1.5.18

Avençado? não acredito!

Como se sabe, entre 'pinho' e 'caruma' há uma relação inquebrantável e, neste caso, há também uma coincidência no nome próprio 'manuel', o que me provoca uma certa revolta, quando vejo que as vozes se vão encarniçando contra um ministro tão dado ao fandango... Em 2009, a minha zanga era mais com o patrão do que com o empregado:Um par de... 
Hoje, continuo cético, pois não acredito que tenha havido um ministro avençado. O mais provável é que o BES, por algum servicinho prestado, tenha decido remunerar o manuel pinho a prestações. Afinal, o BES não nadava em dinheiro...
Eu ainda hoje continuo a pagar prestações ao Novo Banco pelo empréstimo que me concedeu para que pudesse adquirir casa. E faço-o sempre na data estabelecida. Imagine-se o que teria acontecido se eu tivesse chegado a ministro!?

30.4.18

Para quê?

Para quê insistir?
Talvez porque seja a única forma de persistir...
A alternativa seria desistir, mas para quê?

Do esforço apenas o cansaço pleno... pode ser que, amanhã, tudo seja mais razoável, mais leve, mais nítido.
Hoje, a dormência entediada de quem não percebe tanto enjoo...

29.4.18

A surpresa





De regresso às raízes... cada vez mais trabalhosas e com uma surpresa. Vamos ver quem é que a descobre.
No campo também há ervas daninhas bem enraizadas... Por mais que nos esforcemos, elas conhecem mil e um atalhos, secam-nos o caminho, isto é, trocam-nos os passos, arranham-nos as mãos e deixam-nos de rastos.

28.4.18

Esqueçam as portas e as bruxas

Li um destes dias que há mais de 100 anos os jornais descobriram que podiam substituir os povos medievais na caça às bruxas através da chamada 'perseguição social'. Escolhido o alvo, de preferência, fragilizado por algum pecadilho real ou imaginado, os dias na boca do mundo, definitivamente, acabavam-lhe com a reputação...
E fazem-no impunemente a coberto da inefável liberdade de expressão, não apenas os jornais, mas  todos os restantes 'meios de comunicação social', a que nas últimas décadas foram acrescentadas as implacáveis redes sociais...
Dizia-me, na última semana, uma promissora comunicadora, a propósito de 'fontes' e de 'memórias' materiais e imateriais, que eu não gosto da 'comunicação social' e sou levado a crer que ela tem razão, pois detesto a justiça popular e, sobretudo, a 'perseguição social'... embora, hoje, me sinta de bom humor, pois li algures que há em Portugal um advogado que não é despedível... E porquê este neologismo?
Provavelmente, porque o amigo Silva, que tudo paga, não lhe honrou os honorários. Certamente, uma pipa de massa!
Sinto-me indespedível. Esqueçam as portas e as bruxas...

27.4.18

Dá vontade de bater com a porta

«Uma personalidade harmoniosa é centrífuga.(...) Nada é tão deprimente como estar fechado em si mesmo, nada é tão consolador como ter a sua atenção e a sua energia dirigidas para o mundo exterior.» Bertrand Russell, A Conquista da Felicidade.

A psicologia racional tem me ajudado a superar múltiplos obstáculos internos e externos. Surgem, no entanto, momentos extremamente deprimentes ao voltarmos a nossa atenção e energia para o mundo exterior.
Refiro-me, na circunstância, à impossibilidade de estabelecer qualquer forma de diálogo com seres que são narcisistas, presunçosos  e autossuficientes.
Dá vontade de bater com a porta... é que está-se mesmo ver que nem o tempo os vencerá...

26.4.18

Adieu Philipinne, de Jacques Rozier

Derrotado pelo cansaço físico e nervoso, desaconselhado pelo trânsito lisboeta, fui à Cinemateca ver o filme Adieu Philipinne / 1963, de Jacques Rozier.
Este realizador, com este filme, propôs a nova gramática do cinema europeu dos anos 60 - Jacques Demy, Truffaut, Godard -, só que foi sendo marginalizado por desrespeitar os ditames dos produtores.
Por cá, o filme passou a 11 de maio de 1979, na Fundação Calouste Gulbenkian, e compreende-se. Em 1963, ano de estreia, o filme alude à guerra da Argélia (1954-1962)...
A cena de despedida em que Michel embarca sem certeza de regresso seria suficiente para que, durante a guerra colonial (1961-1974), a obra de tal realizador não pudesse ser vista nas salas de cinema portuguesas...
À distância, percebe-se que a Europa do pós-guerra estava a mudar, todavia, em Portugal, só os exilados e os estrangeirados estavam em condições de compreender tal mudança. 
No que me concerne, os anos 60 foram de clausura... Talvez por isso a banda sonora me tenha agravado o cansaço... 

25.4.18

No intervalo

«O hábito de pensar em termos de comparação é um hábito fatal.» Bertrand Russell, A Conquista da Felicidade.

Já não há nada que não comparemos, em termos pessoais, profissionais e políticos. E porquê? Porque vivemos minados pela inveja...
O recurso à comparação é um traço comportamental tão arreigado que, mesmo se eliminássemos os espelhos, continuaríamos a reger a nossa vida pelas silhuetas que nos assombram desde que nascemos...
No caso do 25 de Abril, continuamos a olhar para trás e, felizes, sentimo-nos superiores aos espetros do Estado Novo...
No intervalo, contentamo-nos com a devassa, sempre invejosos dos sucessos e das malfeitorias dos nossos semelhantes...