17.8.19

A prova

A prova que faltava da minha vontade de visitar a Susana em Hamburgo. Durante 16 dias li A Montanha Mágica e ao 17º aterrei num lugar um pouco cinzento… e húmido. 
Amanhã, ver-se-á.

16.8.19

Terminei a viagem à Montanha

Chegado a Agosto, tinha a clara intenção de ler A Montanha Mágica de Thomas Mann. A edição da Dom Quixote pesa mil e 100 gramas, e a letra é pequeníssima - mais uma dificuldade! (1.08-2019)

A 16.08.2019, terminei a leitura. Não me sinto defraudado, apesar das minhas expetativas românticas não se terem realizado.
Hans Castorp passou 7 anos no Sanatório, desprendendo-se do Tempo e da Planície e, quando parecia que por lá continuaria, a política internacional despertou-o para uma guerra que fora  arduamente antecipada por Settembrini e Naphta, cujo antagonismo descambara em inevitável irracionalidade… que se desenvolveu no solo europeu de 28.7.2014 - 11.11.1918...

Por AQUI

Por AQUI se pode aferir que o grau zero da leitura é possível. As alternativas são imensas, nem sei mesmo se a leitura ainda é considerada 'alternativa' em certos meios...
Não querendo contrariar a tendência, meti-me, no entanto, a caminhar pela 'Montanha Mágica' e estou a chegar ao fim da estadia. Ainda não sei porque é que a dita é 'mágica', apesar da escrita ser fascinante…

15.8.19

Entretanto

Entretanto, Clawdia partiu sem explicações ao leitor, pelo menos até à página 787...  Quem regressou foi o fantasma de Joachim, a solicitação do primo Hans durante uma sessão espírita... 
O Sanatório parece ter caído nas mãos do doutor Krokowski e estar 'presentemente' dominado pela irracionalidade que, na perspetiva de Settembrini, também alastra rapidamente na planície.... 
A música passou a ser o único porto de abrigo de Hans Castorp, o que revela um afastamento cada vez maior da realidade... da passagem do tempo social...

14.8.19

Por este andar...

Por este andar, vou deixar de rabiscar.
Diga-se, de passagem, que o verbo me parece duvidoso, mas que fazer nestes tempos de puritanismo filisteu!
A razão é objetiva - não consigo sair da 'Montanha' e já percorri o caminho até ao misterioso suicídio  de Pieter Peeperkorn, 'personalidade' de grande 'envergadura'.... Isto há cada apelido!
A três dias de partir para Hamburgo, sinto-me ansioso por saber se Hans Castorp, acompanhado de Clawdia Chauchat, terá regressado à planície, à cidade do norte da Alemanha de onde saíra, já não se sabe há quanto tempo - lugar onde, para todos os efeitos, já teria sido esquecido...
No entanto, há sempre uma outra hipótese: Wehsal assassina  a Beatriz de Hans. Vamos ver se chego a tempo.

12.8.19

De regresso

Ontem, nem sequer cheguei a entrar na 'Montanha', lembro agora, o que me deixa pesaroso, como se a ficção fosse mais interessante do que as filas para atestar o depósito de gasolina. Eu, que raramente o faço, lá me sujeitei ao ritual deste último domingo, em vez de entrar num qualquer templo religioso como mandaria a boa educação…
De regresso à 'Montanha' e a casa, avancei, entretanto, até à página 610, por entre debates fervorosos de Naphta e de Settembrini sobre a natureza das ações do homem ao longo dos séculos - obscurantista e iluminada - sem que Hans Castorp se disponibilize a favorecer um dos seus mentores… posto que tal lhe inviabilizaria, por exemplo, a experiência alucinatória vivida durante um nevão.
De significativo, no VI capítulo, o retorno e a morte plangente tenente Joachim, sem que o patético deixe de nos convidar à gargalhada nos momentos mais solenes:
«A senhora Stohr chorou com entusiasmo perante a transformação que o corpo de Joachim exibia:
- Um herói! Um herói!- gritava sem parar, ao mesmo tempo que pedia insistentemente que tocassem a «Erótica» de Beethovem na hora do enterro.»

10.8.19

Se não tivesse entrado nesta Montanha

Por aqui, o vento sopra forte. Na Montanha, há imensas páginas em que não há referência ao estado do tempo - e já vou na página 520. Talvez a ventania tenha um efeito benéfico no avanço da leitura! 
Assisto a um debate intensíssimo sobre a religião e a racionalidade humanista, protagonizado, respetivamente pelo jesuíta Napta e o já apresentado italiano Settembrini, atirando o protagonista Hans Castorp para o lugar do aprendiz dos mistérios da vida e da morte, do espírito e do corpo… da eternidade e do tempo… 
Da leitura fica-me a convicção de que, afinal, a disciplina a que fui submetido durante a adolescência foi ministrada por jesuítas, mesmo que não estivessem conscientes da essência do seu ministério… Não era só o edifício que fora construído de acordo com a regra de Santo Inácio… também as camaratas obedeciam ao princípio da organização em "divisões" militares - lembro-me que pertencia à camarata de São Condestável… e depois havia as refeições em silêncio cortado pela leitura de excertos bíblicos, sem esquecer as deslocações em fila para todos os atos diários… 
No entanto, publicamente, não me lembro de ter ouvido uma única palavra sobre esta 'diabólica' doutrina…
Se não tivesse entrado nesta Montanha, talvez não tivesse chegado a esta conclusão.