4.4.18

Nem o plátano escapou!

Provavelmente, estou a ficar senil!
De qualquer modo, para quem nunca acreditou na evolução da espécie humana, aqui está mais uma prova de que esta prefere a farsola a qualquer atitude mais positiva...
Na mata do choupal, a natureza segue o seu curso, alheada dos disparates dos jovens que confundem a vida com a jocosidade.


3.4.18

Isto é que é cantar de galo!


Clotilde Fava
CLOTILDE FAVA é filha do escultor Armando Mesquita e de Palmira da Costa Pinto Mesquita. Nasceu em Lisboa em 1941. Com um Curso de Escultura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciou a sua carreira na Companhia IBM Portugal como Designer. Viveu em Angola, de 1964 a 1975, onde, como artista plástica, executou várias obras em cerâmica para diversas instituições.
Clotilde Fava (ex-sogra de José Sócrates)


(O quadro integra a exposição "Para lá do Trópico de Cancer", no Museu Municipal de Coimbra até 8 de Abril.)

2.4.18

No início da leitura

A propósito de "O Vendedor de Passados", de José Eduardo Agualusa, escrevi há dias «Isto não é leitura», porque eu não sabia nada do topónimo São Pedro da Chíbia (Huíla, Angola)...
Conhecer o passado falsificado de José Buchamann obriga a descobrir a localidade... E hoje é fácil e dá que pensar - São Pedro da Chíbia...
 O Autor apresenta-a do seguinte modo: 
« A vila de São Pedro da Chíbia, na Província da Huíla, no Sul do país, foi fundada em 1884 por colonos madeirenses...». O lugar também foi colonizado pelos bóeres, o que dá verosimilhança à nova identidade de:
«Gouveia. Pedro Gouveia. Devia ter-te morto em setenta e sete.»
Afinal, a leitura do obra não é suficiente para compreender o que se passou em 1977, em Angola. O que se passou, por exemplo, entre Pedro Gouveia e Edmundo Barata dos Reis...
A desocultação da História é uma ponte para o entendimento da história e da intencionalidade do Autor... No início da leitura...

1.4.18

Isto não é mentira!

É só passar, abrir os olhos e verificar com as próprias mãos ou, se quiserem, seguir o exemplo de S. Tomé...

Não sei se nos municípios existe a figura do zelador, mas penso que muitos riscos seriam evitados se os equipamentos fossem objeto de permanente vistoria...

S. Tomé terá sido o apóstolo que duvidou da ressurreição de Cristo, mesmo não sendo dia das mentiras...

(Este exemplo de desleixo reporta-se a um equipamento situado na Portela, Loures.)



31.3.18

Isto não é uma leitura!

A procura de relações intertextuais parece estar na moda. Aqui ficam duas alusões a Fernando Pessoa n'O Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa: a) «Abomino a mentira porque é uma inexatidão.» - Ricardo Reis; b) Fernando Pessoa transformou a biografia prosaica de um pequeno funcionário de escritório num Livro do Desassossego que é, talvez, a obra mais interessante da Literatura Portuguesa.»
A leitura de José Eduardo da Literatura Portuguesa ( complexo nominal de má memória para o Autor) desloca-se progressivamente de Eça para Pessoa - Um Eça reduzido aos adjetivos: «A luz cai, magnífica, tão forte, tão viva, que parece pousar sobre as coisas como uma espécie de névoa luminosa. - Isso é o Eça»  Um Eça cujos adjetivos são comparados às camisas de Nelson Mandela...
O problema é que para além das relações intertextuais, é necessário conhecer um pouco mais da nomenclatura angolana e sobretudo da  luta pelo poder em 1977 -   Angola 27 maio 1977
Quando se quer o poder e não se tem passado, há que inventá-lo. Esse é o trabalho, bem lucrativo, do genealogista Ventura Félix...
Perplexidades de um leitor desastrado, a quem insistem em dizer que o livro é agradável... não fosse a osga (o narrador)... lagarto, lagarto!

30.3.18

O significado da Páscoa

Tempos houve em que Páscoa significava rancho melhorado...
Entretanto, o rancho melhorou...
E hoje, o que é que a Páscoa significa?
Pausa, festim, correria, endividamento, greves, alarmismo, violência, morte...
E o vento sopra gélido escorraçando a chuva...
Apesar de tudo, tempos houve em que na Páscoa se celebrava a ressurreição de Cristo, só que,  em 2018, este dia é de mentiras...

29.3.18

É possível fotografar o tempo

Vou indo, devagar... não estou a replicar.
Nem já estou a ir. Fui, devagar... a pensar que podemos fotografar o lugar, mas não o tempo... até que, ao fixar-me na cor das flores e na luz da hora, me apercebo que é possível fotografar o tempo, não em absoluto, mas o tempo da florescência e do graffiti - diversos no acontecer...
Tão diversos que, no regresso, me surpreendi com a rapariga que passeava o cigarro, deixando a cadela correr sem trela e, sobretudo, com o idoso que respigava, apressado, os caixotes de lixo sem proveito visível...