente e as matilhas não se teriam constituído.

15.9.11

A qualidade de decisão…

A Nuno Crato, não lhe faltam nem concisão nem clareza! Vamos ver se com sofríveis recursos financeiros, consegue aumentar a qualidade de decisão.

Também é bom indicador a disponibilidade do presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, José Ribeiro e Castro, manifestada, hoje, na Escola Secundária de Camões, para problematizar, de forma clara e concisa, os problemas vividos no terreno…

Impedir que a escola se transforme num factor de desigualdade, mais que uma opção ideológica, é uma via que exige conhecimento do terreno, ponderação e decisão casuística e rigorosa.

É preciso sair dos gabinetes! Por exemplo, por onde é que anda a Inspeção-Geral de Educação?

14.9.11

Memória desfocada…

Quando alguém faz 89 anos, ao revisitar um lugar onde outrora passou férias,  ainda que as ruas sejam as mesmas,  os edifícios surgem-lhe diferentes – mais altos, deslocados e, sobretudo, despersonalizados.

No passado havia um senhor, proprietário das almas e dos corpos. Agora, o largo enviuvado abre em esplanadas e passeios ronceiros, servindo transeuntes de ocasião e aposentados que matam o tempo, convencidos que são o mundo…

Nem o casino cumpre a sua razão de ser! Evidência de fausto artificioso, o edifício serve a presunção dos senhores ignaros que lançaram as mãos aos milhões dos fundos europeus…

3.9.11

Na gáspea!

Olho e interrogo-me: - O que é que nos falta? Inteligência? Aplicação?

A distância deixou de ser obstáculo! No entanto, estamos cada vez mais longe!

De facto, o único instrumento que sabemos usar é a tesoura! Já nem os guindastes nos salvam!


25.8.11

Relampejos…



O vazio perturba o caminhante. Prédios que escondem quem não quer ser visto ou, talvez, os residentes sejam descartáveis!

Ancorado no porto de Lisboa, o Funchal espera. - O quê? – Que o libertem do jugo continental?


Polícia montada na Avenida Infante D. Henrique em tempo de crise? Pelo aspecto, ainda estamos longe das pilecas dos escudeiros vicentinos. Mas lá chegaremos!

«Cada palavra, em Português, tem um único acento gráfico, agudo ou circunflexo que incide obrigatoriamente numa das três últimas sílabas.» Gomes, Aldónio, Escrever Direito, Ortografia, Clássica editora

19.8.11

Escolhas…


«Uma alçada bateu para a Foz do Arelho, cercou a casa do Francisco Grandela e meteu o nariz em todos os cantos, até nas capoeiras.»
Aquilino Ribeiro, Um Escritor Confessa-se 


Os esbirros de João Franco, em nome do monarca, perseguem o insurrecto Aquilino, seguindo o trilho republicano…

Grandela – empreendor e filantropo.

Aquilino Ribeiro – activista e escritor.

Ambos escolheram a acção, ao serviço do Outro…

3.8.11

Do alto…

 Quando olho fotos mais antigas, apercebo-me que outrora subia aos castelos para me sentir senhor de uma paisagem que não era minha.

Esta ideia de posse, hoje, não faz qualquer sentido. Passámos a olhar reverencialmente os castelos sem lhes conhecer os senhores.

31.7.11

Num sábado…

 





Não sei quem mora na cave daquela oliveira de encosta. Um dia destes, acampo debaixo da figueira mais próxima… e espero.

As pereiras, logo que se viram livres do mato que as cercava, decidiram ser o maná das abelhas e das aves. E eu, oportunista, antecipei-me…

Um ponto de fuga explodiu no Museu Oriente para me mostrar que a arte é muito mais do que os meus sentidos costumam alcançar…

O poço resiste ao abandono, lembrando tempos de iniciativa…

5.7.11

Exemplo…

MOODY'S CORTA 'RATING' DE PORTUGAL PARA 'LIXO'.

Eis um título que, de forma exemplar, dá conta do lugar de Portugal no mundo: o caixote do lixo. Metonimicamente, o “caixote” desaparece para ficar apenas a metáfora em que Portugal soçobra definitivamente. Já nem a língua portuguesa nos salva!

A tirania de agências, como a “moody’s’”, deveria servir para nos questionarmos sobre as nossas opções: ou lutamos por uma república federal europeia ou abandonamos a união europeia e, consequentemente, o euro.

O que não se pode aceitar é que diariamente sejamos humilhados e, sobretudo, devemos combater a política de terror que nos está a ser imposta.

14.6.11

O tempo dos almotacés…

A quente, não é de esperar grande sensatez! E por isso esqueço os  rostos do dia, e regresso à memória de outras modernidades…

Ao tempo da camioneta da carreira que trouxe a pontualidade e a democratização, que descobriu novas fronteiras, novas serras, novos mares…

Ao tempo do petróleo (querosene ou petroline) que apagou a noite e anoiteceu as velas de sebo, que impôs a higiene…

Ao tempo da electricidade que humilhou Apolo e ofereceu aos poetas as flores do mal e as horas mortas…

Ao tempo do automóvel aristocrata e burguês…

Ao tempo da escola oficial que nos queria libertar da ignorância em troca de votos comprometidos…

Ao tempo dos bens comunais: a eira, as lameiras, a água de rega, o forno, o moinho-à-beira rio, o açude, a serra…

Ao tempo dos almotacés!

