16.7.20

Escadinhas de D. Jaime

A toponímia de certos lugares tem particularidades evocativas inesperadas.
Desta vez, a associação foi instantânea. Uma jornalista entrevistava o diretor de uma escola secundária de Lisboa: - D. Jaime, o que é que pensa do modo como…; e o diretor respondeu o melhor que soube, aproveitando para vincar a sua discordância… 
Nada de novo, a não ser que a jornalista se despediu de D. Jaime…
Ora a secular escola não fica assim tão longe da rua Tomás Ribeiro, o autor de D. Jaime ou a Dominação de Castela, nascido na Parada de Gonta, Tondela, a 1 de julho de 1831...
O poema foi elogiado por António Feliciano de Castilho, que chegou a compará-lo com Os Lusíadas, de Camões. 
Os caminhos por onde passamos são pródigos e, talvez, a jovem jornalista estivesse a falar /escrever direito por linhas tortas… Acontece a muita gente!

(Des)confinado

Não fosse o inimigo invisível, diria que esta foto seria expressão de um viajante despreocupado...
Não vou referir o lugar para não provocar nenhum indesejável ajuntamento.
Deixo apenas o registo de que daqui se avista  a serra da Estrela, o que, por instantes, me fez pensar na montanha de "Aparição" do Vergílio Ferreira, eu que escolhi ler por estes dias "O Mar" de John Banville.
No ano passado, curiosamente, lia a "Montanha Mágica"...
Interrompo o registo, porque, aqui, o canto das aves me desconfina... 

13.7.20

Por conveniência

Praça duque de Saldanha
O neto do marquês de Pombal nunca imaginou que um dia a retina do cidadão comum haveria de dar mais relevo ao guindaste que se eleva na praça do que à sua ação militar e política ao longo do século XIX, já não falando dos estudos filosóficos e homeopáticos a que se dedicou…
O olhar adapta-se às alterações do contexto, o que se aceita… o que não se compreende é o esquecimento em que mergulhamos, apesar de não ser difícil entender que o fazemos por conveniência…
E as conveniências alicerçam-se na manipulação diária da informação, havendo quem não se importe de inventar ou de viciar as fontes…

11.7.20

A atual pandemia

(O tempo é de desacordo. E isso, em si, não é assim tão mau…)

A atual pandemia trouxe a nu a dificuldade em acordar procedimentos saudáveis (…)
O problema é que o vírus não afeta, só, o local, tornou-se global, mesmo que uma parte da humanidade reaja com desdém… E a solução parece estar cada vez mais distante de quem, efetivamente, dela precisa…
A Ciência e a Política coabitam promiscuamente, e a última não descansará enquanto não reduzir a primeira à condição de criada…

10.7.20

Praia da Mata

Sexta-feira. 11:30. Muita areia, mas o povo não resiste ao acantonamento…
No bar-restaurante da praia, nova gestão - francesa. Ainda sem ritmo, mas promete, a cozinha...
Só é pena que o Município de Almada ainda não tenha descoberto as vantagens do asfalto e de um parqueamento disciplinado!
A água do mar continua fresquinha...

8.7.20

Desproporcional...

Desproporcional? Talvez!
Tudo depende da distância…
Só quando nos aproximamos é que podemos compreender a relatividade da nossa visão, da nossa crença…
Há quem ensine que a crença é o que mais nos aproxima da verdade, da nossa verdade, porque, afinal, a arquetípica não existe…
A ciência não tem resposta, porque não descobre o sentido. Sem sentido não há ciência!
Resta, no entanto, o sem sentido que, em muitos casos, se torna matéria da imaginação - esse planeta que pode ser solução para o problema que é a vida…

6.7.20

O lado de lá

Brilha ao sol, a cidade. Asseada, espelha uma realidade distorcida, porque do outro lado, falsamente confinada, a cidade despeja a obscuridade da pobreza nos transportes pensados para a criadagem desgarrada…
Entre eles, há mordomos cujo objetivo é passar para o lado de cá.
Quem é que sabe verdadeiramente o que se passa do lado de lá? Por exemplo, na freguesia de Santa Clara, que reúne as antigas freguesias da Ameixoeira e da Charneca…