18.6.19

A anáfora no exame nacional de Português

La anáfora es una figura literaria y, como tal, tiene unas funciones concretas. Si bien este recurso literario necesita de la creatividad del autor o del poeta para significar una u otra cosa, hay algunos empleos en los que se observa con mayor frecuencia.
La anáfora puede emplearse para otorgar una mayor importancia o notoriedad a un aspecto del que se está hablando que puede ser un lugar, un tiempo, un sujeto, un sentimiento… Esta figura literaria es muy recurrente en tanto que ofrece dinamismo y velocidad (en ocasiones) a los versos o al texto en cuestión. Es también un recurso que ofrece ritmo y melodía en un poema o en la prosa. Además de centrar la atención en la palabra o palabras que se repiten ayudan al lector a familiarizarse con el texto creando mayor atracción y facilidad para comprender

Querer reduzir a anáfora ao(s) sentido(s) é abusivo. Revela insensatez, sobretudo quando o poeta se chama Fernando Pessoa.

17.6.19

O senhor Professor

«Irás ao Paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência
Este país te mata lentamente»
Sophia Andresen

O senhor Professor, patrono dos professores, anda incomodado com os professores. Recebeu-os no seu palácio, mostrou compreensão e pediu-lhes tempo - anos, meses e dias - e, sobretudo rogou que fossem pacientes…
O senhor Professor tem obrigação de saber que entre os professores há muita desigualdade e que para a combater não bastam umas tantas selfies e paciência, muita.
O senhor Professor deveria saber que, para além dos professores, quem perde é o País de que se orgulha de ser Presidente.

16.6.19

Ligações perigosas

«Sem espírito crítico e sem ler as obras, isso de história da literatura é cousa escabrosa de se executar.» António Sérgio, Ensaios III, pág. 192.

A ideia, à época, fazia todo o sentido. 
Sérgio rejeitava o biografismo, a psicocrítica mais ou menos freudiana, a sociocrítica, pois ao crítico literário e ao estudioso o que deveria interessar era a obra - ler na obra o que ela acrescenta…
Entretanto, os tempos mudaram. O facilitismo instalou-se e o que agora está na moda é estabelecer 'ligações' entre textos, que se me afiguram de enorme risco - intertextualidades.
E porquê? Porque, simplesmente, raros são os que leem.

Terça-feira será dia de detetar ligações, de inferir estados de ânimo, de exprimir opinião. A dissertação já terá ficado para trás… e a argumentação, envergonhada, cairá sob exemplos estafados de futuros por achar.
Nem o eclético borboleteio impressionista se fará sentir… Até lá só ingurgitação!

14.6.19

Um assunto anódino

Afinal, mesmo vazio, o cacifo mantém o odor. A quê? Não sei.
Na paragem de autocarro, hoje, havia outros cheiros que não me impediram de apanhar o 783 para o Prior Velho - destino dele, que o meu passou a ter uma componente pedestre, o que até faz bem, dizem, à saúde, mas agrava o estado das varizes… 
Até aqui o assunto é anódino e as hipóteses de o melhorar são escassas. 
De manhã, ainda pensara que a prioridade era Ler. Ler livros. Livros antigos que os atuais são fúteis, mentirosos e estéreis… Ler Homero, Platão, Sófocles, Horácio, Virgílio, Santo Agostinho… até chegar a Goethe… e ficar por aí até ter coragem para retomar a leitura dos antigos. Molière, Vicente, Shakespeare… e Camões, mas bem longe das salas de aula, isto é, bem longe do Paço, talvez nas margens do Tejo ou na serra da Arrábida… 
E depois, esqueci a prioridade e fiquei à espera que o Vara cumprisse o que prometera, que era não falar, mas falou sem saber se a prioridade era o ovo ou a galinha, o que me fez recordar que o Luandino Vieira um dia, no Tarrafal, também se esmifrou a tentar explicar se o ovo era da dona da franga ou da vizinha grávida proprietária do terreiro onde o traseiro largou o dito.

13.6.19

O perfume dos santos populares

É como se os olhos e os ouvidos se tivessem retirado. O que vejo esfuma-se e o que oiço é tão soez que prefiro esquecê-lo… 
De permanente só o odor, por vezes, perturbador. Nas mãos, há sempre o vestígio de presenças persistentes. Até o nariz parece querer impor um cheiro específico, indizível.
Ultimamente, a memória persegue-me com situações que não sei como tratar.
A semana passada, avisado de que iria ser necessário esvaziar um cacifo, entusiasmei-me porque vi na necessidade a oportunidade de o libertar de uma fragrância desagradável que se tinha acumulado em mais de vinte anos - o papel acumulado agredia-me as narinas sem eu saber porquê… Agora que o depósito está quase vazio, a perturbadora sensação desapareceu. Abro o armário, e nada…
Ontem, chegado à paragem do 783 no Saldanha, já aborrecido com o ferrugento placard que nada instrui, sentei-me num banco e, de súbito, lá estava o odor… um odor de quem não toma banho ou de quem não teve oportunidade de se lavar ou, simplesmente, de quem abomina a água… O impacto foi de tal ordem que preferi deixar seguir o autocarro com o meu incómodo vizinho.
Entretanto, vou-me apercebendo que os espaços coletivos estão cada vez mais impregnados dos mais diversos cheiros e que os temo de uma forma, talvez, doentia…
De momento, não consigo libertar-me do perfume dos santos populares. 

11.6.19

Velhacaria

Nem precisavam de conversar! 
Todos sabiam ao que iam! Agora, tratam-se de velhacos desconhecidos…
E confiam na nossa falta de memória...

10.6.19

10 de junho de 2019

Não sei se este 10 de junho foi diferente do dos anos anteriores. Mudaram os oradores, mas os protagonistas continuam os mesmos… Poucos se atrevem a subir ao palco, apesar de um outro sapateado fervoroso, mas mentiroso…
O Presidente Marcelo continua sem saber de quantos «portugais» Portugal é composto e, mais grave, ainda se rege pelo mapa do império - tudo em nome da lusofonia!