(…) E este regresso mais não é do que o reconhecimento de que quem olha e escuta  é a consciência de um devir que ainda  pode escolher entre os impulsos desmedidos e os bens comunais…

3.6.11

A alternativa?



Agora que a campanha eleitoral está a chegar ao fim, procuro uma alternativa e só antevejo soluções defuntas! Não sei se os candidatos a deputados deram a devida atenção às velhas tecnologias, mas o país rural e urbano expõe-as, de norte a sul.

De qualquer modo falar de candidatos a deputados é um excesso de linguagem, pois, apesar das novas tecnologias, parece que eles enfiaram o gorro do «físico prodigioso» e terão partido para uma qualquer longínqua praia paradisíaca. Ninguém lhes conseguiu pôr em vista em cima! Esperemos que o devasso satã não os tenha sodomizado!

Quanto à alternativa, bem sabemos que não podemos voltar atrás, nem virar à esquerda ou à direita, ou mesmo sonhar o futuro, pois se o fizermos perderemos o presente, tombando definitivamente no abismo…

Esta lição, no entanto, só serve a quem pense que o Sol nasce todos os dias. Infelizmente, continua haver quem ainda não tenha entendido que o Sol é um fingidor!

22.5.11

Desertos interiores…

A aplicação da regra mínima dos 10 mil habitantes por município faria ‘desaparecer’ um em cada três concelhos em Portugal. No Alentejo só manteriam a sua identidade quatro municípios.
Do que é que estamos à espera? Se o objectivo é reduzir os custos do poder central e local, a reorganização autárquica é um bom caminho para acabar com o caciquismo político que se instalou nas últimas décadas. Sobre o assunto, os partidos não dizem nada e preferem distrair-nos com a redução dos feriados e dias santos…
O que se compreende, pois se reduzíssemos significativamente o número de autarcas e, consequentemente, a administração local, tornar-se-ia obrigatório reduzir a administração central…
Apesar dos avisos da TROIKA, continuamos a fazer de conta! O melhor é preparar-mo-nos para o debate sobre a identidade dos desertos interiores.

15.5.11

Vitalidade…

Indiferente aos nossos pés, o campo oferece-nos expressões de vitalidade que só podem confundir os nossos sentidos… No entanto, esse deslumbramento só acontecerá se nos deixarmos de pressas e de questiúnculas efémeras e inúteis.

5.5.11

Auctoritas…

Acrescenta-se a realidade sempre que a forma se torna conteúdo. Hoje, no entanto, Portugal é um país muito mais pobre. Incapaz de potenciar a sua verdadeira massa crítica, o país passa a ser monitorizado pela TROIKA, deixando-nos a ilusão de que ainda somos soberanos, e por isso ainda vamos a votos…

O problema é que os candidatos que se apresentam nada acrescentam à nossa realidade. Falta-lhes autoridade, no sentido mais primitivo do termo. Não passam de réplicas!

(E a autoridade exige pensamento próprio, sentido de responsabilidade e, sobretudo, honestidade!)   

28.4.11

E sei bem…

 Escondes-te da luz

e eu tropeço em círculos não de ti

mas de mim!

E sei bem que a imagem já foi tua!


                                                    

17.4.11

O impasse…




Quando a casca esconde o miolo, só a mudança de atitude poderá ajudar a sair do impasse.

Fora das cidades, há um país por explorar; há campos por cultivar.

No entanto, felizes, procuramos os areais!

(Já em tempos, D. Sebastião se enganara no caminho!)

2.4.11

O desvio de Alexandre Herculano


Cansado de lidar com a imbecilidade política da época, Alexandre Herculano refugiou-se em Vale de Lobos. Não sei se terá semeado alfaces. Sei, todavia, que as ferramentas que utilizava não eram muito diferentes das que possuo.

E uma coisa posso garantir: quem se entrega ao trabalho da terra deixa de ter tempo para acompanhar a intrigalhada que nos destrói a nação…

27.3.11

O outro visto por Pepetela e por João Tordo

E se a ficção coincidir com a realidade? Só a lonjura do exílio poderia criar o equívoco, mas, de facto, é sempre possível encontrar um Jeremias Cangundo nem que seja nas LETRAS PERIGOSAS de Pepetela, que, nesta “estória”, continua a ajustar contas com os escritores aburguesados que, depois de longo exílio voluntário, regressam à procura de reconhecimento e dinheiro…

Partir, por cobardia ou por força das circunstâncias, pode trazer problemas inultrapassáveis. Nunca sabemos quem iremos encontrar. E, sobretudo, se acreditarmos que o outro é, por natureza, acolhedor.

A verdade é que, em terra estranha, a diferença de pele, de religião, de língua pode trazer ódio, perseguição e morte. ELSA, narrativa de João Tordo, retrata exemplarmente a vida de um emigrante africano numa sociedade multicultural como a britânica, tradicionalmente acolhedora e, simultaneamente, segregadora… o apartheid continua vivo, apesar de politicamente inaceitável…

PS: A D. Quixote lançou, em 2009, a antologia “Em Busca da Felicidade”, constituída por dez “flores”, apesar de algumas já terem nascido murchas. No entanto, vale a pena colhê-las.

/MCG

24.3.11

Al-quadus (balde de nora)

Ainda não passaram 24 horas, mas já se enxerga um alcatruz alaranjado cheio de professores! Quantos são? Quantos são?

Entrámos na Primavera laranja!

Resta saber se também fazem aprovar a demolição de todos os gabinetes, entretanto, criados para gerir e supervisionar o processo de avaliação!