28.10.18

Só a liberdade...


Interrogo o infinito e às vezes choro…
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
            Antero de Quental


No Soneto EVOLUÇÃO, o Poeta, apesar da descrença, confessa que só a LIBERDADE é o seu caminho.

Falta pouco para saber se, na cadeia da evolução, o homem brasileiro prefere regressar à caverna…

27.10.18

A Razão descrê da Liberdade

Aquilo que incomoda é o vento frio que se levantou manhã cedo… 
O resto é de somenos importância como se a Luz se tivesse obnubilado. Tempos houve em que o Poeta compunha hinos à Razão, em nome da Liberdade…
Hoje, a Razão descrê da Liberdade… prefere as grilhetas da Caverna! 

Hoje, se não entenderem a mensagem não faz mal. A culpa é do vento frio que alvorou… Amanhã, para me desafiar, talvez o povo (brasileiro) consiga provar-me que é mais do que uma massa inorgânica, para quem a Luz continua a brilhar…

26.10.18

A violência e a corrupção no Brasil

Não é possível ignorar o que está a acontecer no Brasil, embora não se saiba ao certo qual é a causa primeira. 
Dizem-me que é a violência que elimina diariamente, pelo menos, 165 pessoas. É provável que esse  factor seja decisivo, no entanto, não se deve descurar a violência provocada pela acentuada desigualdade social resultante da corrupção que infesta partidos políticos, seitas religiosas e todo o tipo de organizações nacionais e transnacionais…
Ao contrário do que defende a classe política portuguesa, a corrupção não é um mal menor; esta não é separável da violência, até porque os mentores e os agentes sãos os mesmos…
O que se passa no Brasil, tal como o que acontece nos Estados Unidos da América, deve ser interpretado como um aviso para quem, convenientemente, insiste em separar a corrupção da violência.

25.10.18

Perguntam as velhas

Perguntam as velhas: - Se o CDS e o PSD regressarem ao Governo, será que contarão todo o tempo de serviço aos professores e aos restantes funcionários públicos abrangidos pelo malfadado corte?
Perguntam as velhas: - Quando é que ficamos a saber quem é que roubou o material militar em Tancos?
Perguntam as velhas: À data da aprovação do OGE 2019, qual será o montante da dívida do Estado?

Estas velhas, apesar de decrépitas, temem que andem a ser enganadas pelos partidos (e pelos militares), e que tal faça parte de uma estratégia para as fazer regressar à infância, o que, em teoria, não seria mau, não fosse a miséria material e espiritual em que cresceram…

24.10.18

Dizem-me as velhas

Dizem-me as velhas que é preciso poupar nos passos. E eu concordo, até porque há sempre um coelho à espreita…
Dizem-me as velhas que o melhor será vê-los pelas costas. E eu desconfio, é que estas velhas ainda nasceram no tempo dos fascistas…
Dizem-me as velhas que há que escolher entre os democratas e os fascistas. E eu não teria qualquer dúvida não fosse os democratas terem criado as condições para o ressurgimento do fascismo…

23.10.18

Pardas, um pouco encardidas

Elas nem eram assim tão velhas, no entanto, pareciam pardas, um pouco encardidas… a água não corria da torneira, era preciso ir buscá-la à nascente, e só com a chegada do Outono (maiúsculo) o céu escurecia em promessa de trovoada…
São essas velhas, do antigamente, que, agora, me lembram que o Outono tem Voz - como bem lembrou Antero de Quental - uma voz arrependida de ter vivido na Ilusão, rendida a uma Beleza etérea… quando a Natureza lhe apontava o caminho das pedras, o caminho das cabras, talvez até o caminho do moinho, onde a mó cumpre naturalmente a sua função, longe de atalhos e de véus translúcidos…
Talvez por ser Outono, estas velhas são únicas, nunca conheceram o Inverno, o mesmo será dizer que, pardas e um pouco encardidas, continuam longe do Inferno…

22.10.18

O que eu (não) entendo

Como é que se pode proibir o que já era proibido?
Como é que se pode ter opinião sobre o que não se compreende?
Como é que se pode viver sem aprender a ler?

  • De facto, chegámos a um ponto em que, abolida a sanção, tudo é permitido.
  • Desde que a opinião começou a abrir caminho,  o fundamental nunca foi a compreensão, mas, sim, a substituição de dogmas anacrónicos por interesses inconfessáveis, individuais ou coletivos…
  • Lá no fundo, é possível viver, basta não pensar.